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CTNBio ADIA PARA MARÇO DECISÃO SOBRE MILHOS TRANSGÊNICOS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2007

23-02-2007 – Brasília -Greenpeace espera que evidências científicas sobre riscos de contaminação genética sejam levadas em conta pelos membros da Comissão e os pedidos de liberação comercial rejeitados.

Deu resultado o protesto feito pelo Greenpeace com dezenas de ativistas vestidos de milho transgênico acompanhando os membros da CTNBio momentos antes da reunião deles em Brasília (ver detalhes aqui).

A decisão sobre os pedidos de liberação comercial de cinco variedades transgênicas de milho teve que ser adiada para março.

É uma vitória - ainda que parcial - de todos que lutam pela biossegurança do país. Há muito ainda com o que se preocupar. Na próxima terça-feira, por exemplo, o Senado vai discutir e votar a Medida Provisória 327, que altera as regras brasileiras para o plantio de transgênicos no entorno das Unidades de Conservação Ambiental.

Para piorar as coisas, a MP traz embutida duas emendas que deixam a situação ainda mais desagradável - uma reduz o quorum necessário para a aprovação na CTNBio de pedidos de liberação comercial de organismos geneticamente modificados e outra legaliza as plantações irregulares de algodão transgênico existentes no Brasil hoje.

Vamos continuar pressionando para que tanto a comunidade científica, como governo e parlamentares atentem para os riscos que o Brasil corre ao dar as costas às evidências científicas de que os transgênicos oferecem grande risco à biodiversidade nacional.
De 1996 até hoje, foram documentados 142 casos de contaminação em diversos países, 35% deles referentes a variedades de milho geneticamente modificados. O relatório Registros de Contaminação Transgênica - 2006, lançado pelo Greenpeace em parceria com a rede GeneWatch, do Reino Unido, mostra claramente que a biotecnologia está completamente fora de controle. Nem as empresas e nem os governos estão preparados para colocar em prática medidas que garantam a biossegurança do país.

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Os principais casos de contaminação de sementes de milho em 2006

14-02-2007 - São Paulo - Quadro do relatório Registros de Contaminação Transgênica - 2006, que foi entregue aos membros da CTNBio antes da reunião desta quarta-feira, em Brasília.

França - um quarto das sementes de milho importadas têm contaminação por transgênicos

Segundo reportagem do jornal francês Le Monde, testes feitos em amostras de semente de milho importadas pela França durante 2005 revelaram uma contaminação de 24,2% dos lotes por transgênicos. O estudo feito pela Direction Générale de l'Alimentation, do Ministério da Agricultura francês, também descobriu que dois terços das provas positivas (25 de 39) continham transgênicos não autorizados para liberação na Europa. Em um estudo similar feito em 2004, 35% das amostras de sementes de milho estavam contaminadas.

Nova Zelândia - importação desordenada de milho doce transgênico

O Ministério da Agricultura e Florestas da Nova Zelândia está investigando como sementes de milho doce importadas dos EUA foram incorretamente aprovadas como não-transgênicas, quando na verdade havia contaminação por organismos geneticamente modificados (OGMs). No início, acreditou-se que o erro, ocorrido entre outubro e novembro de 2006, atingia 1.800 quilos de sementes. Mas o total de sementes contaminadas era bem maior: 4.420 quilos. As plantações de milho nas regiões de Gisborne e da Baía de Hawkes terão que ser destruídas. As variedades de milho transgênicas encontradas no lote importado foram fabricadas pela Syngenta.

Eslovênia - contaminação indica falhas de rastreamento e na rotulagem do produto

Minutas do comitê consultivo do Reino Unido sobre a contaminação na Eslovênia: "As Autoridades Competentes receberam uma notificação da Comissão Européia a respeito de uma contaminação em grandes quantidades de sementes na Eslovênia, causada por dois OGMs, MON810 (da Monsanto) e Bt11 (da Bayer).

A Eslovênia não permite o cultivo do Bt11, o que indica ter havido falhas no rastreamento e na rotulagem desses produtos.

Milho transgênico sofre mais uma derrota na Europa

20-02-2007 – Bruxelas - Decisão da Hungria de não permitir o plantio em suas terras é apoiada por diversos ministros do Meio Ambiente da União Européia.

Ministros do Meio Ambiente dos países-membros da União Européia decidiram esta semana apoiar a luta da Hungria contra o milho transgênico MON810, da Monsanto. Com o voto favorável deles, o governo húngaro ganhou o direito de impedir o plantio de organismos geneticamente modificado sempre que tiver em dúvida sobre a segurança deles - como aconteceu agora no caso do milho.

“A decisão é importante porque vai na linha da opinião pública européia. Esperamos que um dia a Comissão Européia também coloque o interesse público antes do interesse do agronegócio americano e de seus lobistas em Bruxelas e na Organização Mundial do Comércio (OMC)”, afirmou Marco Contiero, do Greenpeace Europa.

Evidências científicas publicadas por autoridades austríacas e húngaras mostram que o milho MON810 tem efeitos nocivos em plantas e animais europeus.

Agricultores convencionais e orgânicos da Europa estão cada vez mais expostos à contaminação por plantações geneticamente modificadas, segundo revelou o relatório publicado pelo Greenpeace e GeneWatch, que cataloga os casos ocorridos em todo o mundo nos últimos 10 anos.

Campanha contra milho transgênico vai às ruas de sete capitais brasileiras

12-02-2007 - São Paulo - Voluntários do Greenpeace revelam quem é quem entre os 27 membros da CTNBio. Idéia é influenciar na votação da comissão, marcada para o dia 15, que pode liberar comercialmente o milho geneticamente modificado.

Para influenciar o voto dos 27 membros da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) contra a liberação do milho transgênico no Brasil, dezenas de voluntários do Greenpeace estão em pontos-chaves de sete cidades brasileiras - Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte (foto ao lado), Salvador, Porto Alegre, Manaus e São Paulo – com faixas e filipetas trazendo o nome e cidade de estado de cada um dos 27 membros da entidade.

O grupo de voluntários vai abordar as pessoas, apresentar os integrantes da CTNBio e explicar a importância que a decisão tomada por eles têm para a sociedade brasileira.

Foram escolhidos locais movimentados para serem os pontos de encontro dos grupos de voluntários – praças, feiras orgânicas e faculdades – mas há também pontos estratégicos, de referência dos integrantes da comissão, como seus locais de trabalho. As atividades nas ruas acontecerão até o dia 15 de fevereiro.

A CTNBio se reunirá nos dias 14 e 15 de fevereiro para discutir a aprovação dos pedidos feitos por empresas multinacionais de biotecnologia. Há oito pedidos de liberação comercial a serem avaliados e julgados na comissão: cinco de milho, dois de algodão e um de arroz. Nessa próxima reunião, é o milho transgênico que está em jogo. Apesar de sua importância – afinal, eles podem decidir o que nós vamos comer amanhã -, a CTNBio e seus membros são praticamente desconhecidos do público.

“Os voluntários do Greenpeace estão alertando a população para a importância de garantir a biossegurança brasileira”, disse Gabriela Vuolo, coordenadora de campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil. “Se o milho transgênico for liberado no país, muita coisa estará em jogo”.

Segundo Gabriela, além de ser um dos três cereais mais consumidos em todo o país (de acordo com o IBGE), o Brasil também é centro de diversidade de milho, ou seja, possui inúmeras variedades crioulas que foram aprimoradas e adaptadas pelos agricultores ao longo de muitos anos de cultivo. “Tudo isso seria colocado em risco, porque o milho tem um grande potencial de contaminação genética”, disse Gabriela.

Os voluntários incentivarão as pessoas a enviar mensagens eletrônicas para os membros da CTNBio, por meio de nossa ciberação, pedindo para que não aprovem as variedades transgênicas e exigindo o direito de consumir alimentos saudáveis.

Membros da CTNBio testemunham 'contaminação transgênica' em Brasília

14-02-2007 – Brasília - Ativistas do Greenpeace alertam para o perigo de se contaminar a biodiversidade de milho brasileira com a liberação comercial de variedades geneticamente modificadas. Relatório lançado na capital federal traz 10 anos de contaminação de diversas espécies no mundo.

Os membros da CTNBio tiveram nesta quarta-feira, em Brasília, uma pequena mostra do que pode acontecer com nossas plantações de milho em caso de uma contaminação genética da espécie no país.

Do café-da-manhã no hotel ao início da reunião que teriam na Agência Nacional das Águas para discutir cinco pedidos de liberação comercial de milho transgênico no Brasil, os membros da CTNBio tiveram a incômoda companhia de dezenas de 'milhos geneticamente modificados' - nossos ativistas devidamente caracterizados.

A ação que contou com 60 ativistas do Greenpeace começou às 7h30, no restaurante do Hotel Alvorada, onde os membros da CTNBio estavam hospedados. Ao descerem de seus quartos para o restaurante, encontraram 'milhos transgênicos' tomando café, lendo jornais nos sofás e circulando pelo saguão de entrada do hotel.

Um carro de som foi usado para passar, repetidamente, a mensagem do Greenpeace e de todos que pedem mais precaução e estudos sobre os impactos negativos da liberação de organismos geneticamente modificados na natureza.

Uma das integrantes da CTNBio se exaltou com a presença de tantos 'milhos transgênicos' e bradou em alto e bom som porque considerava inútil o protesto do Greenpeace.

"Já está tudo decidido. Vocês não vão mudar nada."

Relatório mostra 10 anos de contaminações pelo mundo

A 'contaminação transgênica' se alastrou pelas ruas da cidade, no trajeto que a van dos membros da CTNBio fez do hotel até o local da reunião. A cada sinal fechado ou tráfego mais intenso, a van era cercada por inúmeros 'milhos transgênicos' que circulavam com cartazes pedindo a não aprovação das variedades geneticamente modificadas.

Ao chegar na Agência Nacional das Águas, por volta das 9 horas (horário marcado para o início da reunião), os ocupantes da van receberam cópias do relatório Registros de Contaminação Transgênica - 2006, que traz informações sobre os 10 anos de problemas causados em todo o mundo por essa tecnologia.

De 1996 até hoje, foram documentados 142 casos de contaminação em diversos países, 35% deles referentes a variedades de milho geneticamente modificados. O relatório será lançado internacionalmente, em parceria com a rede GeneWatch, do Reino Unido, na próxima segunda-feira, dia 19 de fevereiro.

“O fato é que a biotecnologia está completamente fora de controle. Nem as empresas e nem os governos estão preparados para colocar em prática medidas que garantam a biossegurança do país. Os membros da CTNBio não podem fechar os olhos para as evidências contidas nesse relatório, assim como não podem ignorar os mais de 70% dos brasileiros que não querem comer transgênicos”, disse Gabriela.

“O que aconteceu hoje em Brasília é uma representação fiel do que pode acontecer com o Brasil todo caso o milho transgênico seja liberado”, alertou Gabriela Vuolo, coordenadora de campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil. “A contaminação genética no caso do milho é muito grave, e uma vez aprovada, a variedade transgênica pode aparecer nos locais mais inesperados e indesejados possíveis. O milho geneticamente modificado é um ser vivo e será impossível controlar sua dispersão”.

O Greenpeace iniciou em fevereiro uma ciberação na qual os internautas enviavam uma mensagem aos 54 cientistas da CTNBio (27 titulares e 27 suplentes), pedindo para que não aprovassem as variedades transgênicas e exigindo o direito de consumir alimentos saudáveis.

Além disso, voluntários de sete capitais brasileiras realizaram atividades nos últimos dias, exigindo biossegurança e levando informações sobre a CTNBio para as populações de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Manaus, Brasília e Salvador.

     

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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