09 de abril - O presidente
da Funai, Márcio Meira, assinou na
última quinta-feira, 05/04, um acordo
com o instituto Max Plank de Psicolinquística
para cooperação científica
na área de pesquisa lingüística.
O objetivo é criar acervos modernos,
digitais e multimídia para documentar
e preservar as línguas indígenas.
A parceria prevê também a capacitação
tecnológica de pesquisadores e a disponibilização
de ferramentas de ponta para a criação
de arquivos e base de dados.
De acordo com o presidente
Márcio esse é um passo importante
para avançar nas pesquisas sobre línguas
indígenas. “Uma iniciativa como essa
trará novas oportunidades para a valorização
da preservação cultural e lingüística
do povo indígena brasileiro”, disse.
De acordo com o pesquisador-visitante
do Museu Emílio Goeldi, Sebastian Drude,
o acervo permitirá contar a história
de um povo através de seus próprios
relatos e elementos lingüísticos.
“Esse novo mecanismo é uma resposta
dessa rede de diversidade que encontramos
no Brasil. Por isso, precisamos documentá-la
e registrar tamanha riqueza para as futuras
gerações”, conta.
O convênio já
começa a vigorar a partir desta semana
com a instalação de um centro
para registros lingüísticos no
Museu do Índio, que abrigará
o acervo digital de línguas ameaçadas.
“Esse trabalho é de grande importância
porque vai ao encontro da nossa vocação,
que é documentar as informações
sobre culturas indígenas”, afirmou
o diretor do Museu, José Carlos Levinho.
Participaram da solenidade
representantes dos ministérios da Educação,
Ciência e Tecnologia e do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN).
+ Mais
Núcleos de Apoio
Local deixam de executar orçamento
12 de abril - Publicada
no Diário Oficial da União nesta
quinta-feira (12/04), a Portaria 265 extingue
os orçamentos destinados aos Núcleos
de Apoio Local da Funai. Ao todo, 22 núcleos
passam a ser geridos financeiramente pelas
Administrações Regionais, presentes
na maioria dos estados brasileiros. A medida
atende uma necessidade de regularização
administrativa da fundação,
proposta por uma portaria da Advocacia-Geral
da União (AGU). A atual estrutura administrativa
da Funai não prevê execução
orçamentária para os núcleos.
No entanto, os atendimentos locais serão
mantidos. Segundo o presidente-substituto
e Diretor de Assistência da instituição,
Aloysio Guapindaia, os núcleos não
deixarão de existir. “É importante
ressaltar que as chefias dos núcleos
permanecem com suas respectivas equipes de
trabalho, com a garantia da continuidade do
atendimento às comunidades indígenas
assistidas por estes núcleos”, esclarece
Guapindaia. “Este procedimento é o
início de um reordenamento administrativo,
proposto pela nova gestão da Funai”,
conclui Aloysio Guapindaia.
Indigenista da Funai lança
livro em Brasília
13 de abril - A atuação de um
grupo de indigenistas que desmascarou o envolvimento
de ex-dirigentes da Fundação
Nacional do Índio-FUNAI com grupos
econômicos que ameaçaram várias
nações indígenas brasileiras
pode ser conferida no livro De longe, toda
serra é azul, de Fernando Schiavini.
A obra do indigenista será lançada
em Brasília na próxima segunda-feira
(16), às 19h30, no restaurante Carpe
Diem.
Em De longe, toda serra
é azul, a influência exercida
pelo “homem branco” sobre os povos originários
do Brasil é longamente relatada. O
indigenista mostra que “civilizar” o índio
não é o caminho certo, especialmente
se a via escolhida para isso for o uso da
força. O leitor poderá ainda
conhecer um pouco da história de resistência
dos povos Kraho, Xerente, Apinajé e
Xavante.
Presidente da Funai visita
lideranças do PA e MT
13 de abril - “Vim para
falar, mas, principalmente para ouvir e entender
o que dizem as lideranças indígenas”.
Essa foi a tônica do discurso do presidente
da Funai, Márcio Meira, durante o encontro
com cerca de 70 lideranças indígenas
do Pará e Mato Grosso entre os dias
10 e 12 de abril, nos municípios de
Redenção (PA), Tucumã
(PA) e Colíder (MT).
Meira sinalizou para os
índios que o momento de abertura de
diálogo entre a Funai e as comunidades
é oportuno para estabelecer novas metas
de desenvolvimento na política indigenista.
“Precisamos integrar nossos esforços
pela busca de alternativas que melhorem a
qualidade de vida da população
indígena e a aliança com as
comunidades e os órgãos indigenistas
são o passo para essa mudança”,
afirmou.
“Sem a presença da
Funai não há como acabar com
os problemas que a gente enfrenta todo dia
que é o garimpo e o desmatamento”,
salienta o cacique Tum’ré Kayapó.
“Por isso, precisamos de uma Funai fortalecida
e com pessoas qualificadas para trabalhar
em conjunto”, finalizou.
Outras preocupações
levantadas pelas demais lideranças
foram a fiscalização das terras
indígenas, a retirada de invasores
e a criação de projetos de sustentabilidade.
“Quero reforçar os
principais pontos assumidos por mim durante
a posse que são a criação
de um plano de carreira, a abertura de um
novo concurso público e o aumento do
orçamento do órgão. Acredito
que a partir daí as atribuições
da Funai vão melhorar”, disse Meira.
O presidente também
sinalizou para a importância da instalação
da Comissão Nacional de Políticas
Indigenistas no dia 19 de abril. A Comissão
terá a finalidade de acompanhar as
ações do governo nas questões
de saúde, educação, desenvolvimento
sustentável, e outras ações
de interesses dos povos indígenas.
Participou também
da viagem o diretor de administração
da Funai, Celso Alberici.