13
de Março de 2007 - José Carlos
Mattedi - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, fala à Agência
Brasil sobre a abertura da programação
do Dia Mundial das Águas, comemorado
em 22 de março.
Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, disse hoje (13) que as regiões
de importância biológica, que
o governo identifica como prioritárias
para a conservação, não
vão sofrer com o impacto das obras
de geração de energia e de construção
de rodovias previstas pelo Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC). Segundo ela, o ministério
foi “previdente” ao realizar estudos e confeccionar
mapas que identificam as áreas prioritárias
de preservação da natureza,
não sendo assim o PAC um motivo de
preocupação.
De acordo com Marina Silva,
o Ministério do Meio Ambiente iniciou
em 2003 um trabalho estruturante, que resultou
em mapas de biomas e de áreas prioritárias
de conservação da biodiversidade,
e no plano nacional de criação
de unidades de conservação.
“Se o PAC tivesse vindo antes que tivéssemos
esses mecanismos, aí sim seria motivo
de preocupação. Mas o governo
foi inteiramente previdente. E agora que temos
essas informações e prioridades,
é só uma questão de fazer
funcionar o Sistema Nacional de Meio Ambiente
para os governos federal e estaduais”, frisou.
Segundo a ministra, não
há uma contradição entre
os projetos do PAC e as regiões que
o ministério quer conservar, por se
tratarem de áreas importantes para
o equilíbrio de ecossistemas e para
a preservação de espécies
ameaçadas de extinção.
“Não há contradição,
pelo contrário. Nós fomos previdentes
em termos essas informações,
antes mesmo de ter um programa de infra-estrutura
como esse. Se o PAC tivesse acontecido e não
tivéssemos esses instrumentos, aí
sim seria motivo de preocupação”,
pontuou.
Pelo menos dez obras do
PAC, localizadas principalmente na Amazônia,
atingem ou estão muito próximas
de áreas identificadas pelo MMA com
prioridade de preservação. A
constatação veio com a sobreposição
de dois mapas: do PAC e do programa de Áreas
Prioritárias para Conservação,
Uso Sustentável e Repartição
dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira.
Foi feita pelo jornal O Estado de S.Paulo
em reportagem publicada no último sábado
(10).
As dez obras são:
as rodovias BR 364, no Acre; BR 156, no Amapá;
e BR 230 e BR 163, no Pará; as hidrelétricas
Santo Antônio e Jirau, em Rondônia,
e São Salvador e Serra Quebrada, no
Tocantins; e as termoelétricas Vale
do Açu, no Rio Grande do Norte, e Candiota
2, no Rio Grande do Sul. Segundo Marina Silva,
quando for providenciado o licenciamento ambiental
para a realização dessas obras,
será feito o cruzamento de mapas e
de informações, o que permitirá
a dissolução de qualquer conflito.