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CONFLITO PELA ÁGUA NO PAÍS AINDA NÃO É “TÃO PREOCUPANTE”, DIZ MINISTRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

19 de Março de 2007 - José Carlos Mattedi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje (19) que o conflito pela água no Brasil ainda “não é tão preocupante”. Segundo ela, que participou da abertura da Oficina de Detalhamento dos Programas e Subprogramas do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), a preocupação maior é com o Semi-árido nordestino, onde há escassez de água. “O Plano é um esforço para fazer frente também aos conflitos pela água”, destacou.

Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam que em 2004 havia 21.449 famílias envolvidas em conflitos pela água no país. No ano seguinte, esse número subiu para 32.463 – um crescimento de mais de 50%. Os estados do Paraná, com 6.880, e do Pará, com 4.792 casos, lideravam a estatística. Conflitos pela água, segundo a CPT, são ações de resistência, em geral coletivas, para garantir o uso e a preservação das águas, e a luta contra a construção de barragens e açudes, contra a apropriação particular dos recursos hídricos e a cobrança pelo uso da água no campo.

A ministra informou que o Brasil tem vários programas de combate à escassez de água e à desertificação. “Nós estamos nos antecipando para evitar esses problemas, criando um sistema de gerenciamento democrático da água. Os comitês de bacias contemplam exatamente essa necessidade de distribuição eqüitativa e justa dos recursos hídricos, para evitar situações de injustiça”, afirmou.

A Oficina de Detalhamento dos Programas e Subprogramas do PNRH começou hoje e até quarta-feira (21) pretende subsidiar a implementação do Plano, que será submetido à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) no final do ano.

Se forem aprovadas no Conselho, as propostas contidas no PNRH serão então submetidas ao Plano Plurianual (PPA) de investimentos do governo federal para o período de 2008 a 2011.

Água dos rios é assunto de soberania nacional, diz Ministério do Meio Ambiente

21 de Março de 2007 - José Carlos Mattedi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O fato de o Brasil deter 13% da água doce do planeta é motivo de preocupação para o governo, não no sentido da abundância, mas quanto à soberania nacional em relação aos recursos hídricos, revelou hoje (21) o secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Marley Caetano de Mendonça. Essa preocupação, segundo o secretário, tem levado o Estado brasileiro a se “proteger”, ao não considerar como águas internacionais os rios compartilhados com os países vizinhos.

“Esse é um tema central de discussão no âmbito do governo. Temos tido o cuidado de garantir a soberania sobre as águas subterrâneas e de nossos rios. É uma questão de estratégia de estado não considerar recursos hídricos compartilhados como águas internacionais”, informou o secretário, depois de encontro, em Brasília, com representantes do governo e da sociedade civil, que discutiu o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).

Segundo Mendonça, o governo precisa tomar esse “cuidado” pois qualquer erro pode interferir no desenvolvimento do Brasil. “Com esse cuidado, pautamos os tratados específicos com os vizinhos, evitando que futuramente haja interferência internacional na gestão de nossas águas”, frisou. Mendonça ressaltou, ainda, que essa preocupação marca os tratados sobre recursos hídricos com os países da região amazônica.

O secretário do MMA disse que no momento não há nenhum tipo de problema referente ao compartilhamento de águas com os vizinhos, “nem para o futuro”. E que não existem preocupações com as duas bacias hidrográficas internacionais brasileiras: a Amazônica, cujas nascentes de alguns rios estão localizadas nos países fronteiriços, e a do Rio Paraná, quando o processo se dá de maneira inversa - o Brasil é “fornecedor” de água.

Falta de água potável no mundo aparece relacionada a 80% das mortes e doenças

22 de Março de 2007 - Lúcia Nórcio - Repórter da Agência Brasil - Foz do Iguaçu (PR) - Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que cerca de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso a água potável. Nos países em desenvolvimento, esse problema aparece relacionado a 80% das mortes e enfermidades. No Século 20, o consumo da água multiplicou-se por seis – duas vezes a taxa do crescimento da população mundial. Um total de 26 países sofrem escassez crônica de água e a previsão é de que em 2025 serão 3,5 bilhões de pessoas em 52 países nessa situação.

A água doce, potável e de qualidade, está distribuída de forma desigual. O Brasil detém 53% da água doce da América Latina e 12% do total mundial, mas enfrenta problemas no que diz respeito à disponibilidade de tal recurso. Conforme aponta o relatório GEO Brasil Recursos Hídricos, divulgado no início deste mês pela Agência Nacional de Águas (ANA), há uma enorme discrepância em relação à distribuição geográfica e populacional da água no país: a Região Hidrográfica Amazônica abriga sozinha 74% da disponibilidade de água e é habitada por menos de 5% dos brasileiros.

Para discutir essa realidade e buscar soluções para o uso racional da água, representantes de órgãos do governo gestores dos recursos hídricos, grandes consumidores e organizações do terceiro setor estão reunidos hoje(22), Dia Mundial da Água, em Foz do Iguaçu, para o lançamento de uma campanha nacional, a SOS H2O. Entre seus objetivos, esse pacto nacional com a assinatura da Carta de Princípios Cooperativos pela Água quer a eliminação da poluição e dos casos de doenças relacionados à falta de saneamento básico.

Governo, Organizações Não-Governamentais (ONG), políticos, empresas, cooperativas, fundações e sociedade civil se comprometerão a unir esforços para promover o uso eficiente da água junto à comunidade, à indústria e à agricultura. O documento, após ser assinado, será entregue à ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que participa do final do evento.

Durante todo o dia, seminários vão avaliar os avanços da Lei das Águas, que estabeleceu o Plano Nacional de Recursos Hídricos e completa dez anos neste ano. Serão mostradas experiências de sucesso e boas práticas voltadas à conservação da água. A Itaipu Binacional, que promove o evento junto com a Organização das Nações Unidas (ONU), apresentará os resultados do programa Cultivando Água Boa, que desenvolve ações de proteção ambiental em 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná III.

O Dia Mundial da Água será encerrado com um show inédito da cantora Maria Bethânia, que lançou recentemente dois discos inteiramente dedicados ao tema. O espetáculo em torno da água terá as Cataratas do Iguaçu como cenário.

Representantes de diversos segmentos entregam a Marina Silva carta de princípios em defesa da água

22 de Março de 2007 - Lúcia Nórcio - Repórter da Agência Brasil - Foz do Iguaçu (PR) - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebe hoje (22), Dia Mundial da Água, em Foz do Iguaçu, a Carta de Princípios Cooperativos pela Água, que será assinada no final da tarde por representantes de órgãos gestores dos recursos hídricos do governo federal e estadual, grandes consumidores e organizações não-governamentais, o chamado terceiro setor.

O ato é o início da campanha nacional SOS H2O. No documento todos se comprometerão a promover o uso eficiente da água em todos os segmentos da sociedade, mobilizando para isso o conhecimento e a experiência de cada instituição.

A celebração de hoje, que tem como tema "A procura de solução para a escassez da água" está sendo coordenada em todo o mundo pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e alimentação (FAO), também interessada na distribuição da água no globo terrestre. O encontro em Foz do Iguaçu foi organizado em conjunto com a Hidrelétrica de Itaipu e Fundação Roberto Marinho.

De acordo com estudos da ONU, mantendo-se os padrões atuais de consumo, em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para as necessidades básicas. Atualmente cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. A projeção da ONU indica agravamento da situação quando a população mundial atingir os cerca de 10 bilhões de habitantes, com a continuação das mudanças climáticas.

Em seu conjunto o documento estabelece “ bases indispensáveis para a construção de um mundo melhor, fundado no compromisso coletivo de respeitar e defender os princípios da dignidade humana, da igualdade e da eqüidade em escala mundial”. Lembra que o uso dos recursos naturais “ constitui compromissos assumidos por todos os 191 Estados-Membros das Nações Unidas e que se constituem nos “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, a serem cumpridos até o ano de 2015”.

O documento tipifica a escassez de água por categorias e aponta solução para cada uma delas. Em primeiro lugar, informa que a água disponível nos rios e lagos seria suficiente para atender à demanda, mas não chega às casas das pessoas por falta de um sistema de abastecimento, com estações de tratamento, adutoras e rede de distribuição. “No Brasil, aproximadamente 8% dos domicílios urbanos estão nessa situação. Em cerca da metade dos 92% dos domicílios atendidos com água, o esgoto resultante é coletado e conduzido de volta aos rios, em geral sem a necessária remoção da carga poluidora”, revela o estudo.

Em segundo lugar, o documento afirma que a quantidade de água que flui pelos rios ou está estocada nos reservatórios é “insuficiente para atender ao consumo doméstico e à produção agrícola, industrial e energética sendo preciso otimizar o uso, principalmente na agricultura, que é o segmento responsável por cerca de 70% da água retirada dos rios”.

O documento também informa que a quantidade de água nos rios é suficiente, mas de tão má qualidade, que não pode ser usada.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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