10
de Maio de 2007 - Luiza Bandeira - Da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - O Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e Recursos Naturais e Renováveis
(Ibama) pretende evitar que novas fraudes
como a revelada hoje (10) no Cristo Redentor
ocorram com o uso da tecnologia. A empresa
que será contratada para a venda de
ingressos no Parque Nacional da Tijuca terá
que oferecer catracas e bilhetes eletrônicos,
além de câmeras e computadores
para controlar o acesso ao monumento.
A proposta foi apresentada
durante uma reunião entre a ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, e representantes
das áreas de ambiente, turismo e segurança
dos governos federal, estadual e municipal.
De acordo com a ministra, a reunião
teve como objetivo não deixar um espaço
vazio após a operação
da Polícia Federal.
"Foi criada uma comissão
técnica que terá a participação
do estado, do município e do governo
federal, juntamente com a Polícia Militar
e a Força Nacional. Esse momento é
uma oportunidade de, cada vez mais, realizar
um trabalho conjunto para que este espaço
nobre de visitação possa ganhar
cada vez mais eficiência, segurança
e capacidade de suporte para os nossos visitantes",
disse a ministra Marina Silva.
O superintendente regional
do Ibama no Rio de Janeiro, Rogério
Rocco, disse que o processo de licitação
para contratar a empresa que vai fazer o controle
de acesso ao Corcovado já está
pronto. Ele não determinou um prazo
para que o processo esteja concluído,
mas disse que isso será feito no "menor
tempo possível".
Temporariamente, o acesso
de veículos ao Cristo Redentor está
suspenso, e as visitas ao monumento só
podem ser feitas a pé ou pelo Trem
do Corcovado. O secretário estadual
de Ambiente, Carlos Minc, adiantou que até
o início da semana que vêm o
parque deve começar a operar com esquema
emergencial, que permitirá a entrada
de veículos apenas para deixar passageiros.
"Em curtíssimo
prazo, chegou-se a um consenso de que estariam
liberados táxis e vans, mas de um modelo
circular, diferente do de hoje. Não
podem parar e ficar estacionados como ficam
hoje", informou.
O Ibama está estudando
a possibilidade legal de, durante este período,
não cobrar ingresso dos visitantes.
Em médio prazo, a intenção
do governo municipal é acabar com a
circulação de veículos
de passeio no Corcovado. A idéia é
fazer com que um microônibus ligue a
estação do metrô do Largo
do Machado, na zona sul, ao Parque Nacional
da Tijuca. Os ingressos seriam vendidos na
estação de metrô ou pela
internet.
+ Mais
Polícia Federal desarticula
quadrilha que desviava recursos de parque
onde fica o Cristo Redentor
10 de Maio de 2007 - Adriana
Brendler - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A Polícia
Federal prendeu hoje (10) 20 integrantes de
uma quadrilha que desviava dinheiro da cobrança
de ingressos para o Parque Nacional da Tijuca,
área de proteção ambiental
onde está localizado o Cristo Redentor.
A operação, denominada Iscariotes,
foi realizada em conjunto com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
e Renováveis (Ibama). Desde o início
da madrugada, policiais federais estão
cumprindo 30 mandatos de busca e apreensão
e 23 mandados de prisão.
Ao comentar a operação,
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
disse que o desbaratamento da quadrilha é
mais uma das ações que demonstra
o fortalecimento do setor ambiental no país
e a eficiência cooperação
entre os vários ministérios.
“Essa operação faz parte de
um processo de parceria muito profícuo.
A opção que fizemos desde 2003
foi de trabalhar com inteligência para
que pudéssemos fazer um processo de
limpeza na contravenção ambiental
em todo o país”, afirmou.
De acordo com a Marina Silva,
essa é a décima oitava operação
conjunta da Polícia Federal e Ministério
do Meio Ambiente nos últimos quatro
anos em ações que redundaram
na prisão de 500 pessoas envolvidas
em crimes ambientais.
Segundo delegado Alexandre
Saraiva, coordenador da operação,
o esquema, que funcionava há pelo menos
dois anos, era coordenado por funcionários
da empresa contratada pelo Ibama para fazer
a cobrança dos ingressos, e envolvia
membros da empresa responsável pela
vigilância da bilheteria, policiais
do Batalhão de Policiamento Turístico
e operadoras de turismo.
''O esquema era muito simples.
Os operadores de caixa simplesmente não
registravam os pagamentos dos veículos
e visitantes que passavam por ali e embolsavam
o dinheiro, com ajuda dos vigilantes”, explicou
o delegado. As investigações,
que estão em andamento há mais
de um ano, começaram pelo próprio
Ibama e foram assumidas pela Polícia
Federal em janeiro deste ano.
Segundo Saraiva as equipes
formadas por cerca de 125 policiais entraram
na Floresta da Tijuca, acamparam e filmaram
o tráfego de veículos no local,
compararam com o que era apresentado pela
empresa e ficou comprovado que havia uma discrepância
entre o movimento real e apresentado pela
empresa.
De acordo com a Polícia
Federal, somente 10% do valor arrecadado chegava
aos cofres públicos e o desvio de dinheiro
chegava a pelo menos R$ 300 mil por mês.
Por causa da fraude o Ibama contabilizou uma
redução de mais de 40% na arrecadação
da bilheteria do parque nos meses de janeiro
e fevereiro do ano passado em relação
ao mesmo período de 2005, quando era
outra a empresa contratada para o serviço
de venda dos ingressos.
As investigações
também indicaram que veículos
de pelo menos uma empresa de turismo tinham
entrada franqueada ao monumento e que sete
policiais militares do Batalhão Florestal
recebiam propina de até R$ 2 mil por
semana para não denunciar o esquema.
Em conseqüência
da operação, foi suspenso a
partir de hoje o acesso de veículos
à área do Cristo Redentor até
que o Ibama implante um novo sistema de acesso,
previsto para a próxima semana. Mesmo
com estimativa prejudicada pela fraude no
registro da entrada de veículos, o
Ibama estima que o monumento receba mais de
10 mil visitantes por dia nos meses de alta
temporada.
Cerca de 50 homens
da Força Nacional de Segurança
foram designados para apoiar a segurança
do parque.