Panorama
 
 
 

COMUNIDADES TRADICIONAIS ESPERAM VALORIZAÇÃO COM PLANO NACIONAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

24 de Abril de 2007 - Marcos Agostinho - Da Agência Brasil - Brasília - O integrante do Conselho Nacional dos Seringueiros Pedro Ramos de Souza durante reunião da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Debates visam a embasar plano nacional voltado a esses segmentos
Brasília - Representantes de comunidades tradicionais vêem como positiva a proposta do governo federal de criar um Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. O plano está sendo debatido em um seminário iniciado hoje (24) e organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Luceli Moraes Piu, secretária da Associação Pacari, que trabalha com plantas medicinais do cerrado, disse que a iniciativa valoriza as comunidades tradicionais.

“Antes nós não sabíamos o que os governantes estavam fazendo por nós, estávamos à margem. Hoje existe um auxílio para nos organizamos através de redes e cooperativas. Antigamente, ficávamos isolados e hoje podemos trocar experiências com pessoas da Amazônia, por exemplo”, contou a secretária da Pacari.

Para o seringueiro Pedro Ramos de Sousa, representante do Conselho Nacional dos Seringueiros e dos Caboclos da Amazônia, o seminário desta semana é importante para que a sociedade brasileira conheça as comunidades tradicionais. Segundo ele, pela primeira vez estão sendo criadas políticas públicas que alcançam essas comunidades.

“Durante muitos anos nesse país vivemos isolados em nosso canto. Antes existia planos pontuais e fragmentados, hoje está sendo criada uma política de âmbito nacional que atenda essas populações”, disse Pedro Ramos.

O seminário sobre o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais se estende até sexta-feira (27) com a presença de representantes de comunidades tradicionais e do governo federal.

O plano é considerado fundamental para a aplicação do decreto 6.040/07, aprovado em fevereiro, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. A política será oficialmente lançada na sexta. Ela prevê que os programas sociais levem em conta as características dessas comunidades.

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Yanomami denunciam irregularidades em ONG responsável pela saúde indígena no norte do Amazonas

26 de Abril de 2007 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Líderes yanomami formalizaram hoje (26) denúncia contra uma ONG responsável pela prestação de serviços de saúde para a etnia. Os índios acusam o Instituto Brasileiro pelo Desenvolvimento Sanitário (IBDS) de má administração do orçamento, desvio de recursos e descaso no atendimento em São Gabriel da Cachoeira (AM), na divisa com Roraima, o que está comprometendo, segundo os próprios moradores, a qualidade de vida dos indígenas residentes nas oito aldeias existentes no local.

A acusação foi formalizada hoje pelo presidente da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca), Armindo Melo, durante visita realizada à sede da Coordenação da Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Segundo dados da Ayrca, a área concentra cerca de mil índios yanomami, divididos entre as aldeias Maturacá, Ariabú, União, Nossa Senhora Auxiliadora, Ibambú, Nazaré, Tamaquaré e Maiá.

Melo explicou que o IBDS mantém convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e é responsável pela aplicação dos recursos destinados à saúde indígena na região norte do estado, mas, segundo os documentos a que o líder teve acesso, a aplicação dos recursos encontra-se de maneira duvidosa.

O presidente da Ayrca trouxe a Manaus cópias de notas fiscais e recibos de origem duvidosa, que, segundo ele, colocam em suspeita a aplicação correta dos recursos. O yanomami destacou que representantes das oito aldeias participaram de uma assembléia para discutir o assunto e foram unânimes em exigir a saída do IBDS da localidade.

“Os documentos que eu trouxe para a Coiab em Manaus são cópias de notas fiscais e recibos pagos pelo IBDS que não tem a ver com o trabalho que a instituição deve realizar, como transportes fluviais de objetos pessoais, móveis, eletrodomésticos e compra de óleo diesel sem descrição de origem e destino da embarcação. Foram esses documentos que nos levaram à suspeita de desvio de recursos em benefício de alguém que não são os indígenas da nossa região, isso sem falar dos maus-tratos com os nossos doentes. Diante disso, o que queremos é a saída do IBDS de lá”, diz ele.

Segundo a direção da Coiab em Manaus, os yanomami residentes na fronteira do Amazonas com Roraima sofrem com a falta de medicamentos e com o atendimento precário nos postos de saúde, que não possuem material suficiente para os técnicos e enfermeiros trabalharem. As doenças que mais afetam os yanomami dessa área são malária e tuberculose.

A denúncia formalizada hoje junto à Coiab pode mudar os rumos da administração das verbas da saúde indígena no Norte do Amazonas. De acordo com a representação da Funasa em Roraima, responsável pelos indígenas que vivem na área yanomami, se as denúncias forem confirmadas, o IBDS pode perder o direito de administrar a verba pública de saúde destinada os indígenas na área em questão, e os responsáveis poderão responder à Justiça por crime de peculato (apropriação de dinheiro público em benefício próprio).

De acordo com a Coiab, a denúncia já foi registrada oficialmente na instituição e encaminhada ao Ministério Público Federal, à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e ao Ministério da Saúde.

A Funasa de Roraima, responsável pelos indígenas do Norte do Amazonas, informou que uma comissão vai apurar a veracidade das informações fornecidas pelos yanomami. A partir da próxima segunda-feira, uma equipe técnica da Funasa estará nas aldeias para constatar a prestação dos serviços de saúde aos indígenas.

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Lideranças extrativistas reivindicam ações para Norte e Nordeste do país

30 de Abril de 2007 - Mylena Fiori - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A presidente do Memorial Chico Mendes, Raimunda Gomes da Silva, fala durante audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

Brasília - Lideranças extrativistas da Amazônia solicitaram hoje (30) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a regularização fundiária de 42 reservas do Norte e Nordeste do país. Os povos da região também estão preocupados com os efeitos do aquecimento global.

“Nossa preocupação é com a Amazônia em todos os aspectos, na questão da saúde, da educação, da preservação e da sustentabilidade”, afirmou a presidente de honra do Conselho Nacional de Seringueiros, Raimunda Gomes da Silva, ao final da audiência com o presidente.

Segundo ela, Lula garantiu que vai analisar as demandas, conversar com os ministérios envolvidos e marcar uma nova audiência com os extrativistas no final de maio. Ela acrescentou que o presidente também prometeu visitar, em dois ou três meses, a região de São Miguel, no extremo norte do Tocantins, onde vive Raimunda.

Após audiência, as lideranças amazônicas se reuniram com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com representantes do Ministério de Desenvolvimento Agrário e do Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Entre as reivindicações, eles pedem o apoio da bancada do governo no Congresso Nacional para a aprovação da Lei do Babaçu Livre, que garantirá o acesso das quebradeiras de coco aos babuçais de Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí – 300 mil famílias vivem da venda direta ou indireta do babaçu.

“Hoje, quem tem o babaçu em sua fazenda, manda derrubar e não deixa ninguém entrar. Há mais de oito anos as quebradeiras de coco lutam pela Lei do Babaçu Livre”, explica a líder extrativista. Ela conta que, em alguns estados, a situação já é regulada por leis municipais e estaduais, mas as quebradeiras batalham por uma lei federal.

Outra demanda refere-se à permanência dos trabalhadores rurais no regime da previdenciário como segurados especiais. “Queremos, inclusive, desburocratizar, além de sermos respeitados como uma população importante, que produz e preserva a floresta”, disse a presidente do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadores Rurais de Santarém, Maria Ivete Bastos dos Santos, que participou da reunião no Palácio do Planalto.

“É preciso acelerar as políticas públicas na região. É isso que estamos reivindicando em nome de todas as populações tradicionais da Amazônia”, destacou a sindicalista, que está ameaçada de morte e vive sob proteção policial.

As lideranças extrativistas permanecem esta semana em Brasília, onde pretendem acionar os ministérios da Saúde, Previdência Social, Justiça e Educação. “Queremos também uma educação de qualidade e adequada à realidade local. O povo extrativista necessita disso porque não tem nem assistência técnica de acordo com suas necessidades”, afirmou Maria Ivete.

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Funasa defende atuação na região do Vale do Javari, no Amazonas

27 de Abril de 2007 - Beth Begonha - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) defende sua atuação na região do Vale do Javari, no Amazonas, onde vivem diversos povos indígenas e um grande número de grupos isolados. No local, há uma epidemia de hepatite. Por conta da situação, a Funasa lançou uma campanha SOS Javari para combater o problema. Nesta semana, durante entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, o presidente da Funasa, Danilo Forte, afirmou que a situação no Vale do Javari já apresenta "significativa melhora". As lideranças indígenas e o coordenador da Funai na região, contudo, questionam a eficácia das ações.

Após críticas dos indígenas nesta semana, a Funasa emitiu uma nota oficial para dizer que reconhece que os salários dos contratados pela prefeitura de Atalaia do Norte (AM), município responsável por parte do atendimento aos índios, está atrasado por problemas nos repasses do Ministério da Saúde à prefeitura. Contudo, reafirmou que os salários dos trabalhadores das instituições conveniadas para executar a assistência médica está em dia. Para responder o porquê das críticas dos índios sobre a ausência de equipes de saúde na região, a Funasa cita que os indígenas "têm dificuldade em reconhecer os profissionais, chegando a recusar o atendimento".

A assessoria de imprensa também corrigiu uma informação apresentada pelo presidente da Funasa, Danielo Forte, de que disse que a instituição que atua na atenção à saúde no Vale do Javari é o Centro de Trabalho Indigenista (CTI). Na verdade, a instituição que atua em parceria com a Funasa na assistência à saúde indígena no local é a Associação de Educação e Saúde do Vale do Javari (Assassevaja).

Sobre a informação dos índios de que os barcos anunciados na região não aparecem na região, a Funasa respondeu que o local conta com cinco barcos de ferro para atender as demandas de atenção à saúde. "O barco maior, Albani Leal, foi utilizado na segunda etapa do inquérito sorológico. Porém, o mesmo só pode navegar no Vale do Javari durante dois meses no ano por causa das condições de navegabilidade dos rios. Hoje, o Albani Leal está apoiando as ações de saúde no distrito sanitário do Alto Solimões. Os barcos menores continuam na região, mas também sofrem restrições de navegação em função do nível dos rios", registra a nota.

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Lideranças indígenas e Funai criticam medidas da Funasa para saúde no Vale do Javari

27 de Abril de 2007 - Beth Begonha - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O Conselho Indígena do Vale do Javari (Civaja), no Amazonas, e o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região criticaram a efetividade da atuação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para resolver a situação da crise de saúde dos índios. A última reunião das lideranças com a Funasa, durante as manifestações do Abril Indígena, em Brasília, geraram cobranças sobre as medidas acordadas no lançamento da campanha SOS Javari, em outubro do ano passado. Segundo as lideranças, as ações prometidas não têm sido executadas.

No Vale do Javari, que faz fronteira com o Peru e a Colômbia, vivem os povos Kulina, Kanamari, Mayuruna, Matís, Korubo e Marubo. A área possui o maior número de aldeias de índios não-contatados do país, ou seja, aqueles que vivem sem qualquer relação com a sociedade envolvente. Na região, há um problema grave de casos de hepatite e malária.

Tanto o coordenador da Frente de Proteção Ambiental da Funai na terra indígena, Antenor Vaz, quanto o Conselho Indígena do Vale do Javari contestam as informações do presidente da Funasa, Danilo Forte, ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, nesta semana. De acordo com a Civaja, a situação chega a ser de "genecídio silencioso". Para o representante da Funai, uma "calamidade pública".

Danilo Forte afirmou à rádio que a situação no Vale do Javari já apresenta "significativa melhora". Segundo ele, sete equipes estão trabalhando dentro da reserva indígena, um terço da população de 4 mil indígenas já foi testada para investigar hepatite, o número de mortes por malária caiu na região, além de que os atrasos nos repasses a conveniadas e pagamentos dos funcionários estão normalizados.

O presidente da Funasa reconhece que o índice de contaminação por hepatite é muito alto - um percentual próximo de 90% para o caso do vírus tipo A, 56% do tipo B, e 25% do tipo Delta, para uma amostra de 309 pessoas. Contudo, Forte afirma que desde outubro do ano passado, a Funasa tem tomado medidas no sentido de debelar o problema e que o Ministério da Saúde colocou a disposição as vacinas do tipo B para a população do Vale. Ele credita o atraso nas providências, a problemas ocorridos anteriormente com antigas ONGs conveniadas.

Desde 2001, vêm acontecendo sucessivos casos de morte em função dos vários tipos de vírus da hepatite. Até agora, menos de 700 pessoas foram testadas numa população de 4 mil, ou seja, algo em torno de um quinto. O representante da Funai Antenor Vaz critica as afirmações da Funasa e diz que todas as lideranças indígenas já disseram publicamente que não há equipes trabalhando nas aldeias neste momento.

Também segundo ele, os barcos equipados com consultórios e comunicação via satélite não estão à disposição das equipes de saúde. Antenor ainda ressalta que os óbitos aumentaram de 30 em 2005 para 39 em 2006. "As medidas desencadeadas pela Funasa não são suficientes para reverter o quadro", critica.

À época do lançamento da campanha SOS Javari, o conselho indígena elogiou a medida da Funsa. Porém, a entidade afirma que essa postura mudou diante da falta de eficácia das ações. "O Vale do Javari clama por socorro. Infelizmente, conforme o que já foi apresentado, a tendência é que esta situação persista numa constante, pois não existem esforços concretos, no âmbito da Funasa, com a finalidade de solucionar os problemas de saúde em nossas aldeias", registra em nota. Ouça entrevista do integrante do conselho indígena Beto Marubo com as críticas à Funasa.

No lançamento da campanha SOS Javari, em outubro do ano passado, a Funasa anunciou a realizar o inquérito sorológico de toda a população (4 mil) da terra indígena até o mês de julho deste ano. Até agora, segundo informações da Coordenação Regional do Amazonas (Core) da Funasa, menos de 700 pessoas foram testadas. Ou seja, outras 3.300 teriam que ser testadas até julho.

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Movimento Nacional de Pescadores destaca unificação de comunidades tradicionais

27 de Abril de 2007 - Elaine Borges - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, lançada oficialmente hoje (27), contribuirá "para a unificação desses grupos que não se reconheciam", afirmou Ernando Ferreira Pinto, do Movimento Nacional dos pescadores.

"O grande passo dessa luta foi a unificação. Isso é importantíssimo para o avanço dessa política e eu espero, quero, acredito estar vivo para ver a modificação da realidade das comunidades tradicionais – não só da sua cultura, da sua vivência, mas da sua perspectiva de vida, de renda, de qualidade de vida como ser humano", destacou.

Para o diretor de Agro-extrativismo e Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Jorge Zimmermann, a política representa o reconhecimento da diversidade social existente no Brasil. "Essa política está se dirigindo a essa diversidade sociocultural e socioambiental que precisa ter um tratamento diferenciado dentro das políticas universais", disse. Na opinião de Zimmermann, "ela configura um reconhecimento do governo, do Estado brasileiro, à sociodiversidade que temos no Brasil".

Instituída pelo Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro último, a Política é resultado do trabalho da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável, com a participação de 15 representantes de povos das comunidades tradicionais, entre eles indígenas, quilombolas e ciganos, além de 15 representantes do governo.

Em cinco reuniões realizadas em vários estados, foram definidos quatro eixos básicos para nortear atividades voltadas para as comunidades tradicionais: a questão territorial de acesso aos recursos naturais, infra-estrutura, inclusão social e eixo de fomento à produção sustentável.

O representante das Comunidades Tradicionais dos Faxinais do Paraná, Amilton José da Silva, disse esperar que o governo tenha estrutura para implantar a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais: "A política foi implantada, aprovada e decretada. Agora vai depender da estrutura dos ministérios para o desenvolvimento. Ela é boa, claro, porque nós ajudamos a discutir e a criar".

Uma das atribuições da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais é estabelecer um Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável.

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Acre debate criação de parlamento indígena

23 de Abril de 2007 - Kátia Paiva - Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O Acre discute atualmente a criação de um parlamento indígena, que serviria para orientar as políticas públicas para as comunidades indígenas, fazendo uma ponte entre o governo e as 14 etnias do estado.

"Esse parlamento é um espaço onde a gente coloca todas as organizações e lideranças indígenas em nível de igualdade. Um espaço democrático onde todos participam. É uma forma de a gente, como governo, ter um diálogo direto com as comunidades", afirma Francisco Pinhanta, assessor especial dos povos indígenas do governo do Acre.

Segundo o índio Isak Piankó, da etnia Ashaninka, a maior vantagem da criação do parlamento é a "participação mais direta das comunidades indígenas" nas decisões que serão tomadas pelo governo estadual.

O Acre é o único estado que discute uma proposta do gênero. A criação do novo órgão é uma iniciativa das organizações indígenas do estado e sua composição deve ser definida no 2° Fórum dos Povos Indígenas, no final do ano. No 1º Fórum, realizado no último dia 19 (Dia do Índio), a criação do parlamento foi o assunto mais debatido.

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Comissão é apenas "primeiro passo", afirma indígena

22 de Abril de 2007 - Aline Bravim e Daniel Merli - Da Agência Brasil - Brasília - Após a "decepção" que foi o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, organizações indígenas esperam que a criação da Comissão Nacional de Políticas Indigenista (CNPI) seja apenas "primeiro passo" para quitar a dívida do governo federal com os povos indígenas. “A comissão representa um passo importante, mas os problemas dos povos indígenas são graves”, ressalta Jecinaldo Sateré Maué, coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

Maué espera que a comissão tenha vida breve e logo dê lugar a um Conselho Nacional de Política Indígena, com poder deliberativo. A comissão é apenas consultiva. "Queremos que a comissão seja objetiva no cumprimento do seu papel, para que em um futuro, seja criado o Conselho Nacional, que será deliberativo", explica Maué.

De acordo com o coordenador, o Conselho encaminhará pautas com problemas indígenas, como saúde, educação, sustentabilidade e demarcação de terras que assegurem proteção territorial. "Essas questões básicas estão ainda apenas na legislação, sem sair do papel. Isso será o primeiro passo, que o governo deveria ter dado há quatro anos", argumenta.

Procurada pela Agência Brasil, a Fundação Nacional do Índio (Funai) preferiu não se manifestar.

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Diálogo com lideranças buscará auxiliar tratamento de índios dependentes do álcool

28 de Abril de 2007 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O alcoolismo entre a população indígena é um problema que tem preocupado as lideranças. O tema foi discutido há poucos dias durante a mobilização do Abril Indígena, em Brasília, que contou com a participação de mais de 100 etnias. A questão também será tratada pela Política Nacional sobre o Álcool, que está sob análise da Casa Civil e deve ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

A proposta, articulada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), prevê a capacitação de lideranças para identificar o uso excessivo da bebida nas aldeias e auxiliar no tratamento de dependentes. Conforme explicou a diretora de Prevenção e Tratamento da Senad, Paulina Duarte, a capacitação será ministrada por técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) nos estados que já foram treinados para repassar o conhecimento aos indígenas.

As técnicas, segundo ela, são simples e permitirão a identificação de padrões de consumo que excedem "o limite social". "Existem técnicas de internação breve com que as lideranças poderão abordar uma pessoa e a fazer refletir sobre o uso da bebida. Se necessário, podem sugerir e faê-la entender a importância da orientação específica", esclareceu Duarte.

Ainda segundo a diretora Senad, a internação nem sempre é necessária e o ideal "é que os índios sejam encaminhados à redes de atendimento municipais" como ambulatório e postos de saúde. A diretora da Senad informa que durante a publicação do decreto com a Política Nacional sobre o Álcool, na próxima semana, será divulgada uma pesquisa com estatísticas sobre o consumo de álcool em aldeias de mais de 11 etnias de todo o país.

Além de capacitação de indígenas, o programa também prevê treinamento para lideranças em assentamentos da reforma agrária. A Política Nacional sobre o Álcool contém um conjunto de medidas para prevenir o uso abusivo de bebidas alcoólicas e reduzir a violência.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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