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LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO SÃO FRANCISCO É AVALIADO COM INSEÇÃO, DIZ MINISTRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

14 de Março de 2007 - Luciana Vasconcelos - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebeu hoje (14) os representantes do Acampamento "Pela vida do Rio São Francisco e do Nordeste e contra a transposição". Eles estão acampados em Brasília desde o início da semana, para pedir a revitalização do rio e o fim do projeto do governo federal que desviará rios para interligar bacias do Nordeste.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), vinculado ao ministério, é responsável pela liberação das licenças ambientais necessárias ao projeto. Uma licença prévia já foi liberada. Para que as obras tenham início, está sendo avaliada a licença de instalação. Será preciso, ainda, uma licença de operação.

“Do ponto de vista da viabilidade ambiental do projeto, no processo de licença prévia tudo foi feito com total independência e isenção”, afirmou a ministra. Em relação ao licenciamento ambiental, Marina disse que os trabalhos da pasta sobre o programa de revitalização da bacia foram feitos "com toda a responsabilidade técnica e ambiental que um processo com essa complexidade e magnitude exige", observou, acrescentando que o ministério está "inteiramente tranqüilo em relação às decisões que estão sendo tomadas".

A ministra disse, ainda, que espera a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que está na pauta do plenário da Câmara dos Deputados. A medida cria um fundo para revitalização do Rio São Francisco. A previsão é que o fundo tenha até 20 anos de duração e destine cerca de R$ 300 milhões para o projeto.

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Manifestantes contra transposição do São Francisco são recebidos pelo STF

14 de Março de 2007 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski recebe documento do advogado da associação dos trabalhadores rurais da Bahia, Carlos Chaves. Cerca de 500 pessoas de movimentos sociais e comunidades da bacia do Rio São Francisco pedem a revitalização do rio e o fim do projeto de transposição que desviará rios para interligar bacias do Nordeste.

Brasília - Acampados desde a última segunda-feira (12) na capital federal, representantes de movimentos sociais e de comunidades sob influência da transposição do rio São Francisco dedicaram a quarta-feira (14) para obter apoios políticos contra o projeto. Além de se reunirem com a ministra do Meio Ambiente Marina Silva pela manhã, os participantes do Acampamento pela Vida do Rio São Francisco e do Nordeste contra a Transposição participaram de uma audiência pública realizada pelo Ministério Público Federal. Simultaneamente, representantes do grupo foram recebidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) César Peluso e Ricardo Lewandowski.

O grupo apresentou aos ministros uma série de argumentos jurídicos, ambientais e sociais para que a obra seja embargada. O STF foi procurado porque cabe aos seus 11 ministros confirmar ou refutar a decisão do ministro Sepúlveda Pertence, que, em dezembro de 2006, derrubou as liminares que impediam o licenciamento ambiental da obra de transposição.

“O Supremo vai examinar apenas os aspectos jurídicos da questão, mas vamos fazer isso com muito cuidado e levando em consideração os argumentos e as questões apresentadas no processo”, disse Lewandowski. Alegando que o tema é complexo e que a pauta da casa está “congestionada”, o ministro não quis estimar uma data para o julgamento.

Integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Alexandre Gonçalves falou longamente com Lewandowski sobre as razões porque o grupo acredita que o projeto de transposição “é uma falsa solução para um falso problema”. “O problema da região do semi-árido não é a falta de água, mas a má gestão dos recursos disponíveis. Na Região Nordeste, por exemplo, existem mais de 70 mil açudes destinados ao armazenamento de água, mas grande parte da população não tem acesso à água”.

O grupo acusa o projeto de destinar a maior parte da água que será transposta para o agronegócio. “Mais de 70% irão para os grandes perímetros irrigados, para a fruticultura, o plantio de cana-de-açúcar, a criação de camarões e o pólo siderúrgico da região de Pecem (CE). Ou seja, o custo vai ser alto e poucos serão beneficiados”, diz Gonçalves.

Rubens Siqueira, um dos coordenadores do acampamento, disse que o grupo ficou satisfeito com os compromissos cumpridos. Embora tenha destacado o fato de a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ter sido a primeira representante do Poder Executivo a receber o grupo, Siqueira classificou o encontro como “tecnocrático”. “Ao contrário de outros técnicos, que avaliam muito mais criticamente o projeto, a ministra não apenas disse não ter encontrado nada que impedisse o licenciamento ambiental, como deixou no ar que deve estar saindo a licença de instalação”.

Para Siqueira, no entanto, o governo não poderá iniciar as obras enquanto o STF não julgar a decisão do ministro Sepúlveda Pertence. “O governo está querendo criar uma consciência na sociedade, em especial na Região Nordeste, de que nada mais impede a transposição, mas nós acreditamos que ainda podemos reverter o quadro”.

Não desistiremos da luta contra transposição do São Francisco, diz representante da Pastoral da Terra

14 de Março de 2007 - Luciana Vasconcelos - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Representantes de movimentos sociais contrários ao programa do governo federal de transposição do Rio São Francisco dizem que vão continuar combatendo a continuidade do projeto.

"Os povos da bacia estão dispostos a ir até o limite para evitar a transposição”, disse Alexandre Gonçalves, da Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais.

A afirmação foi feita hoje (14), após a reunião entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o grupo de manifestantes contrários ao projeto e favoráveis à revilização do rio. Desde o início da semana, cerca de 600 pessoas estão acampadas em Brasília para protestar contra a iniciativa do governo.

“É o momento de a gente construir e fortalecer essa luta contra a transposição, porque nós não vamos parar por aqui", disse Gonlçalves. "Esse acampamento é mais uma caminhada contra esse processo. Há muitos anos a gente vem fazendo isso e não vamos parar”.

Segundo ele, os movimentos vão tentar impedir a execução do projeto por meio da Justiça, pois eles não acreditam mais em diálogo com o governo.

“Não existe com o governo margem de diálogo. A gente sabe que é uma posição de governo, que defende esse projeto de transposição”, disse, acrescentando que uma das críticas ao projeto é que ele não vai atender os pequenos produtores.

Coordenador do projeto do São Francisco pede que manifestantes contra transposição o procurem

13 de Março de 2007 - Luciana Vasconcelos* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Ministério da Integração Nacional quer ser procurado pelos manifestantes acampados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra a transposição de águas. A afirmação é do coordenador-geral do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, Rômulo de Macedo Vieira, do Ministério da Integração, que disse esperar que os protestos sejam encaminhados formalmente à pasta.

"Nós gostaríamos muito que se dirigissem à coordenação do projeto, apresentassem os questionamentos, para que a gente tivesse oportunidade de esclarecer a eles os reais objetivos, os reais benefícios que esse projeto trará à sociedade nordestina e brasileira como um todo”, afirmou à Rádio Nacional. “O projeto vem de um estudo exaustivo, mais de 400 especialistas participaram dos estudos, que vêm sendo feitos desde 1982 [quando a proposta era outra]”.

Um dos coordenadores do projeto São Francisco Vivo (de organizações da sociedade civil), Alexandre Gonçalves, disse que a integração não vai resolver o problema da seca, e sim estimular um desenvolvimento predatório da Região Nordeste, que beneficiará empresários e industriais.

“O problema é o seguinte: quando você vê os dados do projeto, apenas 4% das águas que vão para população difusa, para os agricultores que vivem no sertão, então o resultado com relação ao abastecimento de água para a população é muito pequeno. Grande parte dessa água, mais de 70%, está indo para o projeto de irrigação, grandes perímetros irrigados, está indo para criação de camarão, para o pólo siderúrgico”, afirmou.

“Nós defendemos uma verdadeira revitalização do São Francisco, porque o que a gente vê hoje é uma revitalização muito pífia, não existem ações na ponta”, completou Gonçalves. Segundo ele, a conversa com o governo não tem gerado resultados: “Acaba sendo um diálogo de surdo, porque o governo insiste em não ouvir, não aceitar as propostas no sentido de suspender esse projeto e criar um programa sério, abrangente, de convivência no Semi-Árido”.

Rômulo de Macedo Vieira, do Ministério da Integração, disse que o projeto de integração não causa impacto ao Rio São Francisco. “Com relação à destinação da água, nós temos uma outorga da Agência Nacional de águas que determina a retirada de somente 26 metros cúbicos por segundo do São Francisco em tempo integral, exclusivamente para abastecimento humano”, afirmou. “Apenas quando a barragem de Sobradinho estiver vertendo a gente pode pegar excedente de água e transportar até 114 metros cúbicos por segundo para armazenar nos açudes da região. Isso seria destinado a outros usos pelos estados.”

O coordenador disse que o ministério aguarda a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que sejam iniciadas as obras do projeto de integração de bacias. “Enquanto o Ibama não emite a licença ambiental, nós prosseguimos no detalhamento dos programas ambientais que serão implantados paralelamente à execução das obras”, observou. Segundo ele, no ano passado foram investidos R$ 192 milhões em recuperação de margens, saneamento e outras atividades de revitalização.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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