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PAÍS NÃO PODE GERAR ENERGIA “EM PREJUÍZO AO MEIO AMBIENTE”, AFIRMA MARINA SILVA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

26 de Abril de 2007 - Daniel Merli, Glaúcia Gomes e Juliane Sacerdote - Da Agência Brasil - Brasília - Após encontro no Palácio do Planalto com o presidente em exercício, José Alencar, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anuncia a criação do Instituto Chico Mendes
Brasília - O serviço público tem regras”, defendeu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Segundo ela, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, tem “a obrigação de fazer com que o país tenha energia para se desenvolver”.

“Mas isso não significa que ele tenha que fazer isso em prejuízo ao meio ambiente”, afirmou em entrevista à imprensa, após audiência pública hoje (26) na Câmara dos Deputados. Segundo ela, ainda que ela seja ministra do Meio Ambiente, não significa “que não se preocupe com a produção de energia”. O desafio, segundo ela, é “tentar aproximar o desenvolvimento e conservação”.

Rondeau, afirmou à imprensa ontem (25) que “se os impasses sobre as liberações ambientais não forem resolvidos até maio, o governo vai buscar outras fontes de energia”. O ministro não descartou a possibilidade de investimentos na energia nuclear e térmica.

Marina afirmou que não tem previsão para saber quando será tomada decisão sobre o pedido de licença ambiental para a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, “O poder público não facilita nem dificulta nada. E opera com critérios de impessoalidade, e acima de tudo, responsabilidade com o país”.

No último dia 23, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou a realização de novo estudo de impacto ambiental (EIA) sobre o projeto de hidrelétricas do Rio Madeira.

O presidente em exercício, José Alencar, acredita que não há divergência no governo entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental. O governo está “absolutamente consciente”, segundo ele, de que é preciso priorizar o desenvolvimento, mas sem agressão ao meio ambiente.

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Moradores próximos da Hidrelétrica de Estreito querem ser ouvidos, diz representante

21 de Abril de 2007 - Bárbara Lobato - Da Agência Brasil - Brasília - Cerca de 350 pessoas estão acampadas, desde de segunda-feira (16), em frente a obra da Hidrelétrica de Estreito - região entre os estados de Tocantins e Maranhão. Segundo o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Cirineu da Rocha, umas das principais reivindicações é que para que a população local seja ouvida. "A gente ta tendo muita dificuldade para fazer contato com o governo, principalmente com o Ministério de Minas e Energia. Então, se nenhum contato for feito, nós vamos intensificar o movimento e sem previsão de sair da região". Rocha ressaltou que hoje (20) estava marcada uma entrevista com o ministério, mas que foi cancelada sem previsão para acontecer outra. Procurado pela Agência Brasil, o Departamento de Gestão Ambiental do ministério não pôde conceder até o fechamento desta matéria.

Entre as reivindicações, Rocha diz que é importante ter reuniões com a população de baixa renda da região e que haja mais esclarecimentos a respeito das licenças para instalação daHidrelétrica. Desde que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concedeu licença de instalação para a Hidrelétrica os moradores, entre agricultores e indígenas, discutem sobre a concessão de licenças e se a obra pode causar danos ambientais. "A gente quer o reconhecimento das pessoas que moram na região, principalmente dos povos indígenas. Os empreendedores não reconhecem os impactos ambientais que isso [a construção da hidrelétrica] pode causar". De acordo com ele, a região compreende, aproximadamente, 40 mil hectares de área verde com 50% representando as florestas. "Automaticamente se tem a diminuição da caça, umas da principais fontes de alimentação dos povos indígenas".

Em entrevista concedida à Rádio Amazônia, a superintendente do Ibama, Marluze Santos, disse que desde 2002 há encontros com os órgãos governamentais para que a discussão sobre essas questões sejam levadas à população de baixa renda. "Sou a favor de novas consultas, de novas discussões públicas, e que o Ibama e outros órgãos públicos estejam abertos para discutir isso. É um empreendimento difícil e que, com certeza, pode causar danos ambientais", disse. De acordo com o Consórcio Estreito Energia, a hidrelétrica deve ficar pronta em 2010. A previsão é que o reservatório ocupe 555 quilômetros quadrados. De acordo com o Ibama, a construção do Estreito vai atingir diretamente 11 municípios e vai provocar o deslocamento de, aproximadamente, 5 mil pessoas.

Na opinião de Santos, a população de baixa renda deve procurar o Ibama para esclarecer qualquer dúvida referente a licenciamento da Hidrelétrica. "Hoje a diretoria de lincenciamento tem gente em várias áreas afim de chegar mais próximos dessas pessoas [população de baixa renda]. Mas sempre vai faltar alguma detalhe que a gente não conseguiu analisar devidamente. Eu acho que representantes dessas comunidades devem procurar o Ibama e expor os pontos que geram dúvida".

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Não há divergência no governo entre desenvolvimento e ambiente, afirma Alencar

26 de Abril de 2007 - Ana Paula Marra - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente em exercício, José Alencar, recebe a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o secretário executivo, João Paulo Capobianco. O governo está consciente, segundo Alencar, de que é preciso priorizar o desenvolvimento sem agredir o meio ambiente
Brasília - O presidente em exercício, José Alencar, negou que haja divergências, dentro do governo, sobre a concessão de licenças ambientais a projetos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O governo está “absolutamente consciente”, segundo Alencar, de que é preciso priorizar o desenvolvimento, mas sem agressão ao meio ambiente.

Ele afirmou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem feito um trabalho “admirável”. A ministra “não pode, de forma alguma, trabalhar fora da lei, ainda que isso possa parecer conveniente para que haja urgência nos investimentos”, disse, em entrevista à imprensa, após participar da solenidade de inauguração da fábrica de insulina da empresa Novo Nordisk em Montes Claros (MG).

Semana passada, Marina Silva anunciou mudanças na estrutura do ministério e a troca de alguns funcionários da pasta. Segundo ela, “não existe nenhuma ligação entre as mudanças e a não-concessão do licenciamento ambiental para a construção das usinas do Rio Madeira”.

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Governo buscará outras fontes de energia, se questão de licenças ambientais não for resolvida, diz ministro

25 de Abril de 2007 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou hoje (25) que, se não for encontrada uma solução para o impasse sobre a licença ambiental para construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, o governo irá buscar outras fontes de energia.

"Se, até maio, não tivermos isso, certamente estaremos discutindo uma fonte térmica para substituir a melhor fonte que temos, que é a hidráulica, que entendemos, do ponto de vista econômico e ambiental, que garante a segurança energética do país".

Perguntado sobre que fonte de energia seria usada, Rondeau disse aos jornalistas que "pode ser nuclear, qualquer outra térmica que não seja a hidráulica. Certamente não será a eólica, certamente não será solar".

Rondeau, que se encontrou hoje (25) com a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, afirmou que o Ministério de Minas e Energia tem relatórios técnicos feitos por especialistas, sinalizando que a obra é viável do ponto de vista ambiental.

Em parecer técnico divulgado no último dia 23, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomendou que não fosse emitida licença prévia para a instalação das hidrelétricas do Rio Madeira. De acordo com o documento, há um elevado grau de incerteza no processo, principalmente porque o estudo sobre os impactos ambientais não identificou todas as áreas que serão afetadas pelas obras.

O ministro Silas Rondeau disse ainda que não acredita que a divisão do Ibama, anunciada hoje pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, vá facilitar a concessão da licença ambiental. "Não vejo como. O que pode ser feito é enfrentarmos a questão e encontrarmos uma resposta para os questionamentos que estão sendo feitos no tempo em que se possa fazer a licitação o mais rápido possível", afirmou o ministro.

Na semana passada a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou a saída do presidente do Ibama, Marcus Barros, e negou que a mudança tenha relação com pressões relativas ao licenciamento ambiental. Na ocasião, a ministra comentou ainda informações publicadas pela imprensa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se queixado de morosidade no
licenciamento. Ela afirmou que as declarações que seriam de Lula estavam atribuídas a terceiros e não refletem a realidade.

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Ex-secretário defende debate "racional e desapaixonado” sobre licenciamento ambiental

25 de Abril de 2007 - Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Claudio Langone, que deixou o cargo hoje (25), disse que o debate sobre licenciamento ambiental deve ser “desapaixonado” e “racional”.

“Temos desafios. O primeiro é que nós tenhamos condições de fazer um debate desapaixonado, racional sobre licenciamento ambiental fora da emergência da liberação de licença x, y ou z”, afirmou. Segundo ele, é preciso também "rechaçar soluções fáceis”..

Langone foi substituído por João Paulo Capobianco, que ocupava a Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Langone deve continuar a contribuir com o "projeto" da pasta.

Hoje, a ministra anunciou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai ser desmembrado em duas instituições. O Ibama continuará exercendo as funções atuais, exceto a conservação da biodiversidade, que ficará a cargo de um novo órgão, ainda a ser criado, o Instituto Brasileiro de Conservação da Biodiversidade. Também foram criadas quatro secretarias no ministério.

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Nem sempre pequenas usinas têm menos impacto, diz presidente do Ibama

24 de Abril de 2007 - 22h31 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Nem sempre as pequenas hidrelétricas têm baixo impacto ambiental, e nem sempre as grandes têm alto impacto. A observação é do presidente substituto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Márcio Freitas.

"Existem vários casos de PCH [pequena central hidrelétrica] que tem alto impacto ambiental, assim como existem casos de usinas grandes que têm pouco impacto ambiental”, disse, em entrevista à Agência Brasil. “No caso de PCH , muitas vezes há o comprometimento de uma alça de um rio, ou de alguma situação de desvio do canal principal do condutor que também pode ser identificado como um impacto significativo".

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para ser classificada como PCH a central deve ter potência entre 1.000 e 30.000 kilowatts. Atualmente, segundo dados do Centro Nacional de Desenvolvimento de Pequenas Centrais Hidrelétricas, operam no Brasil 253 usinas desse porte, responsáveis por 1,35% da capacidade instalada das usinas em operação.

Ao ser perguntado se é possível o Brasil aumentar seu potencial energético sem comprometer o meio ambiente, o presidente substituto do Ibama disse que é impossível gerar energia sem impactar a natureza. "Nenhuma forma de geração de energia prescinde de algum tipo de impacto ambiental. Então, a questão que se coloca é qual é a viabilidade da geração de energia, frente ao custo que essa energia implica. Seja do ponto de vista ambiental, econômico ou social. Essa é uma discussão que o país tem que fazer", defendeu.

Márcio Freitas destacou, no entanto que o Brasil pode crescer e ainda assim manter a sua diversidade biológica.

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Produção de cana-de-açúcar pode ter mecanismo de certificação ambiental

24 de Abril de 2007 - Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fala durante reunião com representantes do cooperativismo brasileiro.

Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou hoje (24) que o governo prepara um instrumento da certificação para provar quais são os locais que produzem cana-de-açúcar de maneira ambientalmente sustentável. “Evidentemente vão ser usados uma série de critérios e um deles é a recuperação do meio ambiente”, destacou. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estuda a criação dessa certificação para produtores de álcool. O ministro considera esse mecanismo importante para que os produtores brasileiros de álcool atinjam novos mercados de exportação.

Stephanes enfatizou ainda que o aumento da plantação de cana-de-açúcar no Brasil para produzir etanol não vai gerar degradação ao meio ambiente. “Não tenho nenhuma preocupação. Vamos possivelmente dobrar nossas áreas de plantio e mais do que dobrar a nossa produção, sem que isso desrespeite o meio ambiente. Acho que não vai haver a derrubada de nenhuma árvores para isso”, disse.

Segundo o ministro, o Brasil pode recuperar e usar áreas degradas para plantar cana-de-açúcar. “Temos muitas áreas degradadas que precisam ser recuperadas e plantando cana-de-açúcar podemos recuperar. Devemos ter hoje 30 a 40 milhões [de hectares] de áreas degradadas que precisam ser recuperadas. Para dobrar nossa produção de álcool, precisamos de 10 a 15% de áreas degradadas”, afirmou.

Para o técnico de Economia e Mercado do Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais, Marcos Antônio de Oliveira, a produção de biocombustíveis no país pode gerar concentração de terras, intensificação do êxodo rural, e degradação ambiental. “Historicamente sempre teve um processo de valorização dos preços da terra, concentração fundiária, mudanças nas comunidades locais, em detrimento de uma agricultura que pensa na pluralidade, no respeito ao meio ambiente. Não há motivos para crer que vai ser diferente”, argumentou Oliveira.

Em entrevista recente, o ex-ministro Roberto Rodrigues, que hoje é presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e co-presidente da Comissão Interamericana de Etanol, disse que dos 62 milhões de hectares cultivados no Brasil, 3 milhões destinam-se à cana de açúcar para produção de etanol. Sua estimativa ainda aponta que outros 220 milhões de hectares de pastagens, dos quais 90 milhões são aptos para a agricultura – destes, 22 milhões para cana de açúcar e 68 milhões que podem ser usados na produção de alimentos.

A discussão do etanol ganhou peso nos últimos tempos após as conversas entre o presidente norte-americano George W. Bush com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar a produção da substância para adicioná-la à gasolina e ajudar a reduzir a dependência do petróleo.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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