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de Maio de 2007 - Clara Mousinho - Da Agência
Brasil - Brasília - O presidente do
Instituto Brasileiro pelo Desenvolvimento
Sanitário (IBDS), Clayton Carvalho,
rebateu hoje (4), durante o programa Amazônia
Brasileira da Rádio Nacional da Amazônia,
as denúncias de irregularidades feitas
por líderes yanomami na semana passada.
Segundo ele, a situação das
comunidades indígenas é "confortável".
O IBDS é uma organização
não-governamental conveniada a Fundação
Nacional de Saúde (Funasa). De acordo
com Carvalho, o instituto recebe mais de R$
2 milhões por ano para prestar assistência
médica direta a sete comunidades Yanomami.
Na semana passada, o líder
yanomami Armindo Melo formalizou uma denúncia
contra o instituto no Ministério Público.
O indígena acusa a organização
de má administração de
orçamento, desvio de recursos e descaso
no atendimento.
Segundo o presidente do
IBDS, o instituto e a Funasa consideram a
situação das comunidades satisfatória.
“ A população tem uma assistência
24 horas por dia. São sete comunidades
e todas elas têm posto de saúde
e profissionais todo dia lá”, afirma
Clayton Carvalho.
“Não falta medicamento
como já foi dito e não falta
nenhum insumo para essa assistência.
Nós já passamos por algumas
situações de atraso de recursos
por falta de caixa da Funasa. Mas as ações
continuam funcionando.”
O diretor do IBDS diz que
as reclamações stão sendo
feitas por interesses políticos. “Há
uma organização interessada
em assumir o convênio da Funasa . A
melhor maneira de fazer isso é desmoralizar
politicamente a instituição.”
Segundo Carvalho, em 2006,
foram registrados 116 casos de malária
nas sete comunidades yanomami assistidas pelo
IBDS. “Isso é um dado importante, que
mostra que a situação é
controlada. É uma situação
extremamente confortável.”
+ Mais
Livros didáticos
para população indígena
serão distribuídos no segundo
semestre
5 de Maio de 2007 - João
Porto - Da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - No segundo semestre deste
ano começarão a ser distribuídos
em todo o país livros didáticos
específicos para atender à população
indígena. As obras retratam o cotidiano
sócio-cultural de vários povos
e foram organizadas pelos próprios
indígenas.
A Comissão Nacional
de Apoio à Produção de
Material Didático Indígena avaliou
o material. Neste ano, 66 projetos de livros
foram analisados pelos 16 membros da comissão,
entre eles representantes da Secretaria de
Educação Continuada Alfebetização
e Diversidade, do Ministério da Educação,
da Comissão Nacional de Educação
Escolar Indígena, de organizações
indígenas, de universidades e de organizações
não-governamentais.
Desses projetos, 33 já
foram aprovados para impressão na gráfica
da Universidade Federal de Minas Gerais, que
receberá R$ 700 mil até agosto.
A expectativa é que antes do final
do ano a comissão aprove 60 livros.
As tiragens aprovadas variam de mil a dez
mil exemplares, dependendo do número
de alunos registrados no Censo Escolar Indígena.
Segundo o coordenador geral
de Educação Escolar Indígena
do ministério, Kleber Gesteira, o programa
existe desde 1995, mas nos últimos
três anos houve maior participação
dos povos indígenas na produção
desse material. Ele informou que já
foram aprovados mais de 60 títulos
entre CDs, DVDs, e livros: "Pelo menos
50 povos já foram contemplados".
As obras abordam temas como
a história, as lendas e o calendário
indígena. Muitos livros serão
produzidos no idioma nativo de cada povo,
mas alguns também serão escritos
em português.
A iniciativa atende a dois
princípios básicos da Lei de
Diretrizes e Bases da educação:
a valorização da cultura de
cada povo e a oferta de materiais específicos
e diferenciados.