12
de Fevereiro de 2007 - Priscilla Mazenotti
- Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Presidente Lula recebe
o presidente nacional do PMDB, Michel Temer,
no Palácio do Planalto.
Brasília - O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva voltou a
cobrar hoje (12), no programa Café
com presidente, medidas dos países
ricos para a preservação do
meio ambiente e redução da emissão
de gás carbônico. Segundo ele,
o assunto será tema de conversa com
o presidente dos Estados Unidos, George W.
Bush, durante visita que o norte-americano
fará ao Brasil, em março.
"Vamos conversar. Esse
é um dos assuntos que vamos conversar
com o presidente Bush", disse Lula, que
também pretende levar a discussão
para a reunião do G-8, em julho na
Alemanha.
“O que nós queremos
é, além de preservar as nossas
matas, que é obrigação
nossa para melhorar a garantia de vida do
nosso povo, explorar floresta da forma mais
civilizada possível com o manejo correto
da floresta e, ao mesmo tempo, fazer uma forte
cobrança para que os países
ricos diminuam a emissão de gás
carbônico.”
O presidente citou estudo
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) que revela o desmatamento no mundo.
De acordo com essa pesquisa, Europa teria
hoje apenas 0,3% da mata que tinha há
oito mil anos. A América do Norte,
32% Já o Brasil teria 69% das florestas
que tinha há oito mil anos.
“O Brasil tem autoridade
moral e política para exigir que os
países ricos, em vez de ficarem produzindo
protocolos que depois não assinam,
cumpram com a sua obrigação
de despoluir o planeta. Nós faremos
a nossa parte, agora, é preciso que
eles façam a deles.”
Outro lado
Bloqueio de verba
trava desenvolvimento sustentável,
diz ambientalista
16 de Fevereiro de 2007
- Wellton Máximo - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- Com um terço de seu orçamento
bloqueado, o Ministério do Meio Ambiente
vai ter R$ 15,7 milhões a menos em
caixa para investir este ano. A redução
de verba para a área e o aumento de
investimento em infra-estrutura são
vistos por entidades ambientalistas como um
sinal de que o governo federal vai privilegiar
um modelo de desenvolvimento que não
é sustentável.
“O governo quer construir
uma infra-estrutura voltada para a exportação
de produtos agrícolas e de minérios,
em vez de estimular o desenvolvimento que
contemple a integração entre
o meio ambiente, a economia e o social”, analisa
Temístocles Marcelos, secretário-executivo
do Fórum Brasileiro de Organizações
Não-Governamentais e Movimentos Sociais
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS).
“Essa decisão da equipe econômica
trava o desenvolvimento sustentável
do Brasil”.
Procurado pela Agência
Brasil, o Ministério do Meio Ambiente
informou que não vai se pronunciar
sobre o assunto.
O bloqueio de R$ 212,7 milhões
do orçamento do Ministério do
Meio Ambiente deixa a pasta com menos recursos
que em 2006 (R$ 454 milhões) e menos
que em 2005 (R$ 482 milhões).
“Acho preocupante um governo
que se diz comprometido com o meio ambiente
bloquear recursos de uma área tão
importante para o Brasil”, diz Jairo Costa,
presidente da Fundação Brasileira
para a Conservação da Natureza,
entidade que integra o Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama). Costa considera o
corte de verbas um atraso, principalmente
ao se levar em conta o tamanho da biodiversidade
do país.