21
de Março de 2007 - Aline Beckstein
- Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - A Fundação
Estadual de Meio Ambiente (Feam) de Minas
Gerais divulgou hoje (21) o laudo que responsabiliza
a Mineradora Rio Pomba Cataguases pelo acidente
ambiental ocorrido em 10 janeiro deste ano,
no município de Miraí, na Zona
da Mata mineira.
De acordo com o relatório
da Feam, elaborado pelo consultor internacional
especialista em barragens Joaquim Pimenta
de Ávila, a possível causa do
rompimento foi o desnível da crista
da barragem do lado direito, onde havia uma
estrada de acesso ao local.
Segundo Zuleika Torquetti,
diretora de Licenciamento de Atividades Industriais
e Minerárias da Feam, o rompimento
foi causado por falhas na construção:
"O lugar por onde deve escoar o líquido
contido no reservatório não
tinha revestimento adequado e a parede lateral
de terra, próxima à estrada,
não resistiu ao volume de água,
e acabou se rompendo".
O laudo apresentado pela
mineradora atribui o rompimento da barragem
São Francisco aos elevados índices
de chuva que caíram na região
nos dias anteriores ao acidente. Em nota oficial
divulgada em sua página da internet,
a empresa diz que "este fenômeno
climático ocorrido, popularmente chamado
de tromba d´água, evidencia o
estado de calamidade vivido não só
pela Zona da Mata do Estado de Minas Gerais,
como também por todo o Sudeste brasileiro
nesses últimos meses"
Zuleika Torquetti informou
que os dois relatórios estão
sendo encaminhados pela equipe técnica
ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), para
apuração de possível
responsabilidade de engenheiros, e aos Ministérios
Públicos de Minas Gerais e do Rio de
Janeiro, que poderão abrir ação
civil pública.
Na semana que vem, o laudo
será enviado para o Conselho Estadual
de Política Ambiental (Copam), de Minas
Gerais, que avaliará se mantém
a multa aplicada pela Feam, no valor de R$
75 milhões, à Rio Pomba Cataguases.
Mineradora não comenta
laudo sobre culpa por vazamento de lama na
Zona da Mata
21 de Março de 2007
- Aline Beckstein - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A mineradora Rio
Pomba se recusa a comentar o laudo que confirma
sua culpa pelo vazamento de lama ocorrido
em janeiro na Zona da Mata mineira, que causou
grave acidente ecológico.
O estudo da Fundação
Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais
(Feam) aponta a mineradora como responsável
pelo rompimento da barragem São Francisco,
em Miraí. De acordo com a assessoria
de imprensa, a empresa só vai se pronunciar
após recebê-lo oficialmente.
O laudo, elaborado por um
consultor internacional, chega à mesma
conclusão do Ministério Público
de Minas, apontando como provável causa
do rompimento o desnível da crista
da barragem onde havia uma estrada de acesso
ao local.
Segundo a assessoria da
Feam, esse relatório conclui as investigações.
Em janeiro do ano passado, a fundação
aplicou multa de R$ 75 milhões e impediu
a mineradora de funcionar.
O vazamento, ocorrido no
dia 10 de janeiro, derramou pelo menos 2 bilhões
de litros de lama em rios da região,
atingindo os municípios de Miraí,
Muriaé e Patrocínio de Muriaé,
em Minas Gerais, além de Laje do Muriaé
e Itaperuna, no Rio.
Passados mais de dois meses,
os municípios prejudicados ainda não
se recuperaram dos prejuízos econômicos
e ambientais. Segundo o vice-prefeito de Muriaé,
Rodrigo Guarçoni, os problemas são
mais graves nas áreas rurais. "A
lama oriunda do rompimento da barragem por
vários anos terá impacto sobre
as propriedades, ocasionando também
perda de culturas e pastagens, principalmente
nas áreas mais baixas".