10/05/2007
- O secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues, informa
que o vice-presidente para a América
Central e a América do Sul da empresa
Tetra Pak no Brasil, Nelson Findess, entrou
em contato com ele nesta quarta-feira (09),
diretamente da França, marcando uma
reunião na próxima segunda-feira
(14) para discutir a questão do recolhimento
e destinação final das embalagens
cartonadas pós-consumo no Paraná.
“O vice-presidente me garantiu
que o que vem sendo discutido não representa
a opinião da empresa. Ele abriu a possibilidade
de buscarmos uma solução conjunta.
É um bom sinal. Mesmo que não
haja uma política de recolhimento,
já teremos o compromisso ambiental
restabelecido”, disse Rasca.
Na última terça-feira
(08), a Secretaria do Meio Ambiente informou
que estuda a possibilidade de proibir a comercialização
de embalagens longa-vida cartonadas no Estado,
em razão da falta de responsabilidade
ambiental do fabricante do produto, a empresa
Tetra Pak. Por lei, a empresa deve ter uma
logística de recolhimento das embalagens
que coloca no mercado – o que não acontece.
A decisão está
sendo avaliada pelo secretário e conta
com o apoio do coordenador do Centro de Apoio
Operacional das Promotorias de Proteção
ao Meio Ambiente (CAOPPMA) do Ministério
Público Estadual, Saint-Clair Honorato
Santos.
Nota Oficial – Uma nota
oficial divulgada pela empresa diz que “no
Estado do Paraná, a Tetra Pak contribui
para o desenvolvimento de cinco recicladores
locais”. Segundo recicladores instalados no
Paraná, relacionados pela própria
empresa na resposta ao ofício encaminhado
pela Secretaria do Meio Ambiente e pelo Ministério
Público Estadual no ano passado, eles
não recebem orientações,
apoio logístico ou financeiro da empresa.
A nota ainda diz que “a
empresa possui também parcerias sólidas
com diversos municípios paranaenses
para apoio a programas de coleta seletiva,
o que resulta em um índice de coleta
e reciclagem superior a muitos países
de primeiro mundo”.
Este índice de recolhimento
é um dos itens questionado pela Secretaria.
Segundo a empresa, de cada 100 embalagens
disponibilizadas, 32 são recicladas
(32%) no Paraná. Ela afirma ter obtido
estes números junto aos recicladores
- que, consultados, afirmaram não possuir
condições técnicas nem
científicas para determinar tal índice.
De acordo com a Organização
Não-Governamental Compromisso Empresarial
para Reciclagem (CEMPRE), o índice
mundial é de 16%. A Tetra Pak é
uma das empresas que compõem o CEMPRE.
“Portanto, este índice de 32% é,
no mínimo, duvidoso”, comentou Rasca.
O coordenador de Resíduos
Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente,
Laety Dudas, destacou que no ano passado,
quando a empresa teve oportunidade de responder
qual a sua ação concreta para
resolver a questão das embalagens no
Estado, afirmou em seis linhas que o trabalho
dela era indicar onde estão as indústrias
recicladoras e distribuir folhetos informativos
sobre o programa de coleta seletiva. “Isso
não é uma ação
para resolver o problema das embalagens já
utilizadas”, comentou Dudas.
Segundo a resposta encaminhada
à Secretaria no ano passado, também
foram realizadas quatro oficinas de coleta
seletiva em quatro municípios – uma
em cada localidade. Jaguariaíva (próximo
a Ponta Grossa), que conta hoje com aproximadamente
25 mil habitantes, foi um dos municípios
que recebeu a oficina, onde foram capacitadas
23 pessoas. “Nestas oficinas, o que foi discutido
especificamente sobre a embalagem cartonada?
Perguntas como esta continuam sem resposta”,
disse o coordenador.
Como a própria Tetra
Pak informa, são disponibilizadas 500
milhões de embalagens cartonadas no
Estado por ano. Ou seja, em média,
são disponibilizadas mais de 1,25 milhão
de embalagens em cada município paranaense.
Somente no ano passado, o Programa Desperdício
Zero (coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente)
capacitou mais de 100 mil pessoas para coleta
seletiva e 100% dos participantes receberam
material de apoio para formação
de agentes multiplicadores.
A empresa ainda afirma na
nota que, apenas em 2006, mais de R$ 80 milhões
foram gerados com a reciclagem de embalagens
longa vida e mais de 45.700 toneladas do material
foram recicladas. “Assim como nas respostas
encaminhadas à Secretaria e ao Ministério
Público, novamente a empresa utilizou
informações em nível
nacional, e não estadual, como foi
solicitado”, observou Dudas.
Segundo o coordenador, algumas
perguntas feitas ainda no ano passado permanecem
sem resposta. “Onde estão as 340 milhões
de embalagens que não são recicladas?
Qual trabalho de coleta e destinação
final destas embalagens que a empresa apóia
no Estado? Em que municípios?”, questionou
Dudas. Segundo ele, estas perguntas serão
levadas ao presidente da empresa na próxima
semana.
O diálogo entre a
Secretaria e o fabricante de embalagens tem
como objetivo aproximar o gerador do produto
(neste caso, a Tetra Pak) com as indústrias
recicladoras, assim como foi feito com as
embalagens de agrotóxicos.
Atualmente, de cada 100
embalagens de agrotóxico comercializadas
no Estado, 98 são devolvidas pelos
agricultores e recicladas – o que coloca o
Paraná entre os estados que mais recolhe
embalagens de defensivos agrícolas.
“Se conseguimos com o agrotóxico, por
que não conseguiremos com as embalagens
cartonadas pós-consumo?”, concluiu
Dudas.
+ Mais
Governo estadual estuda
a proibição da venda de embalagens
tetrapak no Paraná
09/05/2007 - Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
estuda a possibilidade de proibir a comercialização
de embalagens longa-vida cartonadas no Paraná.
A decisão está sendo avaliada
pelo secretário do Meio Ambiente, Rasca
Rodrigues, e pelo coordenador do Centro de
Apoio Operacional das Promotorias de Proteção
ao Meio Ambiente do Ministério Público
Estadual, Saint-Clair Honorato Santos, em
razão da falta de responsabilidade
ambiental do fabricante do produto (a empresa
Tetra Pak) que, por lei, deve ter uma logística
de recolhimento das embalagens que coloca
no mercado – o que não acontece.
A cada ano são colocadas
no mercado paranaense 500 milhões de
embalagens. “Segundo informações
repassadas pela própria empresa ao
governo, apenas 32% deste total - cerca de
160 milhões de embalagens - são
recicladas, restando outras 340 milhões
dispostas em aterros sanitários, lixões
e no meio ambiente de forma inadequada, gerando
um grande passivo ambiental”, afirma Rasca
Rodrigues.
O secretário do Meio
Ambiente conta que há mais de três
anos a Secretaria vem tentando convencer a
empresa Tetra Pak a buscar, em conjunto com
o governo, uma solução para
a destinação final das embalagens
comercializadas no Paraná. “As primeiras
tentativas de diálogo com a empresa
começaram ainda na gestão passada,
quando Luiz Eduardo Cheida era secretário
do Meio Ambiente”, comenta Rasca.
No final do ano passado,
a Secretaria e o Ministério Público
retomaram a discussão e encaminharam
dois ofícios à Tetra Pak, solicitando
informações para dimensionar
a cadeia produtiva e buscar alternativas para
a reciclagem das embalagens. “Nas tentativas
anteriores, a empresa fugiu da responsabilidade.
Eles apresentam como única forma de
reciclagem o apoio às indústrias
que reaproveitam o papel utilizado na embalagem,
o que não é verdade”, afirma
o secretário.
Além do papel, que
representa 75% da embalagem, ela ainda é
composta por 20% de plástico polietileno
e outros 5% de alumínio, que podem
e devem ser reaproveitados. “A responsabilidade
ambiental pelo ciclo total do produto é
objetiva e solidária entre aqueles
que, direta ou indiretamente, geraram o passivo.
Os geradores são responsáveis
pelo recolhimento e destinação
final destas embalagens ou do material que
as compõem”, explica Rasca.
Saint-Clair Honorato Santos
defende o fim do uso das embalagens longa-vida
cartonadas. “Minha idéia é proibir
estas embalagens no Estado, pois não
são degradáveis e o processo
de reciclagem é muito complexo. Elas
acabam formando focos de poluição
no meio ambiente ou ocupando o lugar de outros
resíduos nos aterros”, afirma.
Além da legislação
estadual, duas leis federais abordam a responsabilidade
ambiental e definem como poluidor a pessoa
física ou jurídica responsável
por atividade de degradação
ambiental. “Neste caso, poluidor é
a empresa Tetra Pak e a degradação
ambiental são as 340 milhões
de embalagens que não sabemos onde
foram dispostas”, explica Saint-Clair.
A iniciativa para aumentar
o recolhimento das embalagens comercializadas
no Paraná, com a participação
de fabricantes, é do Programa Desperdício
Zero, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente.
O coordenador do Programa, Laerty Dudas, entrou
em contato com as empresas que a Tetra Pak
disse apoiar. “Elas não foram procuradas
pela Tetra Pak e nunca receberam incentivos
ou orientações para a reciclagem
das embalagens”, afirma Dudas.
“Além disso, o índice
de 32% de reciclagem pode ser falso, pois
o índice mundial é de 16%. Ou
seja, como a empresa conseguiu, sem apoiar
as recicladoras, obter no Estado um índice
100% maior que o mundial?”, questiona Dudas.
Ele esclarece que o objetivo do governo é
aproximar as recicladoras da matéria-prima
usada por elas, assim como foi feito com as
embalagens de agrotóxicos. Atualmente,
de cada 100 embalagens de agrotóxico
comercializadas no Paraná, 98 são
devolvidas pelos agricultores e recicladas.
+ Mais
Governador Roberto Requião
vai participar da abertura da Expoingá
10/05/2007 - O governador
Roberto Requião participa nesta quinta-feira
(10), às 14 horas, no Parque de Exposição
Francisco Feio Ribeiro, da abertura da 35ª
Exposição Agropecuária
e Industrial de Maringá, uma das principais
feiras agropecuárias do Sul do País.
A expectativa da Sociedade Rural de Maringá,
promotora da feira, é que durante os
dez dias a feira seja visitada por 500 mil
pessoas e realize negócios de R$ 60
milhões em venda de veículos,
animais e implementos agrícolas, e
outros R$ 40 milhões como resultado
de contatos iniciados durante o evento.
A feira deste ano terá
cerca de 350 empresas participando com estandes.
Na parte de pecuária, serão
mais de 7 mil animais, entre bovinos e eqüinos
de várias raças, ovinos, suínos
e pequenos animais, como cães, gatos
e aves. O governo do Estado estará
presente com a “Fazendinha da Emater”, uma
área de 6 mil metros quadrados dentro
do parque, com várias unidades didáticas
e tecnológicas para pequenos produtores
e agricultura familiar.
Na Fazendinha há
também um estande da Secretaria do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
onde são apresentados os principais
programas de governo voltados à conservação
e preservação dos recursos naturais,
além de informações sobre
legislação ambiental e procedimentos
técnicos de interesse dos produtores
rurais.
A “Fazendinha da Emater”
está presente nas feiras agropecuárias
do Paraná há nove anos e é
remodelada anualmente, trazendo sempre novas
tecnologias e adaptações para
o tipo de clima, solo e cultura da região
onde a feira é realizada. Na Expoingá,
técnicos da Emater vão se revezar
no atendimento das 19 unidades da “Fazendinha”,
explicando as tecnologias da agricultura orgânica,
de culturas como uva, café, seda, produção
de leite e criação de peixes,
entre outros.
“Há quatro anos participamos
da exposição com o intuito de
promover trabalhos de conscientização
ambiental e aproximar os agricultores da instituição
e suas autarquias”, comenta o secretário
do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues. No ano
passado, mais de 320 mil pessoas visitaram
o estande da Secretaria. Para este ano a expectativa
é que o número chegue de 400
a 500 mil visitantes.
Além da distribuição
de folhetos sobre programas como Mata Ciliar,
Desperdício Zero e Paraná Biodiversidade,
o estande vai oferecer material sobre o Comitê
de Bacias Hidrográficas. Também
será exposta uma maquete que mostra
a composição do subsolo e a
água que o compõe.
Um Kit Viveiro, que mostra
o desenvolvimento da semente à muda
já desenvolvida), além da irrigação
necessária para o crescimento dessas
mudas, também estará em exposição.
Este kit foi cedido pelo Instituto Ambiental
do Paraná à Associação
de Pais e Amigos Excepcionais (Apae), que
o administra em parceria com a Cooperativa
dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá
(Cocamar).
Programação
– Durante a exposição, que será
encerrada no dia 20, a Secretaria do Meio
Ambiente vai promover duas oficinas. Uma delas,
com a participação de estudantes
do Centro Universitário de Maringá
(Cesumar), capacitados pelo Programa Desperdício
Zero, ensinará a montagem do aquecedor
solar feito de materiais recicláveis.
Outra oficina irá explicar a importância
da mata ciliar, Reserva Legal e tríplice
lavagem de embalagens de agrotóxicos.
Técnicos da Emater
e estagiários de Agronomia da Universidade
Estadual de Maringá vão monitorar
as visitas à “Fazendinha”. Pela manhã
haverá visitas de alunos das redes
pública e privada. São esperados
cerca de 25 mil alunos. No período
da tarde serão atendidos grupos de
produtores e o público em geral. A
expectativa é atender a 5 mil produtores
de vários municípios da região.
Para o coordenador geral
da Expoingá 2007 Alcides Fanhani, o
trabalho realizado pela Secretaria do Meio
Ambiente e pela Emater é essencial
para a integração entre agropecuária
e meio ambiente. “O pecuarista está
mais consciente, todos já fecharam
as matas ciliares. A região de Maringá
se preocupa muito com isso. O trabalho de
orientação ambiental é
muito importante e tem dado um ótimo
resultado para nós", comenta Alcides.