17 de
Abril de 2007 - Sabrina Craide - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- As alternativas do Brasil para a produção
de energia foram debatidas hoje (17) em audiência
pública conjunta das Comissões
de Relações Exteriores e Defesa
Nacional, de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor
e Fiscalização e Controle e
de Serviços de Infra-Estrutura do Senado
Federal.
Os biocombustíveis
e a energia eólica foram as duas formas
mais discutidas no evento. O coordenador-geral
da Agência Nacional de Petróleo
(ANP, Manoel Polycarpo Castro Neto, disse
que o país já superou a meta
de adicionar 2% de biodiesel ao diesel e,
portanto, o Brasil pode adiantar a meta prevista
para 2010, que é de chegar a 5%.
Neto lembrou que a meta
mundial de substituição de combustíveis
fósseis por biocombustíveis
é de 20%. “Não existe no mundo
a idéia de que se poderia substituir
plenamente, porque, para fazer isso, precisaríamos
de uma área de aproximadamente quatro
vezes o tamanho da Terra para plantar cana
e oleaginosas”.
Segundo ele, os biocombustíveis
são apenas uma transição
entre os combustíveis fósseis
e uma nova fonte de combustível, que
ainda não está definida mundialmente.
Algumas opções, acrescentou,
são o hidrogenio líquido e a
fusão a frio. O coordenador também
lembrou que 43,6% da matriz energética
do Brasil é baseada em fontes renováveis.
A diretora-executiva da
Associação Brasileira de Energia
Eólica, Ivonice Campos, apresentou
o quadro da geração de energia
eólica (gerada pelos ventos) no Brasil.
Ela disse que essa é a forma de energia
que mais cresce no mundo e, embora tenha um
grande potencial eólico, o país
ainda não aparece entre os dez maiores
produtores desse tipo de energia no mundo.
“Estamos vivendo uma realidade
de necessidade e de consciência. Uma
necessidade energética por tecnologias
limpas de aproveitamento e também por
causa da consciência ambiental, visando
minimizar os riscos das mudanças climáticas
globais”.
O diretor-geral da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
Jerson Kelman, apresentou alguns benefícios
na utilização de fontes alternativas
garantidos em lei, como o desconto de 50%
no uso da linha de transmissão para
quem desenvolve fontes alternativas de energia.
Segundo ele, está
em análise a ampliação
para 100% para quem use o lixo para gerar
energia. Kelman anunciou que o governo vai
realizar, em maio, um leilão para oferecer
à iniciativa privada licenças
para exploração de fontes incentivadas
de energia, como pequenas hidrelétricas,
usinas eólicas e termoelétricas
baseadas na queima do bagaço de cana-de-açúcar.