07/03/2007
- Rafael Imolene - O governo brasileiro
anunciará oficialmente a candidatura
do economista Antonio Rocha Magalhães
para comandar a Convenção
das Nações Unidas de Combate
à Desertificação
(UNCCD, na sigla em inglês), neste
mês de março, em Buenos
Aires. O lançamento do candidato
brasileiro, inédito na história
das convenções da ONU,
ocorrerá durante a 5ª Sessão
do Comitê de Revisão da
Implementação da UNCCD
(Cric), realizada na capital argentina
de 12 a 21 de março.
A indicação
partiu da ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, e conta com apoio dos
Ministérios da Integração
Nacional, das Relações
Exteriores e do Desenvolvimento Agrário.
Também apóiam a candidatura
bancadas de congressistas do Nordeste
e Sudeste, o Banco Mundial e organizações
da sociedade civil nordestinas.
As eleições
estão previstas para o mês
de setembro e o brasileiro poderá
enfrentar um adversário da África,
ainda não definido. Como o atual
secretário-executivo da UNCCD,
Hama Arba Diallo, de Burkina Fasso,
é nascido no continente africano,
aumentam as chances de um latino-americano
liderar a convenção, levando-se
em consideração o princípio
da rotatividade de continentes nos cargos
da ONU. Magalhães deverá
receber apoio de todo o bloco latino-americano,
além da Europa, que reconhece
o Brasil como um dos países que
mais avançou nessa área.
Os resultados positivos obtidos pelo
Brasil deverão atrair a atenção
de doadores, segundo avaliação
do MMA.
As regiões
áridas, semi-áridas e
subúmidas secas representam quase
um terço da superfície
terrestre, abrigam mais de 1 bilhão
de seres humanos e são responsáveis
por 22% da produção mundial
de alimentos. A ampliação
dessas áreas, tanto no Brasil
quanto no resto do planeta, é
conseqüência da exploração
inadequada dos recursos naturais, entre
outros fatores. O resultado são
aquecimento global, eventos climáticos
extremos mais freqüentes, como
inundações, ondas de calor,
menor volume de chuva em regiões
secas e incidência de furacões,
tufões e ciclones.
Currículo
O cearense Antonio
Rocha Magalhães, 63 anos, é
economista graduado pela Universidade
Federal do Ceará, com doutorado
também em economia pela Universidade
de São Paulo. Em 1968, ingressou
na carreira de Técnico em Desenvolvimento
Econômico do Banco do Nordeste.
Em 1971, mudou-se para Brasília
como Técnico em Planejamento
e Pesquisa do Instituo de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea). Em 1986, foi assessor
especial do ministro do Planejamento
para assuntos regionais. No ano seguinte
assumiu a Secretaria de Planejamento
do Governo do Ceará.
Já na década
de 11000 retornou ao Ministério
do Planejamento como secretário
executivo. Em 1995 voltou ao Governo
do Ceará como assessor para assuntos
internacionais e, um ano depois, ingressou
no Banco Mundial como Assessor Principal
para o Brasil.
Magalhães foi professor de teoria
econômica na Universidade Federal
do Ceará (1969/71) e professor
visitante na Escola de Políticas
Públicas Lyndon B. Johnson, na
Universidade do Texas em Austin, nos
Estados Unidos (1995/96).
Durante os anos em
que não exerceu atividades no
governo foi consultor de organizações
nacionais e internacionais, como o Pnud,
Pnuma, Banco Mundial, BID, IICA, e CEPAL.
Alguns dos principais trabalhos realizados
como consultor incluíram a Conferência
Internacional sobre Desenvolvimento
Sustentável e Impactos Climáticas.
Magalhães é um dos fundadores
e atual presidente do Conselho Curador
da Fundação Grupo Esquel
Brasil, uma organização
não governamental que promove
políticas de desenvolvimento
sustentável no Brasil.
Também representou
o governo brasileiro em foros internacionais,
especialmente o Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas
(IPCC). Em 1991, recebeu nos Estados
Unidos o Prêmio Internacional
Mitchell sobre desenvolvimento sustentável.
Publicou livros e artigos, tanto no
Brasil quanto no Exterior, sobre temas
como desenvolvimento regional, planejamento,
desenvolvimento sustentável e
impactos climáticos.
(Fonte: Banco Mundial)
Território
brasileiro terá novo mapeamento
09/03/2007 - O Ministério
do Meio Ambiente irá realizar
um novo mapeamento de todo o território
brasileiro. O projeto será lançado
ainda em 2007 e trará uma visão
geral do país com escala de 1
para 5 milhões. Também
serão finalizados os mapas da
Amazônia e do Nordeste com escala
de 1 para 1 milhão. A decisão
foi tomada pela equipe do Programa ZEE
em reunião de planejamento encerrada
nesta sexta-feira.
O grupo definiu, ainda,
concluir até o final deste ano
o ZEE da Bacia do São Francisco
e do Parnaíba. Os dois terão
áreas de detalhamento que variam
de 1 para 100 mil até de 1 para
50 mil. No Parnaíba será
detalhada o cerrado, o núcleo
de desertificação de Gilbués
e o Delta do Parnaíba. E no São
Francisco, o núcleo de desertificação
de Cabrobó e o alto da bacia.
Outra ação
para 2007 é a integração
do todos os mapeamentos feitos nos estados
da Amazônia Legal em um sistema
geral na internet hospedado no site
do Ministério do Meio Ambiente.
Nesse processo os mapas serão
disponibilizados de forma a melhorar
e interligar as informações
detalhadas nos mapas. Serão priorizados
cenários para o desenvolvimento
do Brasil, com atenção
para as diretrizes do Conselho de Desenvolvimento
Sustentável, em áreas
como a de agroenergia.