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AUMENTO DA TEMPERATURA DA TERRA AMEAÇA ANIMAIS E PLANTAS, DIZ ESTUDO DA ONU

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

6 de Abril de 2007 - Carolina Pimentel e Irene Lôbo - Repórteres da Agência Brasil - Brasília - Se a temperatura da Terra aumentar mais de 1,5 grau, cerca de 30% das espécies animais e de plantas poderão desaparecer do planeta, de acordo com a segunda parte do relatório Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) das Nações Unidas, apresentada hoje (6) em Bruxelas, na Bélgica.

Outro cenário do estudo é a redução das terras cultiváveis. No caso do Brasil, de acordo com a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Meio Ambiente (Embrapa) Magda Lima, as áreas para plantio de café poderão diminuir. “Continuando com o aumento da temperatura, poderá haver uma perda de áreas aptas à plantação de café. Outras culturas, outras espécies deverão ainda ser investigadas”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

Estudo realizado pela Embrapa mostra o que aconteceria com as culturas de café, feijão, soja, algodão, arroz, milho e cana-de-açúcar na hipótese da temperatura do planeta subir de 1° a 5,8°. No pior cenário, a produção de café cairia das atuais 30 milhões de sacas para 2,4 milhões de sacas dentro de 100 anos - um prejuízo e cerca de US$ 375 milhões.

“Mesmo no Sul, a gente vê hoje problemas com relação a áreas irrigadas, arroz irrigado. Sabemos que já existem problemas acontecendo em termos de seca no Rio Grande do Sul, eventos que reduzem a quantidade de água disponível para a cultura”,alertou a pesquisadora que trabalha em Jaguariúna, interior do estado de São Paulo.

A segunda parte do IPCC trata dos impactos, adaptações e vulnerabilidades provocadas pelas mudanças climáticas no mundo. Produzido por 2.500 pesquisadores de 130 países, os estudos do IPCC serão divulgados em quatro partes. A primeira foi apresentada em Paris, em fevereiro deste ano, a segunda agora em Bruxelas, e a terceira ocorrerá na Tailândia, em maio.

Plano deve propor fundo para países que reduzirem desmatamento

6 de Abril de 2007 - Juliana Andrade - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas, em elaboração pelo governo federal, deverá propor a criação de um fundo internacional destinado a países em desenvolvimento que conseguirem reduzir os níveis de desmatamento. Segundo adiantou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os recursos do fundo viriam de países ricos.

“Essa é uma proposta que vamos trabalhar com muita ênfase. Os países ricos aportando recursos para um fundo voluntário destinado aos países em desenvolvimento que reduziram as suas emissões de CO2 (dióxido de carbono) em função da diminuição do desmatamento, como fez o Brasil”, disse a ministra, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

De acordo com a ministra, nos últimos dois anos o Plano Nacional de Combate ao Desmatamento foi responsável pela redução de 430 milhões de toneladas de CO2 no Brasil.

A ministra explicou que os recursos do fundo seriam usados de acordo com as estratégias de cada país, para que conseguissem reduzir o desmatamento e a conseqüente emissão de dióxido de carbono.

“Os investimentos seriam no campo da pesquisa, do avanço tecnológico, modelo de matriz energética ou mesmo um modelo de padrões de desenvolvimento como é o que nós preconizamos, sobretudo para a Amazônia”, exemplificou.

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Regiões brasileiras vão sentir de forma diferente impacto do aquecimento global, diz Greenpeace

4 de Abril de 2007 - Adriana Brendler - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O representante do Greenpeace Luís Piva disse hoje (4) que o impacto do aquecimento global no Brasil será sentido de forma diferente nas regiões do país. No Nordeste, por exemplo, uma das conseqüências será o agravamento da desertificação, enquanto que no Sudeste será a elevação do nível do mar.

Vários estudos sobre a vulnerabilidade do Rio de Janeiro ao aumento do nível do oceano vêm sendo feitos por pesquisadores da Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Segundo Luís Pinguelli Rosa, coordenador da área de energia da COPPE e secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, se a projeção de aumento do nível das águas se confirmar, a Baixada Fluminense sofrerá as conseqüências mais graves.

”O problema mais grave é o das enchentes. No caso das praias, é possível fazer uma proteção colocando mais areia retirada do fundo do mar. Isso alarga as praias e o mar recompõe o litoral", disse. "Nas áreas de baixada, haverá um problema de escoamento de água se houver chuvas intensas combinadas com marés muito altas. Se ocorrer o pior caso dessa combinação, haverá problemas em áreas da Baixada Fluminense, que são habitadas por populações pobres”.

Ele diz que um estudo sobre as regiões costeiras faz parte de um conjunto de sugestões que serão enviadas pelo fórum na próxima semana, à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para contornar esses problemas, Pinguelli sugere ao país buscar soluções de engenharia e até mesmo a remover parte da população das áreas afetadas. “É preciso fazer um estudo de engenharia cuidadoso para prever obras de proteção, como diques, ainda assim, uma parte da população terá que ser removida de áreas onde haverá inundações exageradas. Mas isso em um universo de 100 anos”.

Ele destacou que as projeções dependem de como avançará o aquecimento global. “Se houver medidas para diminuir as emissões de gases, que hoje são muito altas, podemos melhorar a previsão, mas poderá haver também o pior, efeitos mais graves até”.

Na opinião dele, o governo federal, estadual e municipal precisam providenciar as medidas de engenharia necessárias à proteção da população. “Conter o aquecimento é um assunto mundial; o Brasil tem sua parte, mas é um assunto global. Agora, a adaptação é um assunto local”.

Pinguelli avalia que estudos de vulnerabilidade semelhantes aos realizados no Rio devem se estender a outros locais, como Belo Horizonte (MG), Vitória (ES) e Salvador (BA).

O aquecimento global está em debate esta semana Bruxelas, na Bélgica, por cientistas e representantes de governos de 120 países que integram o painel Inter-governamental Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na sexta-feira (6), o grupo divulga um relatório atualizado sobre a vulnerabilidade da humanidade e dos sistemas naturais às mudanças climáticas previstas para o planeta nas próximas décadas.

Brasil terá rede de pesquisa sobre mudanças climáticas

5 de Abril de 2007 - Juliana Andrade - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, participa da Rede Nacional de Rádios para falar sobre as realizações e perspectivas para o setor
Brasília - O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, afirmou hoje (6) que o governo deve criar em 30 dias uma rede de instituições de pesquisas para subsidiar as decisões brasileiras contra as mudanças climáticas.

“Essa rede vai envolver pesquisa em vários temas de mudanças climáticas e vamos produzir resultados que vão contribuir para que o país possa tomar decisões em termos de contribuir para o não-agravamento das condições climáticas do país”, explicou.

Segundo ele, a rede será criada por meio de decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é uma das medidas do plano nacional de combate às mudanças climáticas. A posposta está sendo elaborada por representantes dos Ministérios do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia, e das Relações Exteriores.

“A principal contribuição do Ministério da Ciência e Tecnologia é fazer estudos e pesquisas para gerar informações nessa área, para fazer simulações de mudanças climáticas no Brasil”, explicou o ministro, em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Rezende, a rede envolverá instituições de norte a sul do país, e será capitaneada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao ministério.

Mais cedo, em entrevista às emissoras de rádio parceiras da Radiobrás, o ministro explicou que o governo decidiu montar a rede, aproveitando as pesquisas já realizadas na área, após a divulgação do relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, no início de fevereiro. O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC0, na sigla em inglês) aponta para a elevação da temperatura terrestre até 2100, o aumento do nível do mar e a intensificação das catástrofes naturais.

“Nós sabemos que as conseqüências do aquecimento global já afetam todos os países do mundo em termos de clima”, afirmou. “Agora mudanças que tenham produzido, no caso do Brasil, prejuízos econômico, isso não sentimos ainda, mas se o mundo não mudar o curso dos acontecimentos nessa área vamos todos sentir em alguns anos”.

O ministro disse ainda que um “supercomputador” será montado no Inpe, para fazer as simulações. “Essa questão do clima é muito complexa, porque envolve muitas variáveis. É preciso então ter muitas informações e fazer processamentos em supercomputadores para eventualmente fazer projeções”.

Outras instituições ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia também vão participar, como o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), em Manaus e o Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. A rede vai contar ainda, segundo o ministro, com a participação de universidades federais e estaduais, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Ao fazer essa rede, o que nós estamos fazendo é articular as entidades envolvidas, organizando melhor as atividades de pesquisa e contribuindo para que as informações resultantes desse estudo sejam mais bem tratadas”, reforçou Rezende.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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