12/03/2007
- O Programa Paraná Mais Peixe, coordenado
pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, produziu nos últimos
cinco meses 20 milhões de peixes em
estágio pós-larva para repovoamento
do estoque pesqueiro nas bacias dos rios Paraná
e Iguaçu. A produção
superou as expectativas dos técnicos
do Centro de Pesquisa de Piscicultura Ambiental
(CPAA) do Instituto Ambiental do Paraná
em Toledo, que esperavam produzir 10 milhões
de peixes neste período.
Apenas neste mês,
o IAP lançou nos rios de São
Miguel do Iguaçu e Itaipulândia
20 mil peixes. Até o final de março
outros 60 mil serão soltos nos municípios
de Assis Chateaubriand e Jesuítas.
O secretário do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, explicou que o projeto Paraná
Mais Peixe se diferencia por atuar em parceria
com as prefeituras municipais. “O Estado repassa
os animais em estado pós-larva para
os produtores associados, que criam os peixes
em tanques até estado juvenil (oito
a dez centímetros), beneficiando o
meio ambiente e aumentando a sustentabilidade
financeira do pequeno produtor”, declarou
Rasca.
O produtor entra com a manutenção
dos tanques e com a ração para
os animais e, posteriormente, dedica parte
da produção para o repovoamento
de rios e córregos da região
que está localizado. O IAP oferece
capacitações, ajuda técnica,
além de apoio para a soltura dos peixes
nos rios.
A prefeitura indica os produtores
e também oferece técnicos, ração
e auxílio posterior na soltura dos
peixes juvenis nos rios. “Para participar,
o produtor deve ter uma infra-estrutura mínima
como tanque ou viveiro e rede de arrastão,
entrando apenas com a mão-de-obra”,
explicou o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko.
Na fase juvenil os peixes
já podem ser soltos em ambiente natural.
O produtor vai disponibilizar 70% da produção
para o projeto de repovoamento e os outros
30% são de propriedade do produtor,
que pode comercializá-los. A expectativa
é que dos 20 milhões de larvas
produzidas, 5 milhões atinjam a fase
adulta.
Resultados - A Associação
de Pescadores de Porto Ubá, em Lidianópolis,
é uma das 12 entidades que fazem parte
do projeto Paraná Mais Peixe. No início
do mês, um convênio celebrado
entre a Secretaria do Meio Ambiente e a associação
garantiu a prorrogação da parceria
por mais 30 meses.
O diretor da Associação
de Pescadores de Porto Ubá, Marildo
Oliveira, vê no projeto uma iniciativa
positiva para beneficiar o meio ambiente e
a condição financeira dos pescadores.“O
Governo está fazendo uma parceria muito
importante. De um lado tem melhoria da renda
aos pescadores e, do outro, os rios que são
beneficiados. Os 30% de peixes que comercializamos
são comprados quase que totalmente
pelo Governo. Daqui a algum tempo o rio estará
cheio de peixes novamente”, ressaltou Marildo.
Ele ainda disse que a expectativa
da Associação para esse ano
é lançar mais 200 mil peixes
no rio Ivaí e afluentes. Só
em 2006, as 11 famílias de pescadores
que integram a associação lançaram
no rio 240 mil peixes.
Também fazem parte
do programa as associações de
produtores de Foz do Iguaçu, São
Roque de Boaventura e Vera Cruz do Oeste,
e fazem parte do projeto, além das
prefeituras de Goioerê, Nova Aurora,
Pato Bragado, Missal, Santa Helena, Santa
Terezinha de Itaipu, Medianeira, Guaíra
e Itaipulândia.
Monitoramento - Segundo
o coordenador do CPAA e do Programa Paraná
Mais Peixe, Taciano Maranhão, engenheiro
de pesca, o projeto está entrando em
uma nova fase, que pretende investir em pesquisas
científicas para avaliar a qualidade
genética dos peixes soltos, através
de parcerias com universidades. Também
será feito monitoramento para avaliar
o estoque das populações soltas.
“Estamos produzindo peixes
a um preço relativamente barato e agora
entramos em uma segunda fase do projeto com
o monitoramento do rio, para ver se os peixes
estão tendo sobrevivência, além
de perceber problemas com cruzamentos através
de monitoramento genético e de estoque”,
explicou Taciano.
Peixes – Pacu, Curimbatá,
Piapara, Piracamjubá, e espécies
de pequeno porte como Lambaris e Acará
são alguns das 14 espécies nativas
que estão sendo produzidas. As espécies
de Pintados e Dourados estão em fase
de estudo por se tratarem de espécies
carnívoras que não se adaptarem
aos tanques.