Biocombustível
- 21/03/2007 - Muito antes de o assunto etanol
chegar aos jornais e à televisão
em todo o mundo, e trazer o presidente dos
EUA ao Brasil, o Centro de Gestão e
Estudos Estratégicos (CGEE) já
reunia especialistas para se produzir e organizar
as informações necessárias
para orientar a tomada de decisão dos
gestores de políticas públicas
na área.
A primeira aproximação
do CGEE com o assunto aconteceu em 2004 –
quando convidou os pesquisadores Isaias Macedo
e Luis Antonio Horta para explorarem o tema
Biocombustíveis, que resultou no caderno
de estudos publicado pelo Núcleo de
Assuntos Estratégicos da Presidência
da República (Caderno NAE nº 2
Biocombustíveis) e em artigo publicado
na Revista Parcerias Estratégicas (dezembro
de 2004).
Em 2005, o CGEE iniciou
um estudo prospectivo, liderado pelo professor
Rogério Cerqueira Leite, da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Sua intenção
era preparar o País para expandir a
produção de etanol, de forma
sustentável, e abastecer os crescentes
mercados externo e interno.
O estudo já envolveu
cerca de 30 pesquisadores do Núcleo
Interdisciplinar de Planejamento Energético
da Unicamp, e responde, por muitos ângulos,
a uma pergunta básica: qual a melhor
maneira de aproveitar os recursos do País
para que o Brasil forneça, em 2025,
o etanol necessário para substituir
entre 5% e 10% da gasolina consumida no planeta.
Em fases
O título do projeto: "Estudo sobre
as Possibilidades e Impactos da Produção
de Grandes Quantidades de Etanol Visando a
Substituição Parcial da Gasolina
do Mundo" explica seu âmbito. A
equipe, orientada, principalmente, pelo professor
Cerqueira Leite, que idealizou o estudo, e
pelos vice-coordenadores Luiz Antonio Barbosa
Cortez, Manoel Sobral Jr e Manoel Regis Lima
Verde Leal, consolidou – em sua primeira fase
– informações sobre o mercado
atual, os países produtores de etanol,
a disponibilidade de recursos naturais para
a expansão da produção,
a tecnologia atual da cultura da cana no País,
a infra-estrutura já existente e a
necessária para o incremento na produção
e a exportação de etanol, além
dos impactos sociais, ambientais e econômicos
dessa expansão.
"Os resultados da primeira fase, concluída
em dezembro de 2005, convergiram para a idealização
de uma ‘Destilaria Padrão’ produtora
de etanol", explica Marcelo Poppe – que
ocupou a Secretaria do Desenvolvimento Energético
do Ministério das Minas e Energia (2001-2003)
e lidera esse e outros projetos da área
de energia dentro do CGEE.
Na segunda fase, também
já concluída, o trabalho do
grupo de pesquisadores concentrou-se no levantamento
e consolidação de dados relacionados
à melhoria das tecnologias já
estabelecidas no cultivo da cana e na fase
industrial da produção de álcool.
Até o final de março acontecerá
o workshop em que os pesquisadores apresentarão
as conclusões do relatório final
dessa fase. O conjunto de estudos será
publicado até o final do primeiro semestre
na forma de livro.
"Nessa segunda fase,
o estudo apresenta a ‘usina modelo’, que se
diferencia da `Destilaria padrão` pela
incorporação de inovações
tecnológicas. Os cenários da
segunda fase contemplam, também, a
organização da produção
em ‘clusters’ de destilarias, servidas por
alcooldutos", diz Poppe.
A terceira fase, que já
está em andamento, detalhará
o estudo de uma das áreas já
identificadas como potencialmente viáveis
para a expansão da produção
e, entre outros objetivos, proporá
também um novo marco regulatório
para o álcool combustível no
Brasil.
Alguns resultados
As terras - O primeiro resultado importante
é que o Brasil pode substituir 10%
da gasolina que estará em uso no mundo
em 2025, se organizar-se para isso. Para tanto,
deverá produzir 205 bilhões
de litros. Hoje, a produção
de etanol ocupa 3 milhões de hectares
de terras. O estudo já identificou
outros 53,4 milhões de hectares com
potencial de produção "alto
e bom".
Essa avaliação
do potencial levou em conta, principalmente,
qualidade do solo, chuvas e declividade. Como
o pressuposto do estudo é analisar
as possibilidades de expansão da produção
considerando sua sustentabilidade, 11 milhões
de hectares foram excluídos por restrições
ambientais ou por estarem ocupados com outras
culturas (que não pastagens, pois o
estudo considerou-as áreas livres).
Esses 42 milhões
de hectares restantes, se mantidos os índices
de produtividades atuais – pressuposto conservador
–, são mais do que suficientes para
o Brasil produzir os 205 bilhões de
litros em 2025. Essas terras se repartem,
no estudo, em 17 áreas de produção.
Todas elas estão fora do Centro Sul,
onde se verifica atualmente uma forte expansão
espontânea.
(As informações são do
CGEE)
Assessoria de Imprensa do MCT
+ Mais
Universidade realiza
ciclo de palestras sobre impactos globais
da meteorologia polar
Amazônia - 23/03/2007
- Desde ontem, pesquisadores e representantes
de instituições que lidam com
questões climáticas estão
debatendo o assunto em Manaus
Pesquisas científicas
no Ártico e na Antártica revelam
que as camadas de gelo das regiões
polares têm gravados registros históricos
do clima e da atmosfera do Planeta, apontando
para informações do passado
climático e de alterações
futuras, além de seus impactos no mundo
e no Brasil. A Amazônia também
é afetada pela metorologia polar, mobilizando
cientistas da região para aprofundar
o debate sobre a questão.
Pensando nisso, a Universidade
do Estado do Amazonas (UEA) está promovendo
o ciclo de palestras "Meteorologia Polar:
entendimento e impactos globais e suas implicações
na Amazônia", que começou
nesta quinta-feira (22), às 15h, e
termina hoje (23), no auditório da
Escola Superior de Tecnologia da Universidade,
em Manaus (AM).
Organizado pela coordenação
do curso de graduação em Meteorologia
e pelo Centro Estadual de Meteorologia e Hidrologia
(Cemethi) da UEA, o evento foi proposto em
comeração ao Dia da Água
ontem e ao Dia Meteorológico Mundial,
nesta sexta-feira. A palestra de abertura,
sob o tema "A profissão de Meteorologia
no Brasil", foi proferida pela presidente
da Sociedade Brasileira de Meterologia (Sbmet),
Maria Justi, que apresentou o tema "A
profissão de Meteorologia no Brasil".
Representantes do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), da Defesa
Civil e da Empresa Brasileira de Pesqiosa
Agropecuária (Embrapa) fizeram uma
apresentação de suas instituições,
discutindo suas atividades e necessidades,
bem como a importância da formação
de profissionais na área de Meteorologia
para o estado do Amazonas. Após as
palestras, foi realizada uma mesa-redonda.
À noite, às
19h, estavam programadas as palestras acadêmicas
"Será que vai chover? Como prever
o tempo", "Hidrologia da Bacia Amazônica"
e "Desmatamento e clima", proferidas
pelos pesquisadores Paulo Kuhn, Naziano Filizola
e Francis Wagner, da UEA, respectivamente.
Hoje, pela parte da tarde,
o ciclo de debates será aberto pelo
professor Marcílio Freiras, da UEA,
que vai apresentar o tema "Desenvolvimento
e perspectivas das ciências meteorológica
e hidrológica no Amazonas". Em
seguida, quatro palestras institucionais:
do Sistema de Proteção da Amazônia
(Sipam), da Defesa Civil Municipal, da Companhia
de Recursos Hídricos Minerais (CPRM),
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa) e da Empresa Brasileira de Infra-estrutura
Aeroportuária (Infraero). Depois das
palestras, novamente os presentes participarão
de mesa-redonda sobre os temas proferidos.
O evento terá ainda
mais três palestras acadêmicas:
"Como prever o clima com o limite do
caos", "Mudanças climáticas
globais"e "Efeito das queimadas
no clima", proferidas, respectivamente,
pelos pesquisadores Maria Justi, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Antônio
Manzi e Theotônio Pauliquevis, ambos
do Inpa.
Coordenado pelos pesquisadores
Francis Wagner e Naziano Filizola, o evento
conta ainda com o apoio do Experimento de
Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia
(Programa LBA/Inpa) e com o patrocínio
da Petrobras, que também está
sendo representada com de trabalhos do Projeto
Piatam.
Ano Polar
A Organização Meteorologia Mundial
(OMM) estabeleceu para o ano de 2007 o tema:
"Meteorologia Polar: Entendendo os Impactos
Globais" em reconhecimento à importância
do Ano Polar Internacional de 2007-2008.
O Ano Polar Internacional visa estabelecer
um período de intenso trabalho internacional,
de pesquisa científica interdisciplinar
e de observações focalizadas
nas regiões polares da Terra, buscando
entender sua influência em outras porções
do globo.
Embora o tema deste ano
ser voltado para latitudes mais altas, durante
o evento na UEA serão discutidas questões
como mudanças climáticas globais
e suas implicações para a Amazônia,
efeito dos desmatamentos e queimadas no clima
regional e a previsão de tempo e clima.
Assessoria de Comunicação do
INPA