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VIABILIDADE COMERCIAL DO ARROZ TRANSGÊNICO É POSTA EM XEQUE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2007

06-02-2007 - São Paulo - Relatório mostra que mercado não confia na variedade geneticamente modificada, responsável por uma das piores contaminações da história em 2006.

A rejeição mundial ao arroz geneticamente modificado ficou clara nesta terça-feira, com o compromisso assumido por 41 dos maiores exportadores, processadores e comerciantes mundiais do produto de não trabalharem com transgênicos. Essa onda global pode ser conferida no novo relatório do Greenpeace sobre os mercados de arroz.

O relatório Colapso na Indústria de Arroz traz declarações de empresas da Ásia, Europa, Austrália e das Américas e o compromisso da maior empresa processadora de arroz do mundo, a Ebro Puleva, de não comprar arroz americano – que em sua maioria é transgênico. Isso ocorre devido ao incidente de contaminação ocorrido em 2006, quando o suprimento mundial de arroz foi contaminado com uma variedade experimental e ilegal de arroz transgênico produzido pela empresa de biotecnologia Bayer. O relatório também conta com a declaração de três empresas brasileiras: Camil, Yoki e Josapar, responsável pela marca Tio João.

“A declarações das empresas brasileiras deixam claro que não há espaço para o arroz transgênico no Brasil”, disse Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil. “Estamos falando do alimento básico dos brasileiros, e o mercado está atento à vontade dos consumidores. A Bayer não deveria ignorar esses fatos, e deveria pensar duas vezes antes de ir adiante com o seu pedido de liberação comercial”.

Várias ações judiciais multi-milionárias foram movidas por agricultores americanos que se recusaram a assumir o prejuízo causado pela irresponsabilidade e conduta negligente da Bayer. Os agricultores afirmam que a empresa foi responsável pela contaminação dos estoques de arroz e pelas perdas econômicas dos produtores de arroz dos Estados Unidos, e por isso deve compensa-los.

Para o advogado Adam Levitt, parceiro em Chicago do escritório de advocacia Wolf Haldenstein Adle Freeman & Herz, um dos líderes do processo contra a Bayer, a empresa vem tentando de todas as maneiras obter aprovação para o seu arroz geneticamente modificado em vários países do mundo. “Mas ela se recusa a aceitar responsabilidade pelos danos financeiros provocados por seu arroz transgênico nos Estados Unidos e em outros lugares. A Bayer está culpando os fazendeiros ou ‘atos de Deus’ por esses problemas, enquanto os fatos apontam a empresa como culpada”, afirmou.

O relatório do Greenpeace também analisa as implicações econômicas da contaminação provocada pela Bayer, o que inclui a queda nos preços futuros do arroz de até US$ 150 milhões – a maior queda em um único dia registrada em anos. Especialistas acreditam que as exportações de arroz dos Estados Unidos devem cair até 16% em 2006/2007.

Perdas de contratos, cancelamento de pedidos, proibições às importações, testes, recall de produtos e perda de credibilidade da marca são algumas das conseqüências dos escândalos envolvendo o arroz ilegal da Bayer.

Como mostra o relatório, a tecnologia da engenharia genética não está controlada – como tentam fazer acreditar os seus defensores. Pelo contrário, as memórias de 2006 só demonstram cada vez mais a ineficiência de empresas e governos em lidar com os transgênicos. “A indústria de biotecnologia tem sofrido vários revezes nos últimos tempos. Não garante segurança, não conquistou a confiança do mercado e não vem crescendo como ela mesmo esperava. Hoje, cerca de 70% da área plantada com transgênicos concentra-se em apenas dois países – Estados Unidos (53%) e Argentina (17%).

Países em que a Bayer CropScience solicitou autorização para o cultivo ou consumo. Todos os pedidos são para a variedade LL62.

1. Austrália – alimentação humana e ração, pedido em 2006
2. Brasil – cultivo, alimentação humana e ração, importação de sementes, novos campos experimentais. Pedido em 2006.
3. Canadá – Aprovação garantida para alimentação e ração em 2006
4. União Européia (25 países) – alimentação e ração. Pedido em 2004
5. Nova Zelândia – alimentação e ração. Pedido em 2006.
6. Filipinas – alimentação e ração. Pedido em 2006
7. África do Sul – alimentação e ração. Pedido em 2006.
8. Estados Unidos – aprovações concedidas para cultivo, alimentação e ração das variedades LL601, LL62 e LL06.

Europeus exigem rotulagem para produtos de animais alimentados com transgênicos

05-02-2007 – Bruxelas - Petição com um milhão de assinaturas quer informações mais claras sobre a presença de organismos geneticamente modificados em produtos de origem animal, principalmente carne, leite e ovos.

Bruxelas – Um dos direitos básicos da União Européia – o direito à informação – vem sendo negado sistematicamente na região por uma brecha na Constituição do bloco, que permite a entrada de milhões de toneladas de transgênicos na cadeia alimentar das pessoas. Para mudar esse cenário, 1 milhão de pessoas assinaram uma petição exigindo a rotulagem dos produtos derivados de animais alimentados com rações transgênicas – principalmente leite, carne e ovos.

Mais de 90% dos produtos geneticamente modificados importados pela União Européia são soja e milho, destinados à alimentação animal. A dieta dos animais de fazenda na Europa é tipicamente composta por até 30% de transgênicos. Isso totaliza 20 milhões de toneladas de transgênicos entrando na cadeia alimentar européia todos os anos sem que o consumidor saiba.

A Constituição européia exige a rotulagem de alimentos como óleo de cozinha, catchup e mistura para bolos, desde que seus ingredientes incluam 0,9% de organismos geneticamente modificados ou mais. O mesmo acontece com pacotes de ração animal. Mas produtos alimentícios derivados de animais alimentados com transgênicos não precisam ser rotulados.

As assinaturas foram coletadas em 21 países-membros da União Européia entre maio de 2005 e dezembro de 2006.

De acordo as pesquisas realizadas na União Européia, a maioria dos consumidores não quer consumir produtos derivados de animais que se alimentaram com transgênicos.

“Essa petição é um aviso para que a União Européia não permita mais que os transgênicos entrem na Europa pela porta dos fundos e cheguem aos nossos pratos por uma brecha da lei”, afirmou Marco Contiero, do Greenpeace Europa.

 
 

Fonte:Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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