(20/04/2007) - A Embrapa
Agrobiologia (Seropédica-RJ), a Petrobras,
a Universidade Federal Rural do Semi-Árido
e a Fundação Guimarães
Duque assinaram um convênio que prevê
o estudo de espécies nativas da região
que possam ser utilizadas para regenerar o
solo. O objetivo é desenvolver tecnologia
de recuperação de áreas
degradadas na Caatinga. Inicialmente, o projeto
vai ser desenvolvido em 5 jazidas de exploração
de piçarro (espécie de saibro
retirado destas regiões para aterro
nas áreas de exploração
de petróleo) em atividade na localidade
de Alto Rodrigues e em Mossoró, no
Rio Grande do Norte.
De acordo com avaliação
prévia dos pesquisadores da Embrapa
Agrobiologia, revegetar estas áreas
se torna difícil porque toda a camada
superficial do solo, que é a mais fértil
e rica em matéria orgânica, foi
retirada. No local, há poucos sinais
de revegetação espontânea,
já que poucas são as espécies
capazes de se adaptar a essa situação.
A Embrapa Agrobiologia desenvolveu,
há mais de vinte anos, uma tecnologia
de recuperação de áreas
degradadas utilizando plantas da família
das leguminosas inoculadas com bactérias
fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos.
As leguminosas associadas a esses microrganismos
se tornam mais resistentes a estresses ambientais
e conseguem sobreviver em solos onde a camada
fértil foi retirada.
Essas estratégias
de recuperação têm sido
utilizadas com sucesso em diversas situações
de degradação, como áreas
de empréstimos, cortes de estrada,
voçorocas, áreas de mineração
de ferrro, ouro, bauxita, entre outras. As
parcerias da Embrapa Agrobiologia nesses projetos
vão desde órgãos de fomento
- como CNPq, Faperj, Finep - a empresas privadas,
como ALUMAR (MA), Mineração
Rio do Norte (PA), Vale do Rio Doce (PA,MG,ES),
Samarco (MG), prefeituras municipais (Angra
dos Reis, Niterói, etc) e sindicatos
(Associação dos Mineradores
de Areais de Seropédica-RJ), entre
outros.
Segundo um dos coordenadores
do projeto, o pesquisador da Embrapa Agrobiologia
Eduardo Campello, o experimento para recuperação
dessas áreas na Caatinga vai ser conduzido
inicialmente com o plantio de 20 espécies
vegetais, sendo 10 leguminosas e outras 10
não leguminosas. “Esse leque possibilita
a obtenção de boa diversidade
de espécies arbóreas pioneiras,
mais indicadas para o início de plantio
em áreas abertas”, afirma o pesquisador.
Campello diz que quando se considera o bioma
da Caatinga e o levantamento prévio
feito pela Embrapa, pela Universidade Federal
do Semi-árido e pela Petrobras, constata-se
que este número permite um controle
rígido do potencial de cada uma dessas
espécies nessa primeira fase, gerando
informações que servirão
de base para revegetações futuras
na região.
As espécies escolhidas
devem ter potencial não apenas para
recuperar o solo, mas também devem
ser de aproveitamento econômico, como
por exemplo, fontes de produção
de mel, forragem para consumo animal, madeira
e geração de energia através
da produção de óleo vegetal
(biodiesel), entre outros usos.
+ Mais
Embrapa participa de projeto
para desenvolvimento da agropecuária
sustentável em Bonito
(16/04/2007) - Orientar
a comunidade da região de Bonito(MS)
a trabalhar na agropecuária com responsabilidade
ambiental, baseada nos conceitos da agroecologia
é o principal objetivo do Projeto Rio
Formoso: Manejo Integrado da Bacia Hidrográfica
e Proteção da Biodiversidade,
financiado pelo Banco Mundial (Bird) e coordenado
regionalmente pela Embrapa Gado de Corte,
Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura Pecuária
e Abastecimento (Mapa).
Iniciado oficialmente em
2005 e previsto para durar três anos,
o Projeto aguarda a aprovação
do Bird para as atividades de 2007. Pesquisadores
da Embrapa Gado de Corte já fizeram
um levantamento do perfil médio dos
produtores e a caracterização
das atividades existentes no município.
O resultado desse estudo será lançado
em forma de livro. No assentamento Santa Lúcia,
foi iniciado um trabalho para o desenvolvimento
da agropecuária de forma sustentável,
utilizando os princípios da agroecologia.
Para o coordenador regional
do Projeto Rio Formoso e pesquisador da Embrapa
Gado de Corte, Rodiney Mauro, este trabalho
é de grande importância para
a Embrapa Gado de Corte porque leva ao município
de Bonito as tecnologias desenvolvidas pela
empresa para a produção agropecuária.
“É bom ressaltar que estamos buscando
inserir na região métodos conservacionistas
para a produção de gado de corte”,
afirma.
O Projeto, financiado pelo
Banco Mundial, é coordenado pela Embrapa
Solos e conta com a participação
das unidades Gado de Corte (Campo Grande-MS,
coordenadora regional), Agropecuária
Oeste (Dourados-MS) e Pantanal (Corumbá-MS).
Também estão envolvidos a Agência
de Desenvolvimento Agrário e Extensão
Rural - Agraer, Secretaria de Estado do Meio
Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da
Ciência e Tecnologia - Semac, Conservação
Internacional - CI Brasil e Fundação
Cândido Rondon (gestora financeira).
Agroecologia
Os rios localizados na região
do Pantanal têm enfrentado sérios
problemas ambientais como desmatamento, erosão
e excesso de sedimentação causados
principalmente pela expansão da agropecuária,
que é praticada de forma não-sustentável.
A agroecologia busca a integração
da ecologia aos sistemas de produção
agropecuária levando em conta o saber
popular como fonte de informação.
A busca é pela sustentabilidade econômica
(potencial de renda e trabalho e acesso aos
mercados); ecológica (manutenção
ou melhoria da qualidade dos recursos naturais
e das relações ecológicas
de cada ecossistema); social (inclusão
das populações mais pobres e
segurança alimentar); cultural (respeito
às culturas tradicionais); política
(organização para a mudança
e participação nas decisões)
e ética.
Adriana Brandão
Pesquisadores querem estruturar
banco de dados em recursos naturais
(17/04/2007) - Pesquisadores
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
integrantes do Programa de Inovação
Tecnológica e Novas Formas de Gestão
na Pesquisa Agropecuária (Agrofuturo)
participam de um workshop para discutir a
implantação e o fortalecimento
de redes de pesquisa e banco de dados em recursos
naturais. Reunidos em Brasília, onde
o evento se realiza de hoje (17) até
o dia 19 (quinta-feira), os participantes
pretendem definir, entre outros pontos, as
ações para nove áreas
estratégicas – entre elas o zoneamento
ambiental nos biomas cerrados e caatinga.
Também estão
pautadas discussões sobre a dinâmica
e o fortalecimento de assuntos como agrogases,
plantio direto nas regiões do cerrado
e de clima temperado, manejo orgânico
e agroecológico e plasticultura. Os
pesquisadores consideram áreas estratégicas
para a criação do banco de dados
a conservação do solo e água
nas bacias hidrográficas do São
Francisco, Tocantins-Araguaia e do Paraguai.
O Agrofuturo é um
dos mais importantes programas da Embrapa
para o fortalecimento da pesquisa e de sua
infra-estrutura, com especial atenção
à capacidade e atualização
de recursos para servir a áreas estratégicas.
Instalado em julho do ano passado, com prazo
de duração de cinco anos, o
projeto tem recursos da ordem de US$ 60 milhões,
sendo US$ 33 milhões contratados por
meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID) e US$ 27 milhões de contrapartida
nacional (governo federal, tendo a Embrapa
como executora e beneficiária).
O workshop ocorre no Hotel
Fenícia. Nesta quarta-feira (18), os
participantes terão atividades para
apresentar as propostas e definir uma agenda
interna.
Deva Rodrigues