Irene
Lôbo - Repórter da Agência
Brasil - BrasÝlia - A ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, e o secretßrio
de Biodiversidade e Florestas do MinistÚrio
do Meio Ambiente, JoÒo Paulo Capobianco,
divulga os resultados preliminares de oito
estudos sobre mudanþas climßticas
e os efeitos sobre a biodiversidade brasileira.
Brasília - O Ministério do Meio
Ambiente divulgou hoje (27) oito pesquisas
sobre mudanças climáticas e
seus efeitos sobre a biodiversidade brasileira.
Realizado pelo cientista José Marengo,
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), um dos estudos mostra que Amazônia
e Pantanal são as regiões mais
vulneráveis do país à
mudança de clima. O Semi-Árido
é a região onde a população
estará mais sensível às
mudanças climáticas.
Em relação
ao nível do mar, o estudo observou
uma tendência de aumento do nível
do mar da ordem de 40 centímetros por
século ou quatro milímetros
por ano. As conseqüências desse
possível aumento poderão, segundo
o estudo, atingir as cidades litorâneas
e 25% da população brasileira,
ou seja, 42 milhões de pessoas que
vivem na zona costeira, sendo que a cidade
do Rio de Janeiro é uma das mais vulneráveis,
juntamente com a Ilha do Marajó.
Em relação
à temperatura, a pesquisa diz que o
aumento da temperatura média no ar
pode chegar até 4 graus acima da média
em 2100. O estudo fala ainda da probabilidade
de maior redução de chuvas na
Amazônia e no Nordeste.
Os outros oito estudos mostram
respectivamente dos efeitos da elevação
do nível do mar nas bacias de Santos
e São Vicente, em São Paulo;
os efeitos das mudanças climáticas
na Ilha dos Marinheiros, situada na Laguna
dos Patos, no Rio Grande do Sul; um diagnóstico
sobre as alterações do nível
das águas em ecossistemas do Rio Grande
do Sul por meio da análise da vegetação
e de pequenos invertebrados.
També foi incluído
no levantamento um estudo sobre a diversidade
e abundância de peixes e sua sensibilidade
às mudanças climáticas,
uma pesquisa sobre proteínas que permitem
maior tolerância térmica em animais,
um mapeamento da mudanças que poderão
ocorrer no Pantanal com as mudanças
climáticas e um diagnóstico
sobre a reação dos recifes das
costa brasileira às essas mesmas mudanças.
O Ministério do Meio
Ambiente afirma que o governo brasileiro já
adota uma série de providências
para enfrentar o problema do aquecimento de
outras mudanças climáticas.
O secretário de Biodiversidade
e Florestas, João Paulo Capobianco,
destacou em coletiva à imprensa que
o uso de energias limpas, como o biodiesel,
e o incentivos ao uso de fontes alternativas
de energia elétrica são alguns
programas que demonstram a preocupação
do país com os resultados dos estudos.
Outras medidas que o governo
brasileiro também vem adotando são
a queda nas emissões e a redução
em mais de 50% do desmatamento da Amazônia
nos dois últimos anos, que teria evitado
a emissão de cerca de 430 milhões
de toneladas de gás carbônico.
A criação de novas unidades
de conservação federal, que
já superam 50 milhões de hectares,
também foi uma das medidas destacadas
por Capobianco.
+ Mais
Comissão Nacional
de Biodiversidade analisa pesquisas sobre
mudanças climáticas
Ana Paula Marra - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- Representantes do Ministério do Meio
Ambiente (MMA) se reúnem amanhã
(27), às 14 horas, no auditório
do ministério, para participar da reunião
da Comissão Nacional de Biodiversidade
(Conabio). Durante o encontro, vão
analisar os resultados preliminares de oito
pesquisas sobre mudanças climáticas
e efeitos sobre biodiversidade.
As pesquisas trazem informações
sobre possíveis cenários nos
próximos 100 anos e apresenta indicadores
para aferir com maior sensibilidade as mudanças
climáticas. Os estudados, realizados
de 2004 a 2006, foram selecionados pelo ministério
por meio de cartas-consulta, em atendimento
à determinação da Conabio.
Segundo a assessoria de
imprensa do MMA, o incentivo permanente do
conhecimento científico possibilita
ao governo elaborar políticas públicas
adequadas para enfrentar os problemas relacionados
ao meio ambiente.
Os trabalhos tiveram como
principal financiador o Projeto de Conservação
e Utilização Sustentável
da Diversidade Biológica Brasileira
(Probio) e foram elaborados por mais de uma
dezena de instituições de pesquisado
país.
Plano de combate a mudanças
climáticas pode ser necessário,
prevê ministra
Irene Lôbo - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
e o secretário de Biodiversidade e
Florestas do Ministério do Meio Ambiente,
João Paulo Capobianco, divulga os resultados
preliminares de oito estudos sobre mudanças
climáticas e os efeitos sobre a biodiversidade
brasileira.
Brasília - O Ministério do Meio
Ambiente divulgou hoje (27) um conjunto de
estudos sobre o impacto das mudanças
climáticas nos ecossistemas brasileiros.
O levantamento revela perspectivas
preocupantes de aumento no nível do
mar e da temperatura média do país.
Depois de apresentar os dados, a ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que
o governo planeje suas políticas considerando
os diferentes cenários, utilizando
as informações e a tecnologia
atualmente disponíveis.
Ela sugeriu a união
de diferentes setores do governo para atuar
no problema do aquecimento global, a exemplo
do que teria ocorrido em relação
ao desmatamento da Amazônia.
"Advogo que se faça
algo semelhante ao que fizemos em relação
ao desmatamento da Amazônia. Nós
fizemos um plano de prevenção
e combate ao desmatamento da Amazônia
e talvez tenhamos que fazer o mesmo em relação
à questão das mudanças
climáticas”, afirmou a ministra.
Ao todo, foram divulgadas
hoje oito pesquisas sobre mudanças
climáticas e seus efeitos sobre a biodiversidade
brasileira. Realizado pelo cientista José
Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), um dos estudos mostra que
Amazônia e Pantanal são as regiões
mais vulneráveis do país à
mudança de clima. O Semi-Árido
é a região onde a população
estará mais sensível às
mudanças climáticas.
Em relação
ao nível do mar, o estudo observou
uma tendência de aumento do nível
do mar da ordem de 40 centímetros por
século ou quatro milímetros
por ano. As conseqüências desse
possível aumento poderão atingir
as cidades litorâneas e 25% da população
brasileira, ou seja, 42 milhões de
pessoas que vivem na zona costeira, sendo
que a cidade do Rio de Janeiro é uma
das mais vulneráveis, juntamente com
a Ilha do Marajó.
Em relação
à temperatura, a pesquisa diz que o
aumento da temperatura média no ar
pode chegar até 4 graus acima da média
em 2100, sendo que na Amazônia a temperatura
pode subir até 8 graus. O estudo fala
ainda da probabilidade de maior redução
de chuvas na Amazônia e no Nordeste.
Temperatura média
na Amazônia pode aumentar até
8 graus neste século
Irene Lôbo - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- O pesquisador José Marengo, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ele
é autor da pesquisa "Mudanças
Climáticas e seus Efeitos sobre a Biodiversidade
Brasileira", divulgada pelo Ministério
do Meio Ambiente
Brasília - A temperatura média
do ar no Brasil poderá aumentar ainda
neste século de 25 graus (média
entre 1961 e 11000) para 28,9 graus, em um
cenário de altas emissões de
dióxido de carbono, e para 26,3 graus,
em um cenário de poucas emissões
de CO².
Na Amazônia, o aumento
médio pode ser pior, variando de 3
a 8 graus a mais, no cenário mais pessimista
possível.
Os dados estão no
estudo Mudanças Climáticas e
seus Efeitos sobre a Biodiversidade Brasileira,
do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) José Marengo. A pesquisa
foi divulgada hoje (27) pelo Ministério
do Meio Ambiente, juntamente com mais sete
estudos sobre as conseqüências
das mudanças climáticas no país.
Ao analisar os números,
o pesquisador considerou dois cenários
extremos. O primeiro é totalmente pessimista,
ou seja, considera que nada será feito
pelo país para diminuir as causas do
aquecimento global. O segundo cenário
é absolutamente otimista, ou seja,
tudo será feito para melhorar o quadro.
Com base nesses parâmetros,
no Nordeste, os aumentos seriam entre 4 graus
e 2,2 graus; no Pantanal, 4,6 graus e 3,4
graus; e na região Sul, mais especificamente
na Bacia do Prata, de 3,5 graus e 2,3 graus,
respectivamente.
Segundo o estudo, essas
mudanças climáticas poderão
alterar a estrutura e o funcionamento dos
ecossistemas. Pode haver perda de espécies
animais e vegetais, causadas por alterações
das rotas migratórias (no caso das
aves, por exemplo) e nas mudanças nos
padrões reprodutivos das espécies.
Um outro temor expresso
na pesquisa é de que a capacidade de
absorção de carbono das florestas
tropicais diminua com o tempo. Neste caso,
florestas como a Amazônia deixariam
de funcionar como eliminadoras de carbono
e passariam a ser fonte de emissão
de gás.
“O que se pode esperar biologicamente
é que o sistema amazônico como
é agora pode mudar. Se o clima mudar,
a biodiversidade pode ser impactada, possivelmente
outras biodiversidades podem mudar e podemos
ter situações mais freqüentes,
como a seca de 2005”, afirmou Marengo.
O estudo também traz
a informação de que as mudanças
climáticas deverão facilitar
a reprodução de insetos transmissores
de doenças, aumentando a incidência
de doenças como malária, dengue,
febre amarela e encefalite. A redução
de chuvas e o aumento dos incêndios
florestais causaria mais doenças respiratórias
e as pessoas também morreriam mais
por causa das ondas de calor, especialmente
crianças e idosos.