03-05-2007 – Manaus - Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) recebe proposta
do governo do Amazonas de compensar emissões
do torneio em 2014 com preservação
da floresta.
A preservação
das florestas do estado do Amazonas irá
mitigar a emissão de gases de efeito
estufa durante a Copa do Mundo de 2014. Essa
é a oferta do governador do estado,
Eduardo Braga, ao presidente da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira,
que avalia as condições dos
estados brasileiros para receberem jogos da
competição.
A proposta foi formalizada
nesta quinta-feira em Manaus durante reunião
entre Braga e Teixeira. O coordenador da campanha
da Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário,
presente ao encontro a convite do governador,
colocou a estrutura da organização
à disposição da CBF e
do governo do estado para detalhar a proposta
do mecanismo de compensação.
"O Greenpeace está
se prontificando a apoiar o Amazonas e a CBF
a quantificar e valorar o montante emitido
em todas as atividades de preparação
e realização da Copa do Mundo
de 2014", informa Adário.
O arranjo financeiro preciso
do mecanismo de compensação
ainda depende de cálculos das emissões
em todas as atividades, incluindo transportes,
uso de energia, construção de
obras e comunicação. Em princípio,
cada tonelada de carbono emitida por conta
da Copa seria compensada com um valor fixo
a ser depositado em um fundo financeiro ambiental.
Esses recursos seriam investidos na implementação
de áreas protegidas e no apoio a atividades
florestais sustentáveis por meio do
financiamento de comunidades que prestam serviços
ambientais na Amazônia.
A proposta do governador
Braga está em consonância com
a vanguarda mundial em matéria de mudanças
climáticas. O Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas da ONU
(IPCC, na sigla em inglês) apresenta
nesta sexta-feira, em Bangcoc, um relatório
que, pela primeira vez, considera a conservação
de florestas e o desmatamento evitado como
medidas de mitigação. Segundo
o IPCC, 550 milhões de toneladas de
gás carbônico podem deixar de
ser emitidas a um custo baixo ao reduzir o
desmatamento na América do Sul e Central.
Especialistas que trabalham
no Amazonas estimam que cada hectare de floresta
no estado armazena, em média, 200 toneladas
de carbono.
O presidente da CBF ficou
entusiasmado com a proposta do estado e afirmou
que ela vai ser tema da reunião que
tem com o presidente da Federação
Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter,
ainda neste mês de maio. “A Amazônia
tem grande importância no contexto mundial
e é impossível ficar fora dos
projetos que temos apresentado para o Brasil
sediar a Copa de 2014. A proposta do governador
vem somar as que temos apresentado”, disse.
A Copa do Mundo de 2014
deve acontecer na América Latina, e
o Brasil é candidato único no
momento. A Fifa deve apontar em novembro qual
será a sede do evento.