05
Apr 2007 - Da Amazônia ao Himalaia,
a rede WWF selecionou dez maravilhas da natureza
ameaçadas de destruição
se a temperatura do planeta continuar aumentando
no ritmo atual. O relatório lista quais
são essas regiões e o que está
sendo feito por elas.
“Pressionar os governos
a emitirem menos gases causadores do aquecimento
global e a reduzir o desmatamento ilegal é
muito importante, mas também é
preciso ajudar as áreas afetadas pelos
impactos das mudanças climáticas
e as comunidades que moram nesses locais a
se adaptarem”, afirma Carlos Alberto de Mattos
Scaramuzza, superintendente de Conservação
do WWF-Brasil.
No Brasil, a Amazônia
está ameaçada pela seca e sua
vegetação pode ser completamente
transformada, deixando de ser a exuberante
floresta para se transformar em cerrado. O
WWF-Brasil está trabalhando no local
para manter a floresta em pé, criando
áreas protegidas e trabalhando com
comunidades tradicionais para que elas aprendam
a viver com os produtos da Amazônia
de maneira sustentável. “As informações
sobre vulnerabilidade dos ecossistemas são
fundamentais para orientar a busca de soluções
e a tomada de decisão sobre como adaptar-se
aos impactos das mudanças climáticas”,
explica Scaramuzza.
Em outros lugares do mundo,
há várias regiões importantes
sofrendo com o aquecimento do planeta como
a morte dos corais na Grande Barreira , na
Austrália. Na China, o rio Yangtse
está sofrendo com falta d´água
porque as geleiras continuam a recuar. Em
resposta a isso, o WWF está com projetos-piloto
no local para demonstrar ao governo e às
comunidades como se adaptarem melhor aos impactos
das mudanças climáticas.
Nossos vizinhos na América
do Sul, Argentina e Chile, estão correndo
o risco de perder a floresta Valdivia por
causa do aumento da incidência das queimadas
nas florestas. As árvores de lá
têm cerca de três mil anos. O
WWF está trabalhando para proteger
essas áreas.
“Da China à Amazônia
são vários os ecossistemas em
risco devido ao aquecimento global”, afirma
Lara Hansen, cientista-chefe do Programa Global
de Mudanças Climáticas da rede
WWF. “A adaptação pode salvar
alguns, mas outros só podem escapar
se os governos tomarem medidas drásticas
de redução das emissões.”
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Relatório sobre mudanças
climáticas avalia impactos do fenômeno
02 Apr 2007 - No dia 06
de abril o Painel Intergovernamental de Mudanças
do Clima (IPCC), órgão vinculado
à ONU, divulgará, em Bruxelas,
o resultado do 2º grupo de trabalho sobre
impactos, da adaptação e da
vulnerabilidade do planeta às mudanças
climáticas. O WWF-Brasil estará
no local acompanhando as reuniões entre
os dias 02 e 06 de abril.
O documento vai analisar
as conseqüências para o meio ambiente,
a agricultura, as florestas, a pesca, a saúde
das pessoas e dos animais e avaliará
a capacidade dos homens de se prevenirem contra
desastres naturais.
Contexto: O Painel Intergovernamental
de Mudanças do Clima (IPCC) foi criado
pelo Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização
Meteorológica Mundial em 1988 com o
objetivo de avaliar as informações
científicas, técnicas e socioeconômicas
relevantes para a compreensão das mudanças
do clima, seus impactos e as opções
para mitigação e adaptação.
Até hoje, foram produzidos
três relatórios pelo IPCC e o
último foi lançado em 2001.
Cada documento é formado por revisões
de pesquisas feitas por 2.500 cientistas em
todo o mundo. Eles se dividem em três
grupos de trabalho e elaboram o relatório
por temas. Esses grupos divulgam seus resultados
separadamente e depois juntam os trabalhos
num grande relatório final.
No dia 2 de fevereiro, o
IPCC divulgou, em Paris, o resultado do primeiro
grupo de trabalho do seu 4º relatório.
O documento tratava da ciência das mudanças
climáticas e afirmava que há
90% de certeza de que os homens são
os causadores do acúmulo de gases de
efeito estufa na atmosfera. São esses
gases que provocam o aquecimento global.
Assuntos importantes:
O WWF-Brasil entende que
os governos devem se comprometer com um programa
global de segurança climática
e energética com o objetivo de aumentar
a eficiência energética e as
fontes de energia renováveis não
convencionais.
É preciso que os
países fechem um acordo sobre como
deverá ser a segunda fase do Protocolo
de Quioto ainda na conferência da ONU
sobre clima, que acontecerá em Bali,
em dezembro. A União Européia
já deu o exemplo ao se comprometer
a reduzir as emissões de gás
carbônico em pelo menos 20% e até
30% até 2020.
É preciso ainda que
os governos preparem seus países para
enfrentar as conseqüências do aumento
na temperatura do planeta até agora,
como a intensificação das tempestades
tropicais, secas, enchentes, aumento do nível
do mar e os impactos econômicos sobre
a agricultura e a geração de
energia hidroelétrica. “Os impactos
devastadores das mudanças climáticas
já estão sendo sentidos em vários
locais do planeta”, diz Hans Verolme, diretor
do Programa Global de Mudanças Climáticas
da Rede WWF. “No Brasil, temos visto secas
severas com uma freqüência elevada
e até um furacão atingiu o sul
do país”, afirma Carlos Alberto de
Mattos Scaramuzza, superintendente de conservação
do WWF-Brasil.
Informações:
• Um representante do WWF-Brasil estará
em Bruxelas acompanhando as reuniões
do IPCC de 2 a 6 de abril;
• Blog do clima no site do WWF-Brasil terá
relatos informais sobre os bastidores das
discussões;
• Declarações diárias
serão feitas em inglês de segunda
a quarta-feira em Bruxelas às 9h (horário
local);
• Release em inglês será distribuído
dia 5 de abril;
• Briefing para a imprensa será feito
dia 5 de abril, quinta-feira, às 10h30
no Residence Palace (em frente ao Charlemagne)
com a cientista Dra. Lara Hansen, chefe do
Programa Global de Mudanças Climáticas
da Rede WWF.
• Release em português com a contextualização
dos resultados do relatório para o
Brasil será distribuído por
email na sexta-feira, dia 6 de abril, depois
da divulgação oficial do documento
do IPCC;
• Um representante do WWF-Brasil e um da Rede
WWF estarão em Bruxelas disponíveis
para entrevistas no local e por telefone.