Panorama
 
 
 

OS CAMINHOS PARA RECUPERAR A GUARAPIRANGA E GARANTIR ÁGUA PARA O FUTURO DE SÃO PAULO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2007

20/03/2007 - Nesta quarta-feira 21 de março, véspera do Dia Mundial da Água, os caminhos para recuperar o mais precioso manancial de água de São Paulo serão traçados. O ISA lança publicação com CD e mapa-poster que agrupa 63 propostas de ação para reverter o quadro de degradação da represa Guarapiranga, além de todos os resultados do Seminário Guarapiranga 2006.

O Instituto Socioambiental (ISA), em parceria com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo, lança nesta quarta-feira a publicação "Seminário Guarapiranga 2006 - Proposição de ações prioritárias para garantir água de boa qualidade para abastecimento público", que agrupa 63 propostas de ação para reverter o quadro de degradação da represa Guarapiranga, em São Paulo. A publicação traz os resultados do Seminário Guarapiranga 2006, realizado em maio e junho do ano passado, um CD e um mapa-poster. Acesse aqui a publicação na íntegra.

A Guarapiranga é o manancial mais ameaçado da região metropolitana de São Paulo. A ocupação urbana equivale a 17% da área da bacia hidrográfica deste manancial, enquanto que a alteração por outras atividades humanas (agricultura, mineração e áreas desmatadas e sem uso aparente) atinge 42% da bacia, totalizando 59% de áreas alteradas. O saneamento na região é precário e grande parte do esgoto produzido pelos 800 mil moradores do entorno da represa é despejada nos rios, córregos e no próprio reservatório sem qualquer tratamento. As áreas preservadas, fundamentais para a purificação e produção de água, são cada vez mais escassas. Apesar da sua importância, apenas 1% da área da bacia encontra-se efetivamente protegida como parque.

Em 2006, o ISA em parceria com 17 organizações da sociedade civil, governo estadual e prefeituras municipais, realizou o Seminário Guarapiranga 2006. Este evento teve duração de 3 dias e reunião mais de 160 especialistas no assunto. Deste trabalho resultou a Carta da Guarapiranga (veja a carta) e um conjunto de 63 propostas de ação. Para cada proposta de ação, os participantes do seminário definiram prazos, responsáveis pela execução e apontaram formas de viabilizar a ação.

Mais parques e fim dos lixões

Entre as ações propostas está, por exemplo, a criação de seis novos parques para proteger as áreas de várzea dos principais afluentes da represa. A execução destas ações seria de responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, prefeituras municipais e Dersa, uma vez que entre as áreas propostas estão os parques previstos como compensação ambiental aos impactos do Trecho Sul do Rodoanel na região.

No que diz respeito a saneamento, os participantes fizeram propostas que incluem a adequação do aterro sanitário de Itapecerica da Serra, o encerramento das atividades no lixão de Embu-Guaçu, a identificação de lançamentos e paralisação da disposição de esgotos na Guarapiranga. Entre os responsáveis pela realização destas propostas estão a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, a Cetesb, as prefeituras municipais e a Sabesp. Todas essas ações são consideradas emergenciais, com prazo de execução para 2007.

Além de conjunto de propostas, a publicação traz ainda um CD contendo toda a base de dados produzida durante o seminário e um mapa-pôster com os remanescentes de vegetação existentes na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Este mapa, produzido a partir de dados sobre o uso do solo da Emplasa, permite verificar que apenas 44% da RMSP encontra-se coberta por vegetação, e que 70% desta vegetação está localizada em área de mananciais. Entre os 39 municípios da RMSP, quatro estão totalmente inseridos em área de mananciais e possuem mais de 60% de seus territórios cobertos por vegetação. São eles: Embu-Guaçu, Juquitiba, Rio Grande da Serra e São Lourenço da Serra. Entre os municípios com as menores parcelas de vegetação (inferiores a 10% de seus territórios) estão: Diadema, São Caetano do Sul e Osasco.

Desde a realização do seminário até o momento, o ISA, em parceria com entidades da sociedade civil, como o Fórum em Defesa da Vida contra a Violência, CDHEP, Centro Universitário Senac, Espaço, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Polis, Sesc Interlagos, SOS Guarapiranga e Yacht Clube Santo Amaro, vem realizando reuniões para acompanhar os desdobramentos e pressionar o poder público para incorporar as recomendações do seminário na sua agenda de ações.

Este grupo da sociedade civil participou recentemente de reuniões com os secretários de Meio Ambiente do Estado e do município de São Paulo, quando apresentou um documento com o resumo das propostas para serem incorporadas ao plano de ações que estas secretarias estão liderando dentro de suas respectivas esferas de poder. Em reunião realizada neste mês de março no Parque Ecológico Guarapiranga, inclusive, os dois secretários lembraram da importância das recomendações do Seminário Guarapiranga 2006. A expectativa é que estas recomendações sejam efetivamente incorporadas. Saiba mais.

Água boa para os próximos cem anos

O Seminário Guarapiranga 2006 foi realizado nos dias 30 de maio a 1 de junho de 2006, no Solo Sagrado de Guarapiranga. O seminário também produziu a Carta da Guarapiranga - Água boa para os próximos 100 anos da represa, documento que formaliza princípios e ações de recuperação e preservação de toda a bacia hidrográfica da Guarapiranga, manancial que abastece 3.7 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

Para sua realização, foi formada uma comissão coordenadora composta pelas seguintes instituições: Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo, Centro Universitário Senac, Espaço – Formação Assessoria e Documentação, Fórum em Defesa da Vida contra a Violência, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Florestal, Instituto Polis, Instituto Socioambiental, Prefeitura Municipal de Embu-Guaçu, Sabesp, Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo, Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente de São Paulo, SOS Represa Guarapiranga, Subprefeitura da Capela do Socorro, Subprefeitura do M´Boi Mirim, Subprefeitura de Parelheiros e Vitae Civilis.

O seminário contou com o apoio financeiro do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e do Sebrae-SP. Para a produção de informações antes e durante o Seminário, o ISA também contou com o apoio do Senac e do Centro de Estudos da Metrópole/Cebrap. O Seminário contou ainda com apoio logístico da Fundação Mokiti-Okada.

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Sabesp discute nova política ambiental com ONGs

19/03/2007 - Em reunião nesta segunda-feira, o presidente da principal companhia de abastecimento de água e coleta de esgoto de São Paulo, Gesner de Oliveira Filho, apresentou metas de desempenho ambiental, prometeu ampliar o diálogo e o acesso à informações da empresa e garantiu que o Sistema Cantareira, apesar dos atuais riscos de contaminação, "não será a Guarapiranga de amanhã".

Em reunião realizada hoje (19/3), o presidente da Sabesp, Gesner José de Oliveira Filho, recebeu em São Paulo um grupo de representantes de organizações não-governamentais para propor a construção de um diálogo para uma nova política ambiental da Sabesp, a maior companhia de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de São Paulo. Esta política pretende colocar em prática diretrizes do código de ética e conduta da empresa, entre elas a da sustentabilidade dos processos de produção.

A atuação da Sabesp com a área ambiental promete dar uma guinada sob a gestão de Oliveira Filho. Em reunião realizada hoje com ONGs, o presidente afirmou que a empresa terá uma nova política ambiental, tendo como base os ciclos de produção da Sabesp. Para esta política dar certo, a empresa passará a ouvir e contar com canais de troca de informação com setores da sociedade, como as entidades da sociedade civil e o Ministério Público.

Entre as ações apresentadas pelo presidente da Sabesp está a meta de obter, até 2010, o certificado de ISO 14001. A meta traz conseqüências práticas, uma vez que este certificado prevê a instalação de Sistema de Gestão Ambiental e atesta a responsabilidade ambiental no desenvolvimento das atividades da empresa. Além disso, a Sabesp passa por uma reestruturação de suas superintendências e diretorias, para contemplar de forma mais ampla a responsabilidade ambiental. Outras ações que estão em andamento são a criação de um canal de discussão no site da empresa e a participação da companhia nos comitês de bacia.

Nos próximos dias, o governo do estado e prefeitura de São Paulo apresentarão um conjunto de medidas para reverter o grave quadro de degradação da região da Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. Entre estas ações, está um plano de investimentos da Sabesp para diminuir o despejo de esgoto na represa. Estas ações fazem parte das recomendações constantes na Carta da Guarapiranga, citada pelo presidente da Sabesp, e que é um dos produtos do Seminário Guarapiranga 2006.

As principais reivindicações das ONGs presentes dizem respeito à falta de transparência na divulgação de informações sobre qualidade da água e desenvolvimento de ações em parceria. De acordo com Marussia Whately, do Instituto Socioambiental, a Sabesp deveria apresentar mais informações sobre a qualidade da água dos mananciais, e fazer disso um elemento mobilizador da sociedade em diferentes pontos do estado.

Foi levantada ainda a necessidade de intervenções na Guarapiranga e de continuidade da participação da Sabesp nas ações resultantes do Seminário Guarapiranga 2006. Marussia ainda reforçou a importância do Sistema Cantareira, e a necessidade da Sabesp realizar medidas para reverter a situação da represa Paiva Castro, que já apresenta sérios riscos de contaminação por esgotos. Em resposta, o presidente da Sabesp prometeu: “a Cantareira não será a Guarapiranga de amanhã”.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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