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PODER PÚBLICO PRECISA FISCALIZAR CUMPRIMENTO DA LEI DE GESTÃO DE FLORESTAS, DIZ AMBIENTALISTA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

21 de Março de 2007 - Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Depois de regulamentar a Lei de Gestão de Florestas, o governo precisa agir para que a legislação que permite a exploração sustentável das florestas brasileiras seja cumprida. Essa é a opinião dos movimentos sociais que participaram das discussões do decreto que regulamentou a nova lei.

Membro do Grupo de Trabalho da Amazônia e representante do Fórum Brasileiro de Organizações Não-Governamentais, Rubens Gomes acha que o decreto de regulamentação, prometido pelo Ministério do Meio Ambiente para o final do ano passado, demorou a ser editado. “Era importante que o governo agisse logo porque as pressões para amenizar a legislação estavam aumentando”, ressalta.

Para o ambientalista, a regulamentação, publicada hoje (21) no Diário Oficial da União, tornou completa a lei que permite a exploração sustentável das florestas brasileiras. “Agora, temos um dos marcos regulatórios mais eficazes do mundo para promover o desenvolvimento sem comprometer o meio ambiente”, salienta.

Gomes, no entanto, afirma que o decreto trouxe uma nova etapa na preservação ambiental. “Agora, o Poder Público terá de ser eficiente para aplicar a lei e impedir que os projetos de desenvolvimento sejam desvirtuados e convertam em abusos contra a natureza”, diz. “Esse agora é o grande gargalo do processo.”

O ecologista afirmou que o Estado terá de fortalecer os órgãos ambientais. “O Serviço Florestal Brasileiro [órgão do Meio Ambiente encarregado de monitorar os projetos de exploração sustentável das florestas] precisará ser firme na implementação da lei”, ressalta.

O especialista também cobrou o reforço da fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Há muitas invasões de florestas certificadas e de florestas manejadas”, opinou. “É fundamental que o governo seja forte nesse momento.”

Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março do ano passado, a Lei de Gestão de Florestas estabelece instrumentos de manejo sustentável em terras públicas com cobertura vegetal original ou pouco exploradas pelo homem. Uma das opções é a criação de unidades de conservação que permitem a produção florestal sem afetar o meio ambiente.

A lei também propicia a criação de reservas onde as populações locais podem fazer atividades extrativistas, como a retirada de castanha-do-pará e látex. A nova legislação permite ainda a concessão de áreas florestais pagas por até 40 anos, por meio de licitação pública, mas os empresários terão de se submeter a critérios ecológicos.

Diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso de Azevedo nega que a lei signifique a privatização da floresta. “Essa nova legislação é justamente o oposto da privatização” alega. “Como essas regiões permanecerão como áreas públicas, o Estado manterá o controle da exploração dos recursos naturais”.

21 de Março de 2007 - 20h50 - Última modificação em 21 de Março de 2007 - 21h09

Regulamentação de gestão de florestas demorou por causa de debate com a sociedade, diz diretor

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A regulamentação de Lei de Gestão de Florestas, publicada hoje (21) no Diário Oficial da União, só saiu agora porque os instrumentos criados pela nova legislação são inéditos e precisaram ser debatidos com a sociedade, avalia o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Tasso de Azevedo.

A lei, que permite a exploração da floresta de forma sustentável (sem prejudicar o meio ambiente), foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março do ano passado. No entanto, sem o decreto de regulamentação, muitos dispositivos da lei não podiam ser aplicados.

Segundo o diretor-geral do SFB, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente que vai acompanhar a aplicação da lei, agora será possível o governo consolidar a criação do Distrito Florestal Sustentável da BR-163, com 2,8 milhões de hectares em quatro florestas no oeste do Pará. “Agora, dispomos de todos os instrumentos para que esse distrito saia do papel”, ressalta.

Atualmente, o SFB também promove consultas públicas para discutir a criação do Distrito Florestal Sustentável do Carajás. Nessa área, que abrangerá o leste do Pará e o oeste do Maranhão, será permitida a exploração sustentável dos recursos naturais.

O decreto é resultado de um ano de discussão da Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFlop). Nesse período, representantes do governo, dos empresários e de movimentos sociais debateram pontos que não estavam definidos no texto da lei. “O texto final conseguiu incluir ganhos tanto para o Estado, como para o setor privado e os movimentos sociais”, avalia Rubens Gomes, que representou o Fórum Brasileiro das Organizações Não-Governamentais na CGFlop.

Com a regulamentação, ficou definido que até 10% da área de floresta utilizada por comunidades locais, como as populações ribeirinhas e os quilombolas, poderá ser desmatado para dar lugar a plantações, desde que os alimentos sejam destinados para consumo próprio. A minuta original do decreto estabelecia percentual de 5%.

A regulamentação também estabeleceu os critérios sociais e ambientais que serão levados em conta na concessão de florestas públicas. A lei permite que o governo promova licitações para que o setor privado explore essas áreas por até 40 anos. As empresas poderão retirar madeira e minérios, desde que obedeçam a critérios ecologicamente corretos. A cada três anos, a exploração será reavaliada.

“Licitar florestas é diferente de licitar produtos”, esclarece Tasso. “A legislação não pode levar em conta apenas o menor preço, mas critérios sociais e ambientais e é isso que precisava ser regulamentado”, acrescenta.

O decreto também os procedimentos que devem ser seguidos para incluir áreas degradadas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas. “Muitas áreas já exploradas pelo homem podem entrar no cadastro, mas precisam passar um por um processo de recuperação da cobertura vegetal original”, explica Tasso.

Para o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, a regulamentação é essencial para garantir a preservação das florestas brasileiras, principalmente a Amazônia. “Na Floresta Amazônica, 75% das terras são públicas e, em grande maioria, com florestas”, destacou Tasso. "Com a nova lei e agora o decreto, a gente tem um instrumento para a efetiva proteção e o uso sustentável da floresta".

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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