10/04/2007 - Rafael Imolene
- Autoridades latino-americanas de combate
à desertificação e degradação
do solo se reúnem a partir desta quarta-feira
(11), em São Domingos, capital da República
Dominicana, para debater as estratégias
a serem adotadas pelos próximos 10
anos no controle desses fenômenos que
provocam pobreza, perda de biodiversidade
e aquecimento global. O encontro contará
com a presença de três líderes
de blocos regionais - um brasileiro, um cubano
e um chileno - e se estenderá durante
o restante da semana.
A reunião dos latino-americanos,
que compõem um grupo de trabalho internacional,
é uma preparatória para tomada
de posições do continente que
serão levadas ao encontro mundial de
autoridades de combate à desertificação,
entre os dias 25 e 28 deste mês, na
Namíbia, país localizado ao
Sul da África. Nas duas ocasiões,
tanto na República Dominicana quanto
na Namíbia, o Brasil será representado
pelo coordenador-técnico do Programa
de Combate à Desertificação
do Ministério do Meio Ambiente, José
Roberto Lima.
O relatório divulgado
pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC) semana passada, na
Bélgica, deverá gerar uma maior
atenção da opinião pública
mundial sobre o tema, segundo avaliação
de José Roberto Lima. A desertificação
é uma via de mão dupla em relação
ao aquecimento global. Ao mesmo tempo que
ela é uma conseqüência das
mudanças climáticas, também
aumenta o calor do planeta , afirma.
Ainda de acordo com José
Roberto Lima, as novas constatações
do Painel deverão nivelar em importância
a Convenção das Nações
Unidas para o Combate à Desertificação
(UNCCD, na sigla em inglês) com outras
duas Convenções de maior destaque
da ONU na área ambiental: sobre Mudanças
Climáticas e sobre Diversidade Biológica.
As evidências têm revelado que,
à medida em que avançam os trabalhos
científicos, mais se inter-relacionam
as três convenções.
Os quatro dias de reuniões
e debates na Namíbia servirão
para referendar a necessidade de aplicação
dos Programas Nacionais de Combate à
Desertificação (PAN) apresentados
por países do mundo todo durante a
5ª Sessão do Cric (Comitê
de Revisão da Implementação
da UNCCD), realizada de 12 a 21 de março
em Buenos Aires.
PAN - O quadro atual da
desertificação dá mostras
de que a aplicação imediata
dos PAN são uma alternativa para evitar
migrações maciças de
populações e a disseminação
da fome. No mundo, as regiões áridas,
semi-áridas e subúmidas secas
representam quase um terço da superfície
terrestre, abrigam 1 bilhão de seres
humanos e são responsáveis por
22% da produção mundial de alimentos.
A falta de água para consumo humano,
por exemplo, será um dos maiores problemas
deste século e possui relação
direta com a desertificação
e o aquecimento global.
No Brasil, as áreas
suscetíveis à desertificação
abrangem 1.488 municípios dos nove
estados do Nordeste, além de Minas
Gerais e do Espírito Santo. No total,
ocupam uma área de 1.338.076 quilômetros
quadrados, equivalente a 15,7% do território
nacional, onde vivem 32 milhões de
pessoas, ou 18,6% da população
brasileira. Metade desses municípios
detêm os piores índices de desenvolvimento
humano do País.
+ Mais
MMA participa de Congresso
Ibero-Americano sobre Desenvolvimento Sustentável
09/04/2007 - Aida Feitosa
- A sustentabilidade das ações
do setor empresarial, nas esferas nacionais
e internacionais, será discutida no
2º Congresso Ibero-Americano sobre Desenvolvimento
Sustentável. Conhecido como Sustentável
2007, o evento tem o apoio do Ministério
do Meio Ambiente e será realizado nos
dia 24, 25 e 26 de abril, no Parque Ibirapuera,
em São Paulo. O encontro terá
a participação de dirigentes
do MMA em painéis sobre temas ambientais
contemporâneos.
O secretário de Desenvolvimento
Sustentável do MMA, Gilney Viana, vai
debater com a plenária os temas "Ética,
Coerência, Transparência e Comunicação"
e "Empresas e o combate à Pobreza:
estratégias de negócios com
a base da pirâmide". Para Viana,
o congresso é uma oportunidade de fortalecer
a parceria do governo com o setor empresarial,
"que pode e deve contribuir para o desenvolvimento
sustentável: seja por meio de processo
de produção mais limpa, de um
ciclo de vida mais duradouro para seus produtos,
inclusive do pós-consumo, seja por
meio de sua responsabilidade socioambiental",
completou o secretário.
Representantes do MMA também
estarão presentes nas oficinas de aprofundamento
em que os participantes vão se dividir
para debater abordagens específicas.
A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável
vai apoiar as oficinas sobre comunidades tradicionais
e agricultura sustentável, enquanto
o Ibama apoiará a de licenciamento
ambiental.
O Ministério do Meio
Ambiente terá ainda uma tenda na Feira
de Sustentabilidade que vai ocorrer na Marquise
do Ibirapuera, em paralelo ao congresso. Aberta
ao público, a feira será um
espaço destinado a atividades gratuitas
para que a comunidade possa ter contato com
o conceito e as práticas do desenvolvimento
sustentável. "Em época
como a atual, de comoção mundial
pelas mudanças climáticas, esse
evento veio em boa hora", acrescenta
Gilney Viana.
O Conselho Empresarial Mundial
para o Desenvolvimento Sustentável
(WBCSD, na sigla em inglês) e seu braço
brasileiro Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS) são os organizadores do congresso,
em parceria com a Unesco, Instituto de Estudos
Avançados da Universidade da ONU e
o Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente.
O MMA também
esteve presente na primeira versão
do encontro em 2005, no Rio de Janeiro. O
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável é um parceiro constante
do MMA. Entre diversas ações,
o conselho participa da Comissão Permanente
para o Desenvolvimento Sustentável
e Agenda 21.
Foto: MMA