27.03.2007
– Manaus - A prefeitura de Manaus (AM) inicia
hoje a capacitação de técnicos
para garantir que a madeira utilizada nas
obras públicas na cidade não
provenham de fontes predatórias. O
treinamento é resultado da adesão
do município ao programa Cidade Amiga
da Amazônia (CAA), do Greenpeace, oficializada
pela prefeitura em 2005.
Organizado pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e pela organização
ambientalista, o curso é direcionado
aos técnicos dos núcleos de
engenharia das áreas de planejamento,
saúde, educação, obras
e saneamento básico, além de
técnicos de projeto e fiscais de obra.
O programa de capacitação
é organizado em seis módulos
de dois dias cada, e será realizado
até julho, com aulas práticas
e teóricas.
Lançado pelo Greenpeace
em 2003, o CAA tem por objetivo incentivar
prefeituras de todo o país a implementar
políticas de consumo consciente e fomentar
o mercado de madeira de manejo sustentável,
adotando critérios para a compra de
produtos madeireiros provenientes da Amazônia.
A estratégia do programa é sensibilizar
todos os envolvidos para que identifiquem
a madeira de origem legalizada, seus produtos
e subprodutos, evitando assim a compra de
madeira de espécies ameaçadas
ou em vias de extinção.
Para tornar-se uma “Cidade
Amiga da Amazônia”, as administrações
devem: proibir o consumo de mogno, uma espécie
ameaçada de extinção;
exigir, como parte dos processos de licitação,
provas da cadeia de custódia que identifiquem
a origem legal e sustentável da madeira;
dar preferência à madeira certificada
pelo FSC (sistema que estabelece os melhores
padrões e critérios de manejo
florestal); e orientar construtores e empreiteiros
a substituir madeiras descartáveis
utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto
e andaimes por alternativas reutilizáveis
como ferro ou chapas de madeira resinada.
“Ao implementar o programa,
a prefeitura de Manaus está estimulando
o setor madeireiro a manejar a floresta em
vez de promover e se aproveitar do desmatamento”,
disse Adriana Imparato, do programa Cidade
Amiga da Amazônia. “A partir do momento
que o governo municipal começar a controlar
as compras de madeira utilizada em obras públicas,
os fornecedores privados serão obrigados
a se adequar. Esta é uma importante
contribuição para parar com
a destruição da maior floresta
tropical do planeta”.
O CAA já conta com
a adesão de 36 municípios e
um estado.