28-04-2007
- São Paulo - Assinaturas e desenhos
recolhidos em Porto Alegre, Rio, Campos do
Jordão (SP), Belo Horizonte, Salvador
e Brasília pedem ao aos equatorianos
que votem pela conservação das
baleias em Comissão Internacional.
Após o Greenpeace
ter conseguido reverter o posicionamento da
Nicarágua, que se comprometeu a defender
as baleias na próxima reunião
da Comissão Internacional da Baleia
(CIB), agora foi a vez da ONG exigir do Equador
a mesma postura.
O Greenpeace organizou neste
sábado manifestações
em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Campos do
Jordão (SP), Belo Horizonte, Salvador
e Brasília, com uma faixa gigante,
pedindo que as pessoas demostrem seu carinho
pelo Equador e pelas baleias. O Greenpeace
recolheu sete banners repletos de assinaturas
que serão levados ao consulado do Equador
em Salvador, no dia 4 de maio, pelo mascote
Mangá Whale, da campanha de baleias
do Greenpeace.
O governo equatoriano já
apresenta uma posição conservacionista,
mas há anos está sem pagar a
cota anual, e por isso não participa
da CIB. “O Greenpeace pede que o país
volte a ter uma postura ativa na questão,
já que as baleias têm grande
importância para o Equador, pois o turismo
de observação desses animais
representa uma importante alternativa econômica
para muitas comunidades costeiras, e vem gerando
milhões de dólares ao ano e
centenas de empregos diretos e indiretos no
país”, afirmou Leandra Gonçalves
coordenadora da campanha de baleias do Greenpeace
Brasil.
No dia 11 de abril, o Greenpeace
realizou protestos para pressionar a Nicarágua,
que vinha apoiando o Japão e votando
pela caça na CIB, levando ativistas
e caudas de baleias, simbolizando cemitérios,
para embaixadas e consulados da Nicarágua
em 11 países do mundo. A pressão
deu certo e a Nicarágua anunciou que
irá mudar seu posicionamento na próxima
reunião da comissão.
“Esse voto representou a
vitória em uma batalha, mas ainda não
ganhamos a luta. A competição
entre países durante a reunião
da CIB é acirrada, e sabemos que o
Japão ainda não desistiu de
‘comprar’ mais países, que podem vir
a votar a favor dos interesses japoneses”,
alertou Leandra.
Alguns países ainda
lutam para derrubar a moratória da
caça comercial de baleias, o que contribuiria
para a extinção de muitas espécies.
Apesar dessa moratória existir desde
1986, esses países continuam a caçar
sob o pretexto de estarem realizando “pesquisa
científica”. No entanto, a comunidade
científica vem mostrando que é
possível realizar estudos e alcançar
importantes resultados sem a necessidade de
matar baleias.
Baleeiros japoneses já
anunciaram que este ano retomarão a
caça de baleias jubartes, que é
a mesma espécie que visita frequentemente
a costa equatoriana e a brasileira, sendo
uma das principais atrações
do turismo de observação de
baleias nesses países. Por isso, o
voto do Equador é muito importante
para o futuro das baleias!
+ Mais
Cargill é condenada
a realizar Estudos de Impacto Ambiental, mas
porto em Santarém continua aberto
27-04-2007 – Manaus - A
6a Turma do Tribunal Regional Federal da 1a
Região condenou no início desta
semana (23/04) a multinacional Cargill a realizar
o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima),
mas permitiu que a empresa continue operando
seu porto graneleiro em Santarém, no
Pará. A decisão da maioria dos
desembargadores foi contrária ao do
relator, o desembargador federal Souza Prudente,
que resultou no fechamento do terminal graneleiro
há um mês. Para ele, o EIA-Rima
deveria ser prévio (e não póstumo),
já que, por lei, ele é pré-requisito
para aprovação de empreendimentos
deste tipo.
No último dia 12/04,
o desembargador federal Carlos Fernando Mathias,
do Tribunal Regional Federal (TRF), havia
concedido liminar autorizando a reabertura
do porto da Cargill em Santarém. Em
sua decisão, o desembargador Mathias
também reafirma a necessidade de se
fazer os Estudos de Impacto Ambiental (EIA/Rima).
De acordo com assessoria
de imprensa do TRF, a Cargill ainda pode apelar
da decisão de fazer o EIA-Rima no Tribunal
Regional Federal, no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal
(STF).
Segundo nota divulgada pela
empresa, a Cargill “está analisando
o conteúdo completo da sentença
para, depois disso, poder avaliar os próximos
passos”, dando a entender que pretende continuar
explorando as brechas da confusa legislação
brasileira para continuar operando seu porto
sem respeito à legislação
e muito menos ao meio ambiente amazônico.