30/04/2007
- As 60 milhões de árvores já
plantadas por meio do Programa Mata Ciliar
estão seqüestrando 319.345 toneladas
de gás carbônico (CO2) equivalente
- unidade adotada mundialmente pelo Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL). Esse número
corresponde à neutralização
de combustível fóssil consumido
por mais de 214,3 mil carros em um ano (rodando,
em média, 10 mil quilômetros
por ano). O levantamento, que apresenta a
contribuição do programa paranaense
para redução do aquecimento
global, foi realizado por técnicos
do Instituto Ambiental do Paraná (IAP),
está disponível na internet,
na página www3.pr.gov.br/mataciliar.
O Programa Mata Ciliar é
desenvolvido desde 2003 pela Secretaria do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
por meio do IAP, e tem como objetivo recuperar
a vegetação às margens
de rios e mananciais de abastecimento - considerada
Área de Preservação Permanente
(APP) - em território paranaense. Segundo
o secretário do Meio Ambiente, Rasca
Rodrigues, o cálculo do volume de carbono
absorvido é chamado de “estoque de
carbono acumulado” e faz parte das diretrizes
do programa para os próximos anos.
“Na primeira gestão
investimos em melhorias para o aumento da
produção de mudas, reformando
os viveiros do IAP e doando outros 330 a municípios
e entidades parcerias do programa. Isso fez
com que aumentássemos de 2 milhões
para 30 milhões o número de
mudas produzidas anualmente no Estado e atingíssemos
a marca de mais de 60 milhões de mudas
de espécies nativas plantadas”, contextualizou
Rasca.
“Agora, além de continuar
estimulando o plantio de mudas, iremos fortalecer
o monitoramento para realizar cálculos
mais precisos do resgate de carbono, possibilitando
até, futuramente, a comercialização
de certificados de carbono por parte dos proprietários
das áreas recuperadas e suas organizações
formais”, adiantou o secretário.
Atualização
constante - O presidente do IAP, Vitor Hugo
Burko, destacou que as vistorias de campo
serão realizadas por técnicos
do IAP, profissionais autônomos, empresas
do terceiro setor e empresas privadas buscando
a consolidação de dados. “O
volume de carbono absorvido pelas mudas plantadas
já pode ser acompanhado pela internet
e será atualizado constantemente”,
disse Burko.
Ele explicou que o objetivo
desta divulgação “online” é
apresentar à sociedade a dimensão
de mais este benefício da recuperação
florestal do Programa Mata Ciliar, que influência
positivamente os efeitos da mudança
climática global.
Cálculos – O chefe
do departamento de silvicultura do IAP, Sérgio
Mudrovitsch de Bittencourt, um dos responsáveis
pelo estudo, explicou que o resultado apresentado
foi obtido em cálculos que avaliaram
algumas características destas mudas
já plantadas durante seu desenvolvimento,
chegando à estimativa da capacidade
de absorção de cada uma das
67 espécies nativas produzidas nos
viveiros.
“Foram avaliadas características
como altura, diâmetro basal, fator de
forma e densidade de cada espécie”,
detalhou Sérgio. Cada árvore
de bracatinga, por exemplo, pode absorver
0,0249 tonelada de carbono por ano. “É
uma das espécies que mais atua no resgate
de carbono”, explicou Sérgio. Já
a aroeira absorve, em média, 0,0022
tonelada anualmente e a araucária,
0,0039.
Também foram consideradas
as árvores de áreas abandonadas
pelos proprietários para que a vegetação
se regenere naturalmente - outra orientação
do IAP para as matas ciliares – que já
somaram mais de 12 mil hectares à cobertura
florestal do Estado nos últimos quatro
anos. “Neste caso, foi considerado que cada
hectare absorve cerca de cinco toneladas de
carbono por ano”, disse Sérgio.