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ESTADO E PREFEITURA DE SP PROMOVEM AÇÃO PARA RECUPERAR A AGUARAPIRANGA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2007

08/03/2007 - Parceria entre governo estadual e prefeitura vai intensificar fiscalização e policiamento na região do manancial, além de prever o fim do avanço das ocupações irregulares no entorno da represa. Segundo levantamento apresentado ontem, existem 30 mil famílias residindo em Áreas de Preservação Ambiental (APPs) na Guarapiranga.

Em reunião realizada ontem (7/3) no Parque Ecológico Guarapiranga, em São Paulo, o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Xico Graziano, apresentou um conjunto de ações que estão sendo iniciadas em parceria com a Prefeitura da cidade para a reversão do quadro de degradação e da omissão pública que impera há anos na região da Guarapiranga, manancial que abastece quase 4 milhões de habitantes na região metropolitana da capital paulista. Esta reunião foi a segunda realizada com representantes da sociedade civil neste ano por parte do governo estadual.

Entre os objetivos anunciados ontem está a contenção da ocupação na região da Guarapiranga, que se dará através da intensificação das atividades de fiscalização e policiamento na região. Além disso, está sendo elaborado plano de "congelamento" da ocupação, que prevê mapeamento das áreas de maior fragilidade ambiental e risco à saúde, bem como o cadastramento das famílias que ocupam essas áreas. Este detalhamento permitirá uma avaliação do que deve ou não ser removido, uma vez que, segundo o levantamento apresentado ontem na reunião, existem 30 mil famílias residindo em Áreas de Preservação Ambiental (APPs) na região da Guarapiranga.

No dia 22 de março (Dia Mundial da Água) será realizada uma cerimônia, com a presença do governador José Serra e do prefeito Gilberto Kassab, para a assinatura de convênio de atuação conjunta na Guarapiranga. O convênio se baseia em três componentes: fiscalização integrada, ações para desenvolvimento sustentável e coordenação das ações pelas três subprefeituras da região. Ainda no dia 22, o governador assinará o decreto de regulamentação da Lei Específica da Guarapiranga (que está atrasado em mais de um ano) e a Sabesp apresentará seu programa de investimentos para a região. De acordo com Xico Graziano, a ação na Guarapiranga servirá de base para ampliar a presente governamental para outros importantes mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, a bacia da Billings e o Sistema Cantareira.

Resultados do Seminário Guarapiranga 2006

No final de janeiro, o ISA em conjunto com ONGs atuantes na região da Guarapiranga, entregou a Xico Graziano e Eduardo Jorge, secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, e também presente na reunião de ontem, um resumo das ações recomendadas durante o Seminário Guarapiranga 2006. Junto com o documento, foi entregue a Carta da Guarapiranga, que traduz as principais intenções dos 163 participantes daquele evento.

No final da sua fala na reunião de ontem, o secretário estadual disse que leu com calma a Carta da Guarapiranga e que esta "reflete o ideário da Secretaria para a Guarapiranga". Já Eduardo Jorge disse que as sugestões do seminário devem orientar o desenvolvimento sustentável da região. Além de Graziano e Jorge, participaram da reunião de ontem os três subprefeitos da região da Guarapiranga (M´Boi Mirim, Capela do Socorro e Parelheiros), representante da secretaria de governo do município, representantes do legislativo e da sociedade civil organizada da região.
ISA, Marussia Whately.

ISA busca fortalecer atuação da sociedade civil na Guarapiranga

05/03/2007 - O Programa Mananciais do Instituto Socioambiental promoveu curso de capacitação, com foco em gestão, elaboração de projetos e recuperação ambiental, para articular e fortalecer entidades que atuam na região do manancial da Grande São Paulo. A idéia é multiplicar as ações de educação ambiental, campanhas de conscientização, bem como a produção de informação e o desenvolvimento de projetos de boas práticas ambientais.

O Programa Mananciais do Instituto Socioambiental promoveu, no final do ano passado e início deste ano, curso de capacitação das organizações da sociedade civil que atuam na região do sub-comitê Cotia-Guarapiranga. O curso tratou de gestão, elaboração de projetos socioambientais, uso de softwares livres e recuperação ambiental, em um projeto financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo (Fehidro). O processo de capacitação foi baseado em duas grandes etapas: uma mais geral, através da realização de três palestras de sensibilização, e outra mais aprofundada e específica, por meio de oito oficinas de capacitação, que proporcionaram aos participantes um conhecimento mais consistente.

A realização das palestras foi destinada a todos os representantes de entidades da sociedade civil, atuantes região do sub-comitê Cotia Guarapiranga, interessados em obter noções gerais em gestão, elaboração de projetos socioambientais, uso de softwares livres e recuperação ambiental. “Este curso trouxe mais conhecimento sobre diagnósticos socioambientais, além de me elucidar dúvidas sobre os itens de metas e metodologia para a elaboração de projetos”, comenta Íris Vieira, representante da Aecotur, instituição que atua na região da APA Capivari Monos, extremo sul da cidade de São Paulo.

Oficinas

As oficinas, realizadas no Parque Ecológico Estadual da Guarapiranga, tiveram duração de três dias cada uma e foram planejadas para proporcionar uma capacitação intensa e proporcionar troca de experiências, discussões dos problemas enfrentados pelos profissionais e suas instituições, visitas técnicas, contato direto entre moradores e recomendações para a sustentabilidade da região.

O primeiro bloco de oficinas tratou do uso de softwares livres com uso de plataforma Linux, com a distribuição de CD’s de instalação de programas, bem como de materiais de busca de sites afins sobre este assunto e manuais de uso de programas livres. Foram discutidos os princípios básicos dos softwares livres, como os casos daqueles que possuem seus códigos abertos para consulta e contribuição para suas ferramentas. Assim como aqueles que são fechados mas podem ser utilizados gratuitamente por usuários do mundo todo.

Os participantes do curso tiveram na oficina de recuperação ambiental a oportunidade de conhecer as experiências de recuperação que vem sendo realizados no Vale do Ribeira, assim como a experiência da Fundação Florestal sobre recuperação florestal, apresentada pela também engenheira agrônoma Claudette Marta Hahn.

A turma do curso também foi a campo conhecer as boas práticas ambientais aplicadas no Solo Sagrado, espaço mantido pela Igreja Messiânica ao lado da represa, que vem fazendo uma gestão ambiental exemplar em sua área. Como é o caso do viveiro de mudas de flores e árvores nativas que tem seu processo todo orgânico.

Na última oficina de elaboração de projetos, foi apresentado o edital do Fundo Municipal de Meio Ambiente da Cidade de São Paulo (Confema). A apresentação foi feita pela engenheira florestal Maria Lucia Bellenzani, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente da Cidade de São Paulo. Em 2007 o fundo vem priorizando projeto voltados para as Áreas de Proteção Ambiental da Cidade de São Paulo (Bororé e Capivari Monos).

Houve também a apresentação da arquiteta Maria Carmem Gomes, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que falou sobre os critérios e exigências do Fundo de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo para apoiar projetos. Após estas exposições, durante três dias os participantes passaram para uma oficina prática de elaboração de projetos que resultou em sete projetos a serem apresentados a possíveis financiadores. Estes projetos ainda merecem acabamentos e acertos que serão dados pela equipe do Programa Mananciais do ISA.

Capacitação e Troca de Experiências

Um dos resultados do curso de capacitação foi a troca de experiências entre os participantes e a comunidade, como comenta a assistente social Maria Célia Santos, da Paróquia Santos Mártires, que possui diversos trabalhos sociais na região: “por mais que a gente faça visitas à comunidade, num curso como esse, o olhar é outro, a visita de campo e à comunidade foi mais profunda”.

Vale lembrar que a bacia da Guarapiranga, segundo o Diagnóstico Socioambiental Participativo desenvolvido pelo ISA, apresenta 59% de seu território alterado por atividades humanas, contando com uma população de quase 800 mil pessoas e péssimas condições de saneamento, que agravam o quadro de abastecimento público de toda a Região Metropolitana de São Paulo.

Neste contexto, as ações de capacitação da sociedade civil sobre elaboração de projetos, formação e aprimoramento no uso no dos recursos financeiros e uso de programas de computadores gratuitos podem facilitar os trabalhos das instituições da sociedade civil da Guarapiranga e contribuir para a reversão do precário quadro da bacia.

Propostas e Ações

O ISA, no escopo do projeto de capacitação da sociedade civil da Guarapiranga, está realizando levantamento sobre o perfil institucional das organizações do terceiro setor atuantes na região. O objetivo é o de identificar as deficiências e dificuldades presentes no dia-a-dia das organizações. Assim, este levantamento poderá contribuir para os enfrentamentos dos problemas e o fortalecimento da atuação da sociedade civil.

Se bem estruturada e articulada, a sociedade civil pode desempenhar um papel importante e complementar ao do poder público em ações de educação ambiental, promoção de campanhas de conscientização, produção de informação e desenvolvimento de projetos de boas práticas ambientais, bem como de recuperação. Como destaca Maria Nazareth Colore, “antes do curso não me sentia capaz de elaborar um projeto, mas foi muito esclarecedor participar das atividades”.

Um dos principais produtos do curso são as propostas de projeto que surgiram durante a oficina de elaboração de projetos e que serão acompanhados pela equipe ISA. Bem como as recomendações, que casam com as já feitas pelo Seminário Guarapiranga 2006 e que constarão no relatório final do projeto de capacitação da sociedade civil da Guarapiranga.
ISA, Marcelo Cardoso.

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ONGs lançam cartilha sobre uso sustentável de energia

09/03/2007 - Nesta sexta-feira, 9 de março, um conjunto de ONGs brasileiras lança a Campanha Popular por Eficiência Energética com a publicação de uma cartilha virtual intitulada “Eficiência Energética: para todos, por um mundo sustentável”, disponível para leitura aqui.

A cartilha também está disponível para consulta nos sites das entidades Amigos da Terra/Brasil, Fórum Carajás, WWF Brasil e Vitae Civilis, que integram o GT Energia do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS).

Para a coordenadora do Amigos da Terra/Brasil, Lúcia Ortiz “a aceleração do uso dos recursos energéticos, seja para a eletricidade ou para o transporte, ameaça à natureza, afeta as gerações presentes e futuras e contribui para agravar o problema global do nosso século: o aquecimento do Planeta”. Compreender o que é esse processo e o que podemos fazer para contribuir é um dos objetivos dessa iniciativa, mas não o único. Segundo Lúcia, “quando cada cidadão é consciente dos resultados das ações que evitam o desperdício e promovem o uso racional e eficiente de energia, acaba por exercer também sua responsabilidade ao cobrar dos governos e dos atores da economia medidas que busquem maior austeridade, suficiência, justiça social e ambiental na produção e consumo da energia”, afirma.

O jornalista Mayron Regis, integrante do Fórum Carajás e autor dos textos da cartilha, adverte que a cartilha “não é aquela coisa de manual das melhores práticas de um consumidor em época de aquecimento global, até porque de manuais de boa convivência, de bons modos e de politicamente correto, o inferno já está cheio”. O texto vai além: qual é nossa participação na crise social e ambiental e o que podemos fazer para evitá-la ou amenizá-la? Essas questões tocam nos hábitos de vida e de consumo, que exigem variedades de produtos e energia ininterrupta para grandes industriais, como as empresas eletro intensivas (alumínio, ferro-gusa e etc).

Então, o que fazer para diminuir a pressão pela geração de mais energia através de mais hidrelétricas, termelétricas a carvão e usinas nucleares? A cartilha, sem ser um manual, indica alguns passos para o cidadão comum, tocado pelo chamado da consciência ambiental e política, a agir sem abrir mão do seu direito ao conforto para exercer cidadania, que também é qualidade de vida.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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