19/04/2007 - O Secretário
do Meio Ambiente, Xico Graziano, participou
nesta quinta-feira, 19, de uma mesa redonda
organizada pela Academia Paulista de Letras,
com o objetivo de apresentar os desafios imediatos
do meio ambiente à comunidade intelectual
de São Paulo. O presidente da Academia,
José Renato Nalini, anunciou a intenção
da Academia de realizar um concurso para estudantes
sobre ficção, relacionada ao
meio ambiente, como forma de disseminar a
preocupação com a preservação
e recuperação ambiental.
“Tenho certeza que a mensagem
deixada pelo secretário vai suscitar
reflexões profícuas entre nossos
intelectuais, colaborando para a elaboração
do concurso que vamos realizar. Esperamos
que esse concurso contribua para que os estudantes
percebam o meio ambiente de forma transversal
e não apenas como uma disciplina” concluiu
Nalini.
Graziano falou sobre os
21 projetos ambientais estratégicos,
dando destaque a questão das mudanças
climáticas e ressaltando a necessidade
da realização de estudos ordenados,
integrando os trabalhos de vários cientistas,
sobre as conseqüências que este
processo está causando no ambiente
do Estado. Abordou também a problemática
da água, da biodiversidade e da poluição
do ar.
“Penso que até o final deste século
estaremos com um mundo mudado, um mundo novo.
Acredito que vamos chegar a uma espécie
de humanismo ecológico. Chegamos num
ponto em que a tecnologia está sendo
mortífera para a natureza, precisamos
criar uma nova ética, com novos padrões
sociais” concluiu o secretário.
Presente ao debate, Paulo
Nogueira-Neto, presidente da Fundação
Florestal, elogiou a explanação
de Graziano por não ter sido carregada
do alarmismo habitual e destacou o poder de
recuperação da própria
natureza. Para Nogueira Neto é preciso
erradicar a miséria do planeta, como
forma de equilibrar a densidade demográfica.
Dando oportunidade de educação,
alimentação e saúde a
todos, haverá equilíbrio social
e maior consciência na exploração
ambiental.
O ex-presidente da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência,
Crodowaldo Pavan, também acha importante
a erradicação da miséria,
considera porém, ser primordial estabelecer
o controle de natalidade no mundo todo. “50%
da população humana passa por
falta de alimento, educação
e saúde. Pessoas nessas condições
não atingem o nível de raciocínio
integral e não tem consciência
para contribuir com o controle demográfico.
Ao mesmo tempo, o Homem é um parasita
do meio ambiente e não respeita o seu
hospedeiro e todos os parasitas que não
respeitam o hospedeiro são eliminados”
sentenciou.
Foto: Sema-SP