Panorama
 
 
 

ESTUDO SOBRE BIODIVERSIDADE NA AGRICULTURA SERÁ APRESENTADO NO EVENTO “O ÁLCOOL É NOSSO”

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2007

(16/05/2007) - O estudo sobre biodiversidade no cultivo de cana-de-açúcar orgânica, desenvolvido pela Embrapa Monitoramento por Satélite, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, será um dos temas abordados no evento "O Álcool é Nosso", promovido pelo jornal A Cidade, EPTV/Globo e pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade São Paulo (FEA/USP), na próxima sexta-feira (18), em Ribeirão Preto (SP).

O evento trará especialistas e autoridades para a discussão sobre as perspectivas e políticas ligadas à produção de etanol brasileiro. A partir das 13 horas, o governador de São Paulo, José Serra, vai fazer a abertura da mesa redonda “Impactos Ambientais e Sociais”, da qual participam o pesquisador da Embrapa, José Roberto Miranda, o ambientalista e empresário Paulo Nogueira Neto, e o professor Isaias de Carvalho Macedo, da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp.

Mais duas mesas redondas vão discutir "As Potencialidades do Setor Alcooleiro" e "Políticas e Perspectivas", com a presença de representantes do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, ÚNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, entre outros. O senador Aloizio Mercadante (PT), os deputados federais Antônio Palocci Filho (PT) e Antônio Duarte Nogueira Júnior (PSDB) estão confirmados para o evento de encerramento do debate.

Biodiversidade

O pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite, José Roberto Miranda, vai apresentar o trabalho realizado desde 2002 numa área de cerca de 8 mil hectares, em Sertãozinho (SP), onde a cana-de-açúcar é cultivada há mais de dez anos dentro do sistema orgânico de produção. “O estudo comprovou um aumento no número de espécies de fauna e avaliou a participação da cana orgânica na biodiversidade local e em áreas circuvizinhas de matas ciliares e de áreas de preservação permanente”, explica Miranda. Trabalhos como esse devem contribuir para o desenvolvimento de indicadores para culturas e sistemas de produção.

A área de estudo foi objeto de levantamentos intensivos da fauna, que identificaram 248 espécies, comprovando o aumento da biodiversidade - num plantio convencional de cana não se contam mais do que 30 espécies. A dinâmica do uso das terras foi toda documentada com base em imagens de satélite e trabalhos de campo, permitindo quantificar e espacializar os ganhos de biodiversidade.

Os levantamentos registraram até mesmo espécies raras, como onça-parda, bugio, jaguatirica, tamanduá-bandeira, lobo-guará e lontra. Só para se ter uma idéia da riqueza da biodiversidade, o número de espécies de aves registrado nas propriedades estudadas é superior ao total da avifauna da Suíça e quase de metade da avifauna da Europa. “Mesmo localmente, os resultados são significativos. No município vizinho, de Ribeirão Preto, a comunidade de aves identificadas soma 123 espécies, ou seja 64% da avifauna presente nas áreas estudadas”, destaca Miranda. O projeto foi realizado em parceria com a Native Alimentos e Grupo Balbo.

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Embrapa vai à Antártica buscar soluções para questões climáticas

(17/05/2007) - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai dar mais um passo à frente nos estudos de biotecnologia para beneficiar a agropecuária nacional. O destino de três pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF) - Luciano Paulino, Beatriz Simas Magalhães e Guilherme Dotto Brand - será a Antártica, o maior deserto gelado do Planeta, onde apenas

O objetivo da viagem, marcada para janeiro de 2008 (quando é verão na Antártica), é estudar a capacidade de sobrevivência desenvolvida por espécies muito adaptadas ao frio intenso, à alta incidência de raios ultravioleta e a uma concentração muito elevada de oxigênio, como peixes, pingüins, baleias, focas, leões marinhos, crustáceos, insetos e musgosas. Esse conhecimento poderá ajudar a dar respostas a questões climáticas que incomodam os produtores brasileiros, como as geadas, por exemplo, que causam perdas na produção de várias espécies de importância alimentar e econômica, como trigo, milho e café, entre muitos outros.

O projeto de pesquisa foi selecionado para financiamento pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência & Tecnologia (MCT) no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Serão coletadas, principalmente, espécies de peixes denominados Nototenióides antárticos, que são endêmicos e abundantes na região. Esses peixes serão estudados do ponto-de-vista molecular, visando à busca de novas moléculas com características que podem beneficiar a agropecuária brasileira, especialmente daquelas com atividades anticongelantes, antimicrobianas, antioxidantes e com capacidade de absorção de radiação ultravioleta.

Os cientistas da Embrapa, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Brasília (UnB), pretendem conhecer mais a fundo os mecanismos fisiológicos adaptados para suportar essas situações climáticas, com foco principalmente nas proteínas e peptídeos que possuem características anticongelantes.

Aplicações possíveis

O estudo e conhecimento dessas características podem contribuir para o desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas com tolerância a estresses climáticos, como geadas, por exemplo.

Mas essa é a penas uma das aplicações possíveis, como explica o pesquisador e coordenador do projeto, Luciano Paulino da Silva. Segundo ele, o material biológico coletado durante a expedição à Antártica vai abrir uma enorme gama de possibilidades para a ciência no Brasil.

O conhecimento das propriedades anticongelantes e antimicrobianas das proteínas extraídas dos peixes pode ajudar muito também na manutenção da viabilidade dos sêmens e embriões congelados, que fazem parte do projeto da Embrapa para conservação de raças de animais domésticos ameaçadas de extinção, como bovinos, caprinos, suínos, eqüinos e ovinos, entre outros. Muitas dessas raças se encontram no Brasil desde a época da colonização e, por isso, guardam características genéticas adquiridas ao longo dos séculos, como resistência a doenças, por exemplo, que podem ser muito importantes para programas de melhoramento genético animal.

Outra aplicação possível é ajudar na manutenção da qualidade dos alimentos congelados que, muitas vezes, perdem características importantes, como sabor e propriedades nutritivas.

Projeto vai envolver estudos na Antártica e no Brasil

O projeto de pesquisa será conduzido em duas etapas. A primeira, que engloba a expedição à Antártica, vai durar um mês e será voltada à coleta dos peixes (cerca de três espécimes de cada uma das aproximadamente 12 espécies que existem na Antártica). A variedade Nototenióide foi escolhida por ser totalmente exclusiva da região e nunca migrar, nem mesmo nos momentos de inverno mais rigoroso. Vários estudos já foram desenvolvidos com peixes Nototenióides (representam 90% dos peixes antárticos), mas não há registros de pesquisas voltadas inteiramente à prospecção de novas moléculas.

Essa etapa será conduzida na Estação Comandante Ferraz, Ilha do Rei Jorge, onde está situada a base do Programa PROANTAR, e conta também com o apoio da Secretaria da Comissão Interministerial dos Recursos do Mar (SeCIRM), da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Marinha do Brasil.

Depois de coletadas, as amostras biológicas serão trazidas para a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, onde serão submetidas à purificação e caracterização. Essa etapa vai contar com a participação de 12 cientistas que compõem o Projeto, envolvendo Embrapa, USP e UnB.

As pesquisas envolvendo a avaliação de propriedades anticongelantes das moléculas isoladas serão desenvolvidas em equipamentos denominados osmômetros, adquiridos com recursos do MCT/CNPq.

Preparação para o gelo

Antes de partirem para a Antártica, Luciano, Beatriz e Guilherme participarão de um treinamento pré-antártico, ministrado pela Marinha, durante uma semana, no Rio de Janeiro. “Essa expedição será de grande valor, não apenas para a ciência básica, como também para a biotecnologia, já que busca novas aplicações e processos em prol da agropecuária brasileira”, enfatiza Luciano.

Além disso, vai trazer benefícios também para a conservação da fauna local, que é a mais atingida pelo aquecimento polar. “Levando em consideração a crescente preocupação com as mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, o projeto vai investigar também as adaptações dos peixes antárticos relacionadas à atividade antioxidante enzimática, composição de membranas e morfologia de células e tecidos”, finaliza o pesquisador.
Fernanda Diniz

 
 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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