Panorama
 
 
 

NOVO RELATÓRIO DO IPCC: O TEMPO PARA AGIR ESTÁ SE ESGOTANDO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2007

06 de Abril de 2007 - São Paulo, Brasil — O tempo para agir contra as mudanças climáticas está se esgotando, alertou o Greenpeace logo após a divulgação do novo relatório sobre impactos do aquecimento global do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).

O estudo "Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade", segundo de uma série de estudos do quarto relatório do IPCC, divulgado hoje em Bruxelas, deixa claro que há pouco tempo para evitar impactos dramáticos e perigosos das mudanças climáticas nas próximas décadas.

O documento foi concluído depois de quase uma semana de negociações e uma longa e tensa sessão que durou 24 horas. Entre os dados do relatório constam os efeitos globais da elevação da temperatura nos ecossistemas e nas populações, além da avaliação dos impactos da mudança climática provocada pela atividade humana no próximo século.

"É uma visão apocalíptica do futuro. A Terra será completamente transformada pelas mudanças climáticas induzidas pela atividade humana, a menos que uma série de medidas seja adotada imediatamente" afirmou Stephanie Tunmore, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Internacional. "O relatório divulgado hoje mostra que o tempo está acabando."

A mudança climática já afeta milhares de pessoas, ecossistemas e espécies em todo o planeta. A menos as emissões de gases do efeito estufa sejam reduzidas imediatamente, as mudanças climáticas devem causar impactos catastróficos tais como a extinção em massa de espécies; escassez de água afetando bilhões de pessoas; secas mais severas; elevação do nível do mar; tempestades mais intensas; inundações e diminuição na produção de alimentos nas partes mais pobres do planeta.

O quarto relatório do IPCC começou a ser lançado em fevereiro deste ano, com o estudo "Mudança Climática 2007: base científica", que apontou, com mais de 90% de certeza, que a maior parte do aquecimento de temperatura observado nos últimos 50 anos foi provocada por atividades humanas.

"Já temos soluções" afirma Marcelo Furtado, Diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil. “É possível realizar uma revolução energética que reduza dramaticamente as emissões de CO2 e possibilite uma transformação no modo como produzimos energia para impedir que o aumento de temperatura ultrapasse os 2 graus Celsius. Acima de 2°C, as conseqüências do aquecimento global serão irreversíveis. No Brasil poderemos crescer sem poluir garantindo nossas necessidades de energia elétrica com mais de 88% da matriz baseada em energias limpas e economizando energia ”.

Os governos devem começar a negociar metas para atingir esse objetivo já na próxima reunião da Convenção Quadro de Mudanças Climáticas e do Protocolo de Kyoto, que acontece em Bali (Indonésia), em novembro deste ano. Na ocasião, deverá ser alcançado acordo para finalizar as negociações sobre a segunda fase do Protocolo de Kyoto até 2009.

Impactos no Brasil e na América Latina

Até a metade do século, são projetados aumentos na temperatura associados com a diminuição da oferta de água, bem como uma gradual transformação da floresta tropical da Amazônia Oriental em cerrado. O Semi-Árido será tomado pela vegetação árida. Existe ainda um risco eminente com relação à perda de biodiversidade e a extinção de espécies em várias áreas tropicais da América Latina.

Nas regiões secas, espera-se, com a mudança do clima, a transformação de áreas agriculturáveis em desertos. Haverá diminuição da produtividade de grandes safras e da pecuária, trazendo conseqüências adversas para a segurança alimentar. Em zonas temperadas, prevê-se o incremento do cultivo em campos de soja.

A elevação do nível do mar intensifica os riscos de enchentes em áreas de baixadas. O Relatório estima que os aumentos na temperatura da superfície do mar ocasionados pela mudança climática causarão efeitos adversos nos recifes de corais e também a modificação dos locais onde se concentram os estoques de peixes no Pacífico Sul.

Mudanças nos padrões de chuva e o desaparecimento das geleiras afetarão significativamente a disponibilidade de água tanto para o consumo humano, a agricultura e a geração de energia.

Diante do exposto no quarto relatório, os impactos das mudanças climáticas no mundo, na América Latina e especificamente no Brasil são preocupantes. O Brasil é o quarto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta e mais de 70% destas emissões vem do desmatamento da Amazônia.

“Ainda há tempo de evitar o pior desde que o país assuma metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, e implemente, em caráter de urgência, uma Política Nacional de Mudanças Climáticas, com ênfase em um plano que garanta o fim do desmatamento”, afirma Luís Piva, Coordenador da Campanha de Clima do Greenpeace Brasil, “O Presidente da República tem cobrado dos países desenvolvidos uma postura pró-ativa com relação ao problema do aquecimento global, mas o governo brasileiro não tem feito sua própria lição de casa”.

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Salvemos o clima já - ou o Rio vai precisar de muitas bóias

04 de Abril de 2007 - Rio de Janeiro, Brasil — Às vésperas da divulgação do relatório do IPCC sobre impactos das mudanças climáticas, organização se manifesta e engaja o público na luta contra o aquecimento global.

Numa linda manhã de sol, eis que surge no mar de Copacabana, a poucos metros da praia, uma imensa bóia laranja. Na areia, uma régua de medição do nível do mar foi estendida por ativistas do Greenpeace. A mensagem era clara: é preciso agir logo para salvar o clima do planeta e evitar os impactos negativos do aquecimento global e das mudanças climáticas. Caso contrário, cidades como o Rio de Janeiro vão sofrer as duras conseqüências, como a elevação do nível dos oceanos.

A atividade às vésperas de mais um relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da ONU, a ser divulgado nesta sexta-feira em Bruxelas, na Bélgica.

O alerta dado aos brasileiros na praia de Copacabana fez todo o sentido porque o Rio de Janeiro é uma das cidades brasileiras mais vulneráveis à elevação do nível do mar. Para informar a população carioca sobre o problema, um grupo de voluntários do Greenpeace montou uma barraca e distribuiu informações ao público na praia e no calçadão. “Queremos mobilizar o maior número possível de pessoas na luta contra o aquecimento global. Estamos distribuindo informações e dando dicas práticas de combate ao aquecimento global”, disse Rebeca Lerer. “As mudanças climáticas afetam a todos e por isso precisamos mudar a forma como vivemos hoje para evitar este problema. Ainda há tempo!”.

De acordo com estudos do Ministério do Meio Ambiente, 42 milhões de brasileiros podem ser afetados com a elevação do nível do mar.. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, maior concentração urbana costeira do país, as previsões mais pessimistas indicam que, até 2100, o aumento do nível do mar engolirá calçadões da orla, ameaçando casas e prédios à beira-mar. Além disso, tempestades e ressacas no litoral fluminense serão mais freqüentes e fortes. As conseqüências mais graves deverão ser sentidas daqui a 100 anos, quando o mar poderá estar 50 centímetros mais alto e o aumento da temperatura poderá chegar aos 4º C (1).

“O governo brasileiro deve responder ao aquecimento global adotando uma Política Nacional de Mudanças Climáticas e o controle do desmatamento da Amazônia como prioridades”, afirma Rebeca Lerer, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “Esta política nacional deve preparar o país para lidar com os impactos das mudanças climáticas, tais como a elevação do nível do mar na costa brasileira, o avanço da desertificação no semi-árido e a savanização da Amazônia”.

Amazônia – vítima e vilã do aquecimento global

Atualmente, o Brasil é o quarto maior emissor de gases estufa do planeta. Mais de 70% das emissões são provenientes do desmatamento da Amazônia. Segundo dados do governo brasileiro, nos últimos dois anos o desmatamento caiu de 26 mil quilômetros quadrados (2003-2004) para aproximadamente 14 mil quilômetros quadrados (2005-2006). Para o Greenpeace, a queda é importante e mostra que medidas de governança – como criação de áreas protegidas e operações de fiscalização no campo – estão surtindo efeito.

“No entanto, só poderemos celebrar quando os fatores estruturais que levam ao desmatamento – como o agronegócio voltado para a exportação – não destruírem mais um hectare que for da floresta e derem lugar a um modelo de desenvolvimento sustentável, no uso responsável dos produtos florestais e na conservação deste que é o maior patrimônio ambiental dos brasileiros”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha do Greenpeace pela proteção da Amazônia.

A Amazônia também é uma das regiões brasileiras mais vulneráveis aos impactos do aquecimento global. De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), divulgado em fevereiro, um aumento médio da temperatura global de 3º C pode representar um aumento de até 8º C na região amazônica. Para o cientista Carlos Nobre, se forem mantidos a progressão e o cenário atuais de desmatamento, uma parte significativa dos 6 milhões de quilômetros quadrados que compõem a floresta amazônica poderá se transformar num cerrado.

Notas ao Editor
(1) Fontes: Mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre a biodiversidade – caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas no território brasileiro ao longo do século XXI – José A. Marengo, Ministério do Meio Ambiente, Brasília, 2006 e Seminário “Adaptação e Vulnerabilidade da Cidade do Rio de Janeiro à Elevação do Nível do Mar pelo Aquecimento Global” - FBMC / COPPE / UFRJ, 23 de março de 2007.

Arca leva a Bruxelas mensagem de urgência para salvar o clima

02 de Abril de 2007 - Bruxelas, Belgium — Atividade do Greenpeace ganhou as ruas da capital belga no início da segunda reunião do IPCC no ano. As notícias sobre aquecimento global não são as melhores, mas se os governos fizeram seu dever de casa, ainda há tempo de salvar o planeta.

O Greenpeace montou nesta segunda-feira uma arca gigante no centro de Bruxelas, na Bélgica, para mostrar aos governos e ao público em geral que ainda há tempo para salvar o clima do planeta. A atividade aconteceu na abertura da segunda reunião no ano do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada na própria capital belga.

Durante a atividade do Greenpeace, foi ressaltada a necessidade de ação imediata dos governos para evitar uma catástrofe climática que ameaça todas as formas de vida no planeta.

Construída com madeira certificada FSC e com mais de 12 metros de comprimento, a Arca do Greenpeace abriga uma exposição multimídia sobre os impactos das mudanças climáticas ao redor do mundo, suas causas e soluções. Essa exposição ficará aberta ao público durante toda a semana em que o IPCC estiver reunido em Bruxelas.

Ao final do encontro, sexta-feira (dia 6), o IPCC divulgará suas conclusões sobre os impactos do aquecimento global. Este é o segundo dos quatro grandes relatórios sobre mudanças climáticas que o IPCC divulgará em 2007.

“Cada relatório do IPCC indica que as mudanças climáticas aumentam os riscos para todas as formas de vida. Quanto maior a temperatura do planeta, maior a ameaça”, disse Stephanie Tunmore, da campanha de clima e energia do Greenpeace, que está em Bruxelas.
“Nos últimos 20 anos, o número de pessoas afetadas por eventos climáticos extremos e outros desastres naturais ao redor do mundo quase triplicou. A maior parte destes eventos ocorreu justamente nos países em desenvolvimento, com impactos diretos nas populações mais vulneráveis”.

O Greenpeace defende a imediata redução nas emissões de gases do efeito estufa para que a média do aumento da temperatura não ultrapasse 2 graus Celsius. De acordo com a organização, as emissões globais devem ser reduzidas pela metade em 50 anos e eliminadas completamente em cem anos.

O segundo relatório do IPCC deverá se aprofundar nos impactos do aquecimento global. Espera-se que o documento traga informações sobre a vulnerabilidade da Amazônia ao aumento da temperatura na região. Em seu relatório de fevereiro de 2007, o IPCC expressou uma certeza maior do que 90% de que grande parte do aquecimento observado nos últimos 50 anos foi causada por atividades humanas.

O relatório concluiu – a partir de observações do aumento na média global das temperaturas do ar e dos oceanos, derretimento das calotas polares e aumento na média global do nível do mar – que o aquecimento do sistema climático é claro e patente.

“Hoje conhecemos muito melhor as mudanças climáticas e seus impactos: nós sabemos o que está acontecendo, por quê está acontecendo e o que devemos fazer. Não há mais desculpas para não agir”, disse Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace no Brasil. “No caso do Brasil, quarto maior poluidor da atualidade, o combate ao desmatamento da Amazônia, responsável por cerca de 70% de nossas emissões, e a construção de uma matriz energética renovável são os caminhos para combater o aquecimento global”.

Para contribuir com a solução, o Greenpeace lançou recentemente o relatório [R]evolução Energética - Brasil, um guia prático que mostra a viabilidade de uma matriz energética estruturada em fontes renováveis – ventos, sol e biomassa – e uso racional da energia, sem comprometer o crescimento econômico do país e contribuir para piorar o efeito estufa. Em 2006, a organização publicou o relatório e documentário “Mudanças de Clima, Mudanças de Vidas”, o primeiro estudo sobre impactos do aquecimento global no Brasil.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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