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INDÚSTRIA NUCLEAR NÃO É VIÁVEL ECONOMICAMENTE, DIZ NOVO RELATÓRIO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2007

02-05-2007 – Londres - Além de cara e pouco competitiva, a instalação de infra-estrutura é muito demorada. Usinas não podem ser construídas em tempo hábil para fazer a diferença no combate às mudanças climáticas.

Um novo estudo publicado nesta quarta-feira por um grupo internacional de especialistas independentes demonstra que a energia nuclear não é uma opção economicamente viável para o combate ao aquecimento global. O anúncio acontece na semana em que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) está reunido em Bangcoc, na Tailândia, para apontar medidas de mitigação para o problema.

O relatório Aspectos Econômicos da Energia Nuclear, encomendado pelo Greenpeace Internacional, concluiu que a construção de uma usina nuclear pode ultrapassar em 300% seu orçamento inicial e, em média, leva quatro anos a mais para ser construída do que o planejado. O estudo foi elaborado por especialistas da área econômica da Universidade de Greenwich e de outros órgãos independentes.

Além de cara, a energia nuclear é praticamente inócua no combate ao aquecimento global. A energia nuclear representa apenas 16% da eletricidade do mundo e a geração de eletricidade representa apenas um terço da emissão total dos gases do efeito estufa.

Para a energia nuclear ter qualquer efeito na redução do aquecimento global, seria necessário construir no mínimo mil reatores em todo o planeta. Isso é um cenário completamente irreal, devido aos altos custos e ameaça à segurança que representaria.

Pesquisas realizadas na União Européia concluem que, quando se observa o ciclo completo da geração nuclear - desde a mineração de urânio até o descomissionamento de usinas, as centrais nucleares emitem cerca de 50% mais gases do efeito estufa do que a energia eólica, por exemplo.

"Combater as mudanças climáticas efetivamente significa reduzir as emissões dos gases do efeito estufa em 50% até 2050. Construir mais usinas nucleares serviria apenas para criar mais lixo radioativo, mais alvos suscetíveis ao terrorismo e exigiria mais gastos pesados em subsídios públicos", afirmou Guilherme Leonardi, coordenador da campanha antinuclear do Greenpeace Brasil.

O relatório examina as causas por trás dos grandes atrasos de projetos de usinas nucleares e os freqüentes estouros de orçamento, além das preocupações com segurança e confiabilidade, concluindo que:

- Em praticamente todos os países, o custo da construção de usinas nucleares ultrapassou o orçamento proposto inicialmente;

- A combinação da necessidade de pesados subsídios, de preços altos pouco competitivos, da pouca confiabilidade e de riscos sérios de atrasos na obra tornam a energia nuclear economicamente inviável;

- Preocupações significativas existem com a segurança básica das instalações, com o lixo nuclear e com o descomissionamento de usinas obsoletas.

Segundo o relatório [R]evolução Energética, lançado em fevereiro pelo Greenpeace, há alternativas mais baratas e seguras às usinas nucleares, como as fontes renováveis (eólica, solar, biomassa) e o investimento em programas de eficiência energética. Nesse estudo, o Greenpeace demonstra que a energia nuclear não pode competir economicamente com outras fontes de energia.

Uma recente análise do Conselho Mundial de Energia também chegou às mesmas conclusões, mostrando que o tempo médio para se concluir a construção de um reator nuclear aumento de 66 meses na década de 1970 para 116 meses (quase 10 anos) entre 1995 e 2000.

Outro estudo, este do Conselho de Relações Internacionais dos Estados Unidos, relata que o país tem 103 reatores em operação e que, mesmo com sua vida útil estendida por 20 anos além do planejado, eles terão que ser descomissionados até 2050. Um novo reator terá que ser construído nos EUA a cada quatro ou cinco meses nos próximos 40 anos para repor os antigos.

Um exemplo real deste erro é a construção de um reator de nova geração em Okiluoto, na Finlândia. O novo reator de água pressurizada - o primeiro do tipo - depois de 18 meses de construção, já está 18 meses atrasado e estourou seu orçamento em 700 milhões de euros.

O cenário proposto pelo relatório [R]evolução Energética mostra que, nas próximas quatro décadas, será mais econômico eliminar a energia nuclear e substituí-la por fontes renováveis.

"No caso brasileiro, o governo federal vem discutindo a retomada da construção de Angra 3, que custaria aos brasileiros mais de R$ 7 bilhões. Com esse valor, é possível construir um parque eólico com o dobro da capacidade de geração de Angra 3, sem gerar lixo radioativo, sem o risco de acidentes e num prazo muito menor - entre 1 e 2 anos", afirmou Leonardi.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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