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CAATINGA: PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA O BIOMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

Caatinga pode ser explorada em várias frentes, diz professora

24 de Abril de 2007 - Roberta Lopes - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Além de ter uma biodiversidade que deve ser protegida, a Caatinga pode ser explorada em várias frentes, além da exploração mineral, do plantio de uvas para fabricação de vinhos e da produção de mel, atividades desenvolvidas atualmente.

"Podemos trabalhar com plantas medicinais, muitas delas, inclusive, já estão em análise. Também na área de cosmética, porque há produtos que podem ser usados, por exemplo, para o cabelo e a pele", avalia a professora da Universidade Federal de Pernambuco Alexandrina Sobreira.

Ela foi uma das palestrantes dos seminários da Semana da Caatinga. Promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, o evento termina na próxima sexta-feira (27).

Sobreira ressalta que a região deve ser explorada de maneira sustentável, a partir de estudos de viabilidade econômica, por exemplo. "Se há degradação ambiental, a atividade econômica fica extinta ou muito limitada".

O ecoturismo é outro ponto a ser desenvolvido na Caatinga. Segundo o coordenador do Plano Nacional do Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente, Fernando Ferrira, locais como as cidades de Sete Cidades (PI), onde há grutas com pinturas rupestres, podem ser explorados nesse sentido.

"Temos na região áreas de interesse da paleontologia, áreas com cavernas, grutas e uma diversidade enorme de atividades. Há também a parte cultural, que traz a história de Lampião e de Canudos".

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ONG lança projeto que incentiva preservação da caatinga em áreas particulares

26 de Abril de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Incentivar a preservação de áreas prioritárias para a conservação da Caatinga com foco em terras particulares nos dez estados por onde esse ecossistema se estende: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Esse é o principal objetivo da Aliança da Caatinga, lançada hoje (26) no encerramento da 4ª Semana da Caatinga.

O projeto é promovido pelas organizações não-governamentais The Nature Conservancy (TNC) e pela Associação Caatinga em parceria com cinco associações de proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) e a Confederação Nacional de RPPNs.

O objetivo, segundo Henrique Garcia, da TNC, é montar um programa de incentivos à conservação em terras privadas, envolvendo RPPNs, reservas legais e áreas de preservação permanentes, para então montar um conjunto de corredores de conservação, a fim de "pegar aqueles proprietários que têm interesse em possuir áreas conservadas há muito tempo e que acham importante a manutenção da função ambiental na região, município ou bacia hidrográfica”.

Garcia lembrou que existem hoje na caatinga 35 reservas particulares que resguardam mais de 100 mil hectares: ”É uma área considerável e que mostra a potencialidade de usar RPPN como um mecanismo de conservação”. Destacou, porém, que atualmente pouco menos de 2% desse bioma são protegidos em unidades de conservação permanentes.

O programa, acrescentou, também vai desenvolver políticas voltadas para a sustentabilidade local, tais como o incentivo ao ecoturismo, pesquisas e contribuições em dinheiro por parte da sociedade.

"A caatinga tem um papel importantíssimo para o Brasil. É um bioma único e geralmente está associado à pobreza e à seca, e nós acabamos esquecendo seu valor cultural, social e ambiental", disse Henrique Garcia.

Para implantar o programa Aliança da Caatinga será necessário investir R$ 3 milhões nos três próximos anos.

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Marina Silva assina portaria para criação do Corredor Ecológico das Onças na Caatinga

23 de Abril de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou hoje (23) portaria que cria um grupo de trabalho para estudar a implementação do Corredor Ecológico das Onças na Caatinga.

O corredor passará pelos estados da Bahia, Pernambuco e Piauí e terá cerca de 3 milhões de hectares, segundo Ronaldo Morato, professor do Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação de Predadores (Cenap/Ibama). E irá proteger as onças-pintadas que vivem na caatinga, ameaçadas de extinção.

“A onça-pintada é uma espécie que a gente considera chave na conservação da biodiversidade porque ela é topo de cadeia alimentar e a ocorrência dela na região indica que as outras espécies abaixo na cadeia também estão presentes”, explicou o professor. A criação do corredor faz parte do Programa de Revitalização do rio São Francisco.

De acordo com Morato, ao preservar a onça-pintada se está preservado todo o bioma: ”A caatinga como um todo precisa de atenção. A fauna é um componente do bioma, de toda essa biodiversidade e merece tanta atenção quanto a caatinga. O que a onça-pintada representa, nesse caso, é uma bandeira , um símbolo para que a gente consiga preservar o bioma”.

O corredor, acrescentou, interligará as unidades de conservação dos três estados, formadas pelo Parque Nacional da Serra da Capivara, Parque Nacional da Serra das Confusões, atravessará o Rio São Francisco para a margem direita, atingirá o Parque Nacional do Boqueirão da Onça e será conectado até o Parque Nacional da Diamantina.

O professor ressaltou, porém, que ainda podem ocorrer mudanças e que a idéia é criar uma unidade flexível: “Não significa que ela será uma unidade de proteção integral. A gente já tem algumas unidades de proteção na área e o que a gente quer é que essas unidades tenham um papel mais efetivo e que essa conexão entre as unidades permita o fluxo de genes entre as diferentes espécies que ocorrem na região”.

Morato não soube precisar a população de onça-pintadas que vivem na região, mas disse que até o final do ano o grupo de trabalho já deverá ter feito um mapeamento. “A onça-pintada é uma espécie ameaçada de extinção e os conhecimentos que se tem a respeito da espécia na caatinga a consideram em estado crítico para a conservação do bioma”.

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MMA recebe colaboração da embaixada da Suíça para realizar Semana da Caatinga

23 de Abril de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - De hoje (23) até sexta-feira, o Ministério do Meio Ambiente promove a Semana da Caatinga, em homenagem ao dia nacional desse bioma exclusivamente brasileiro, que será comemorado no sábado (28). Neste ano, o ministério conta com a parceria da embaixada da Suíça para a realização do evento.

De acordo com o secretário de Biodiversidade e Florestas do ministério, João Paulo Capobianco, a cooperação suíça vai sensibilizar os demais países em relação à realidade da caatinga. “As pessoas fora do Brasil pensam que o importante é a Amazônia e o Pantanal. O que tem de importante no Brasil é a sua biodiversidade”, disse.

A data foi instituída, por meio de decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 20 de agosto de 2003, a fim de chamar a atenção da sociedade para a relevância da caatinga, que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), é um dos biomas menos conhecidos pelos brasileiros e também por estrangeiros.

“A semana foi instituída justamente com o objetivo de promover uma reflexão aprofundada sobre esse bioma que foi relegado a um segundo plano em termos de conservação durante muitas décadas”, acrescentou Capobianco, que representou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na abertura do evento.

Capobianco destacou que a caatinga, como o cerrado e os pampas, “tem especificidades e características próprias importantíssimas, tanto do ponto de vista da biodiversidade como do ponto de vista do potencial de desenvolvimento, como do ponto de vista de atrativos para a atividade turística, por exemplo”.

Durante a semana, palestrantes discutirão temas relacionados à caatinga, como desmatamento, impactos das mudanças climáticas e a importância do manejo sustentável. Capobianco lembrou que o evento foi feito “para promover esse momento de parada e reflexão sobre o futuro desse bioma”.

Dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que a caatinga possui mais de 300 espécies vegetais; 148 mamíferos e 348 espécies de aves registradas, 20 delas em risco de serem extintas, como a ararinha-azul e arara-azul-de-Lear.

O secretário destacou ainda que, além da comemoração da Semana da Caatinga, ao longo dos últimos anos o ministério desenvolveu ações voltadas especificamente para esse bioma. E citou como exemplo a criação de um grupo de trabalho para orientar as políticas do governo, que ajudou a convencer os parlamentares a votar, no ano passado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) para transformar a caatinga em patrimônio nacional.

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Assessor do Banco Mundial diz que Brasil está gerenciando melhor os recursos hídricos

26 de Abril de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Nos últimos dez anos, o Brasil evoluiu muito em termos de gerenciamento dos recursos hídricos, segundo o assessor principal para o Brasil do Banco Mundial, Antônio Rocha Magalhães.

No encerramento da quarta edição da Semana da Caatinga, ele afirmou: “Aprendemos que a questão de recursos hídricos não se resume apenas a fazer barramentos e construir açudes, mas é fundamental administrar a água, tanto a oferta como também racionalizar a demanda através de comitês de bacias e de cobranças pelo uso já que a água tem que ser vista como um bem escasso, que tem um valor econômico”.

De acordo com Magalhães, uma das melhores formas de fazer com que as pessoas percebam o valor e a importância da água é colocando um preço, mas isso deve ser feito “desde que haja uma cláusula social que garanta o acesso das populações mais pobres”.

Depois de lembrar que atualmente cerca de 20 milhões de pessoas habitam a caatinga – que se estende pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe –, Antônio Magalhães informou que “mais da metade dessa população já está nas regiões urbanas e muitas delas já têm sistema de abastecimento de água, que retira água de reservatórios construídos pelo poder público e leva até as cidades”.

Ele destacou a importância de um “sistema através do qual se possa importar água de outras bacias para garantir a segurança de águas nessas regiões”, porque alguns desses reservatórios podem ficar vazios na seca. “Há muitos problemas e as soluções têm que ser dispersas, como o programa de um milhão de cisternas, que terá que ser mais de um milhão dentro de algum tempo, e outras fomas de aproveitando das fontes locais que possam existir”, disse.

Segundo Magalhães, a escassez de água na caatinga tende a aumentar, mesmo com os programas desenvolvidos pelo governo. “A degradação ambiental tem levado à depressão dos recursos de água em várias regiões da caatinga. O capital natural está diminuindo e é preciso mais investimento para garantir o mesmo nível de abastecimento”.

Indagado se a transposição das águas do rio São Francisco pode ser uma solução para o problema da seca na caatinga, o assessor do Banco Mundial disse que serão usados apenas 2% da água do rio: "O rio não vai ser transposto. A quantidade de água que vai ser retirada é muito menor do que em muitos projetos de irrigação. O impacto não é muito grande se for retirada a água na época da cheia. Nesse caso, o impacto é desprezível. Mas é preciso que se faça uso de todos os dados disponíveis”.

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Lançado Plano de Turismo Sustentável na Bacia do Rio São Francisco

23 de Abril de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Gerar desenvolvimento social e econômico na região da Bacia do Rio São Francisco através da exploração do turismo é um dos principais objetivos do Plano de Turismo Sustentável na Bacia do Rio São Francisco, lançado hoje (23) em Brasília.

A meta, segundo Fernando Ferreira, coordenador de Turismo Sustentável do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, é explorar o potencial dos recursos naturais da região de modo que haja, além do desenvolvimento do turismo, a melhoria da infra-estrutura local. Para ele, “o turismo sustentável pode contribuir significativamente para a revitalização do rio São Francisco”.

Fazem parte da Bacia Hidrográfica do São Francisco os estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e o Distrito Federal. O rio se estende por 2.700 quilômetros e atravessa quatro trechos, que correspondem às regiões geográficas do Baixo, Submédio, Médio e Alto São Francisco. Em cada uma dessas regiões, o turismo a ser explorado vai desde as praias fluviais e câniones até a cultura, gastronomia e folclores sertanejos.

No Baixo São Francisco, de acordo com o Plano, o Cânion do São Francisco e a Foz do Velho Chico, em Alagoas, e o Pólo Foz do Velho Chico, em Sergipe, são as principais regiões turísticas. A caatinga também apresenta grande potencial, mas o documento elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente ressalta que o baixo grau de escolaridade da população e o alto grau de pobreza, junto com a falta de água e pouca oferta de emprego, restringem o desenvolvimento socioeconômico da região. A degradação ambiental também é grande: apenas 2% da vegetação são protegidos por unidades de conservação.

No Submédio São Francisco, formado 25 municípios da Bahia, destacam-se o sítios paleontológicos e o passado histórico do Cangaço e da saga de Antônio Conselheiro. Também são destaques as unidades de conservação Raso da Catarina e Parque Nacional do Catimbau. “Esse é o grande interesse do turista: conhecer a história do sertanejo, como é que viveu Lampião. Como foi a história de Canudos. Hoje o sertanejo convive com o semi-árido e isso é atratividade turística”, explicou o coordenador. Ele acrescentou que “as unidades de conservação são o cerne do desenvolvimento do ecoturismo”.

A oferta de meios de transporte, hospedagem e alimentação aparecem com um dos principais desafios para o desenvolvimento do turismo na região. No Médio São Francisco, região formada por Minas Gerais, Goiás, Bahia e Distrito Federal, os parques nacionais são apontados como atrativos-chave. O Plano sugere a população seja instruída sobre o funcionamento do turismo na região, tipo ainda como atividade incipiente.

No Alto São Francisco, 40 municípios, divididos em três pólos turísticos, são grandes potenciais para o desenvolvimento da atividade. Eles compreendem o Parque Nacional da Serra da Canastra, o Lago Três Marias, o Parque Nacional da Serra do Cipó, além da nascente do São Francisco. Também apresenta vasto patrimônio cultural e, diferentemente dos outros trechos pelos quais o rio passa, possui infra-estrutura básica para o turismo.

Fernando Ferreira destaca que a principal vantagem da região da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco é o clima quente durante a maior parte do ano. “Isso facilita o acesso aos atrativos. São áreas de interesse turístico muito grande e que a gente pode transformar em produto turístico se nós tivermos infra-estrutura e serviços agregados a esses atrativo”

O Plano de Turismo Sustentável na Bacia do Rio São Francisco levou três anos para ser concluído. Ao todo foram identificadas 385 ações que deverão ser desenvolvidas ao longo da implementação do projeto. De acordo com Ferreira, elas serão iniciadas na Serra da Canastra e deverão alcançar populações de mais de 180 municípios da Bacia do São Francisco.

Fernando Ferreira informou ainda que parte dos investimentos para a implementação do Plano, cerca de R$ 13 milhões, provém do Programa de Revitalização do rio São Francisco, previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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