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PRESIDENTE DA CTNBio ADIA VOTAÇÃO SOBRE MILHO TRANSGÊNICO PORQUE PROTESTOS “CHATEIAM”

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

19 de Abril de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A aprovação de um pedido de urgência para a importação do vírus da dengue, que será usado pelo Instituto Butantan para a fabricação de vacina contra a doença, foi a principal decisão tomada durante a 101ª reunião da Comissão Técnica de Biossegurança (CTNBio). A votação do assunto, antes do pedido de liberação do comércio de milho transgênico, foi uma decisão do presidente da comissão, Walter Colli.

"Todos estão focalizados na liberação do milho e eu, de propósito, coloquei o milho por último porque a vacina da dengue é mais importante”, afirmou Colli. "Quanto mais se adiar isso melhor".

De acordo ele, o adiamento da discussão sobre o comércio de milho transgênico, foi proposital e para diminuir a crítica de ambientalistas. "Essas coisas (protestos) cansam, chateiam e atrasam a reunião.” A comissão também aprovou três de pesquisas de campo.

A reunião de hoje, assim como a de ontem foi aberta. No entanto, o presidente da CTNBio recebeu uma intimação da Procuradoria -Geral do Distrito Federal para que participantes externos à reunião pudessem participar.

Ontem à tarde, a representante do Ministério Público Federal (MPF) na CTNBio, Maria Soares Cordioli, fez uma recomendação à Procuradoria da República no Distrito Federal para que qualquer pessoa tivesse acesso à reunião. Como o pedido não foi aceito pela CTNBio, a juíza federal substituta da 19ª Vara do Distrito Federal, Pollyanna Maciel Medeiros Martins Alves, deferiu liminar assegurando o acesso de qualquer pessoa às reuniões plenárias e subcomissões setoriais da CTNBio.

Na recomendação, Maria Cordioli alega que o impedimento da entrada de outras pessoas que não são membros na comissão se constitui em ato de improbidade administrativa e que portanto Colli poderia ser processado por isso. “Eu me senti até um pouco ameaçado. Não se falou em prisão. Falou-se em processo criminal. Quando falam isso para mim eu fico até nervoso”, disse o presidente da CTNBio.

Para Maria Cordioli , reuniões como as da CTNBio não devem ser apenas abertas, mas também divulgadas pela internet, como as do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). “São reuniões muito técnicas, que também interferem no dia-a-dia dos brasileiros e da sociedade em geral. Mesmo feita a recomendação, ela não foi atendida”.

O chefe de gabinete do ministro da Ciência e Tecnologia, Alexandre Navarro, recebeu representantes da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA) , Associação de Agricultura Orgânica (AAO), Greenpeace, Terra de Direitos, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimentos dos Pequenos Agricultores, Movimento da Mulheres do Campo, Via Campesina, Associação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrandh) e Fórum Brasileiros de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Fboms).

No início do mês, os movimentos haviam protocolado um pedido para ter uma audiência com o ministro Sérgio Rezende, mas como ele está viajando e eles foram recebidos pelo chefe de gabinete, um outro encontro deve ser marcado.

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Pesquisadores e militantes obtêm autorização para assistir a reunião sobre transgênicos

18 de Abril de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O plenário da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorizou a presença, na reunião ordinária de hoje (18), de professores, pesquisadores e ativistas que não integram a comissão.

Entre outros assuntos, a plenária de hoje e amanhã pode decidir sobre a liberação científica de 50 organismos geneticamente modificados, a importação de material biológico por parte de institutos de pesquisa e a liberação comercial do milho transgênico resistente a herbicida Liberty Link, da Bayer.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Ciência e Tecnologia, foram autorizados a assistir à sessão os representantes da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA) Gabriel Bianconi Fernandes, da entidade Terras e Direitos, Maria Rita Reis e Marcos Rogério de Souza, a coordenadora de Engenharia Genética do Greenpeace, Gabriela Voulo, o coordenador de políticas públicas Sérgio Leitão, o assessor de políticas públicas João Alfredo, o professor Jorge Machado, da Universidade de São Paulo (USP), a professora Marijane Vieira Lisboa, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, e o doutorando da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Cristofoli.

No final do mês passado, o presidente da comissão, Walter Colli, avisou que as reuniões marcadas para hoje e amanhã poderiam ser suspensas caso pessoas que não pertencem à comissão insistissem em participar.

Na última reunião, de fevereiro, os representantes entregaram um requerimento à comissão pedindo a participação na reunião mensal de março como ouvintes-observadores, ou seja, sem direito a voz ou a voto – possibilidade prevista na Lei de Biossegurança. Como a reunião de março foi suspensa, os membros da comissão não haviam deliberado sobre o assunto até o momento.

A CTNBio é formada por 54 membros, 27 titulares e 27 suplentes. De acordo com a assessoria do Ministério da Ciência e Tecnologia, neste momento estão presentes no plenário 32 membros.

A professora Marijane Vieira Lisboa, da PUC, defendeu que reuniões como as realizadas pela CTNBio, que decidem sobre políticas públicas ou científicas, devem ser sempre abertas aos cidadãos. "Nunca vi cientistas esconderem as razões pelas quais pensam de um jeito ou de outro", disse, em entrevista à Agência Brasil.

A professora de sociologia também questiona o critério de seleção adotado pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, para a escolha dos membros da comissão."O sistema de escolha é muito defeituoso. É feito para que não haja uma representação equânime e variada de cientistas". Na última segunda-feira (16), 21 professores da PUC de São Paulo, de diversos departamentos, enviaram uma carta ao ministro questionando o funcionamento da CTNBio.

O deputado Iran Barbosa (PT-SE), membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, reivindica a abertura das reuniões da CTNBio para a população: "É um assunto muito sério, que tem um impacto muito grande sobre a vida atual e futura da nossa segurança alimentar [a decisão sobre a comercialização ou não de milho transgênico no Brasil]. Por isso, entendemos que precisa ter um acompanhamento muito maior".

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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