04/04/2007
- A Secretaria do Meio Ambiente do Estado
realizou nesta terça-feira, 3, o workshop
“Sistemas Agroflorestais (SAF) para Recuperação
Ambiental”, reunindo especialistas de diversas
instituições para apresentar
experiências e discutir fundamentos
ecológicos, com a finalidade de formular
uma proposta de normatização
para a implantação desses ecossistemas
em áreas de preservação
permanente (APPs), como as faixas de proteção
de corpos d’água, topos de morro e
áreas com declive acentuado.
O secretário do Meio
Ambiente, Xico Graziano, disse que a Secretaria
tem grande interesse no tema. “Precisamos
avaliar as alternativas de recuperação
de áreas de mata ciliar, que somam
mais de um milhão de hectares no Estado”,
disse. Graziano elogiou a iniciativa de realizar
a normatização dos sistemas
agroflorestais que, junto com o apoio das
prefeituras e outros órgãos,
vai contribuir na recuperação
da vegetação ao longo das margens
dos rios.
O encontro foi realizado
pelo Departamento de Projetos da Paisagem
(DPP), da Secretaria do Meio Ambiente, em
parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa-Meio Ambiente,
órgão do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
com a participação de representantes
de diversos órgãos dos governos
federal e estadual, Escola Superior de Agronomia
“Luiz de Queiroz”, Universidade Estadual Paulista
– UNESP, Universidade Federal de São
Carlos, organizações não-governamentais
e consultores autônomos.
As agroflorestas são
áreas com diferentes culturas em um
único sistema de produção,
onde convivem plantas frutíferas, madeireiras,
graníferas, ornamentais, medicinais
e forrageiras. A condução de
uma agrofloresta exige o espaçamento
adequado ao desenvolvimento das espécies,
observando o porte de cada planta e as suas
necessidades de luz e fertilidade, que devem
ser cuidadosamente combinadas. Trata-se de
uma técnica que se adequa à
agricultura familiar, por reunir vantagens
econômicas e ambientais, permitindo
a utilização sustentável
dos recursos naturais com menor dependência
de insumos. Helena Carrascosa, diretora do
DPP, disse que o próximo passo é
a preparação de uma proposta
de norma para ser colocada em discussão
no site www.ambiente.sp.gov.br, da Secretaria
do Meio Ambiente. Em seguida, lembrou que
será necessário levantar dados
sobre propriedades rurais onde essa forma
de produção poderia ser implantada,
diagnosticar o público alvo das ações,
viabilização de crédito
e promover a capacitação dos
produtores.
Texto: Newtom Miura
Foto: Pedro Calado
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