Panorama
 
 
 

FBOMS DEFENDE REFORMA ESTRUTURAL DO MMA E RIGOR NO LICENCIAMENTO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2007

15/05/2007 - O Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) divulgou nota em 11 de maio de 2007 (www.fbomns.org.br) em que diz que a reforma na estrutura do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama vem propiciar maior eficiência à gestão ambiental, "eliminando sombreamentos e superposições de diretorias e gerências". Para o Fórum, a reforma é também uma resposta a questões globais urgentes, como as mudanças climáticas, a produção de energias renováveis e de agrocombustíveis, o manejo sustentável das florestas e dos recursos hídricos e sólidos.

"Esperamos que ela contribua para o fortalecimento da gestão ambiental, da participação da sociedade civil na tomada de decisões, para o maior controle social e transversalidade no âmbito da sustentabilidade socioambiental. Esperamos que nossas expectativas não sejam frustradas e estas mudanças possam atender aos desafios socioambientais, que certamente não serão poucos".

A organização elogia a criação da Secretaria de Qualidade Ambiental e Mudanças Climáticas, que lidará com o aquecimento global. Para os dirigentes, os problemas climáticos decorrem justamente da manutenção de modelo de desenvolvimento econômico predatório.

Para o FBOMS, o MMA deve assumir papel de liderança na questão do Clima, assumindo a Coordenação da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, e defendendo políticas nacionais efetivas em relação às mudanças climáticas e ao combate ao desmatamento. "Com isso", diz a nota, "o MMA irá assessorar melhor a Presidência da República na tomada de decisões corretas com vistas à próxima Conferência das Partes (COP-12) da Convenção de Clima, no final deste ano, bem como as decisões conhecidas como transversais, que compete aos diversos ministérios e órgãos implementar".

Segundo a entidade, a recém-criada Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental cumprirá papel importante, canalizando as demandas da sociedade civil e coordenando, entre outras atribuições, a Conferência Nacional do Meio Ambiente, embora entenda que a interlocução entre Ministério e sociedade não deva depender exclusivamente da nova Secretaria. Nesse sentido, os coordenadores da FBOMS lembram que a Agenda 21 brasileira pode vir a ser instrumento para melhorar o diálogo e a visão de integração e transversalidade de políticas públicas. "Esperamos que a Agenda 21 receba a devida atenção como ferramenta de planejamento participativo e de ordenamento a ser utilizada por todas as esferas da administração federal, estadual e municipal".

Quanto à Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, outra criada na reforma estrutural do MMA, o Fórum deseja que ela possa atender "aos desafios colocados com a expansão dos agrocombustíveis e na definição de uma matriz energética mais sustentável - e apoiaremos a posição de precaução e proteção socioambiental com relação a cultivo e processamento de agrocombustíveis". O FBOMS reivindica, ainda, que a recém-criada Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais seja valorizada e fortalecida.

Da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, os dirigentes do Fórum esperam que ela se oriente pelas recomendações da Comissão Mundial de Barragens, visto que, segundo eles, esta solicitação já foi encaminhada pelo FBOMS para a SRH. "Para a Secretaria de Biodiversidade e Florestas, como para as demais secretarias, esperamos maior eficiência e menos sombreamento e superposições de programas e ações".

No plano internacional, o Fórum espera que a reforma garanta a implementação de acordos, como a Convenção das Mudanças do Clima, a Convenção da Diversidade Biológica e a Convenção de Combate à Desertificação. "O MMA deverá trabalhar para assumir a liderança no debate sobre a governança ambiental internacional e os processos de reforma do sistema Nações Unidas na área do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, defendendo as sinergias das convenções e abrindo um diálogo com a sociedade civil - as empresas, ONGs, centrais sindicais e demais movimentos sociais - evitando que este diálogo se distorça". A FBOMS espera ainda que "a reforma do MMA favoreça uma cooperação internacional mais estratégica e integrada aos novos desafios que a ministra Marina Silva está a indicar".

O Fórum discorda da tese de que a nova estrutura do Ibama e a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ocorreram como resposta a pressões políticas de áreas do Governo e de grandes empresas em favor da aceleração dos processos de licenciamento ambiental para empreendimentos. Para a entidade, "a nova estrutura do Ibama para a área de licenciamento deve ser fortalecida para dar mais qualidade às licenças". A entidade concorda com a ministra Marina Silva que projetos importantes não podem passar por cima da legislação. "O FBOMS defende o efetivo cumprimento da legislação ambiental, mesmo sob pressão à luz dos empreendimentos do PAC".

A entidade espera que o Instituto Chico Mendes permita melhorar a gestão do Sistema Nacional das Unidades de Conservação no país, "assimilando diversas contribuições que o socioambientalismo brasileiro conseguiu produzir". A FBOMS defende ainda melhor diálogo com a sociedade sobre mudanças estruturais da administração pública e a necessidade de que a nova estrutura do MMA seja seguida por real mudança de postura, "avançando na gestão democrática, integrada e transparente, com visibilidade".

Coordenação Nacional do FBOMS:
Adilson Vieira - Secretário-Geral do GTA
Edinaldo Severiano - Presidente da Associação Alternativa Terrazul
Renato Cunha - Rede Mata Atlântica
Temistocles Marcelos Neto - Secretário-Executivo do FBOMS e Executiva Nacional da CUT
- Brasília, 11 de maio de 2007.

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Justiça determina 50% de presença dos servidores em greve do Ibama

14/05/2007 - Adriano Ceolin - O juiz substituto da 17ª Vara Federal em Brasília, José Gutemberg de Barros Filho, concedeu nesta segunda-feira (14) liminar (decisão provisória) determinando que 50% dos servidores efetivos em greve do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) compareçam ao trabalho. A medida foi tomada a pedido da direção da autarquia na última sexta-feira.

A decisão tem de ser cumprida pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef) e pela Associação dos Servidores do Ibama (Asibama), que lidera a greve. Caso contrário, segundo o juiz, será imposta uma multa diária de R$ 5 mil a essas entidades.

Ainda de acordo com a decisão judicial, os servidores exercerão "regime normal de trabalho, mantendo-se assim a continuidade dos serviços a cargo do ente público". Especificamente sobre a greve, o juiz José Gutemberg de Barros Filho declarou que é "plausível alegação da ilegalidade da mesma", mas que só tomaria uma decisão depois de ouvir "a parte contrária".

A decisão também determina que os servidores em greve "se abstenham de promover qualquer restrição ao acesso às instalações da autarquia, inclusive mantendo a abertura dos portões, além do franco acesso aos veículos".

Os servidores do Ibama entraram em greve por causa da edição da Medida Provisória do Presidente da República que reestruturou o Ibama, criando o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade no fim de abril. Com a mudança, as atribuições de licenciamento ambiental ficarão com o Ibama e as de conservação sob a guarda do Instituto Chico Mendes.

Na tarde desta segunda-feira, os presidentes interinos Bazileu Alves Margarido Neto, do Ibama, e João Paulo Capobianco, do Instituto Chico Mendes, comentaram, em entrevista coletiva à imprensa, a decisão judicial. "Vamos tomar as providências para estabelecer prioridades para o funcionamento dos serviços essenciais", disse Bazileu Margarido.

Manutenção de serviços - O presidente do Ibama exemplificou os serviços que, se não executados, poderão gerar danos a terceiros. Ele citou o programa de combate ao desmatamento, as ações de prevenção e controle de fogo e queimadas, as atividades de fiscalizações (como, por exemplo, o defeso da lagosta), as ações no centro de triagem e pesquisa de fauna.

Bazileu Margarido listou ainda como serviços essenciais as anuências que são dadas pela diretoria de qualidade ambiental do Ibama para importação e exportação de produtos. Citou também a pauta de licenciamentos ambientais, cujo atraso gera danos a terceiros. "Nós estamos procurando dialogar com a Asibama para estabelecer como será o cumprimento deste percentual [50%]."

Depois, foi a vez do presidente interino do Instituto Chico Mendes, João Paulo Capobianco, que ocupa também o cargo de secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, elencar as atividades consideradas essenciais para o funcionamento do órgão.

"Além do que Bazileu Margarido apresentou, nós temos ainda todas as atividades voltadas à proteção das unidades de conservação. Todas as atividades de licença e autorização para pesquisa em unidades de conservação que podem provocar danos a terceiros e todo o processo manutenção das pesquisas em curso que envolve risco tanto a animais em cativeiro", disse João Paulo Capobianco.

João Paulo Capobianco também ressaltou a questão das licenças ambientais. "Em relação à licença, nós temos vários processos em curso de licenciamento, com audiências públicas já marcadas que deverão ser mantidas, bem como os procedimentos de licença em andamento, que, uma vez interrompidos, geram danos a terceiros", disse.

Pedido dos servidores - Como secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco afirmou que não há como atender ao pedido dos servidores em greve que querem a anulação da medida provisória que reestruturou o Ibama. "De fato não há nenhuma hipótese desse atendimento. Foi uma decisão tomada pelo Presidente da República. É um encaminhamento que diz respeito à política pública", disse.

O presidente do Instituto Chico Mendes lembrou, ainda, que as reivindicações do Ibama não se referem as condições de trabalho ou aumento salarial, normalmente principais motivos para paralisações. "Não é uma pauta, portanto, que envolva questão trabalhista. E mais do que isso: todos os procedimentos adotados respeitam de forma adequada as condições estabelecidas para os trabalhadores", ressaltou.

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Serviços essenciais do Ibama precisam ser mantidos, diz ministra
16/05/2007 - Rafael Imolene - Em entrevista concedida a jornalistas após o encontro com a Frente Parlamentar Ambientalista, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que, mesmo com a greve no Ibama, os serviços essenciais do órgão precisam ser mantidos para que não haja prejuízo na área ambiental. "Já tivemos três reuniões com a representação dos servidores. O importante é manter os serviços essenciais do Ibama e do Instituto Chico Mendes para que não tenhamos nenhum prejuízo nos centros de pesquisa, no plano de combate ao desmatamento, na fiscalização das unidades de conservação e no licenciamento ambiental", disse a ministra.

Segundo a ministra, a insegurança dos servidores é compreensível, e o MMA está aberto ao diálogo. "Quando o Ibama foi criado, em 1989, os servidores de órgãos ambientais tiveram as mesmas dúvidas, por isso estamos inteiramente abertos ao diálogo. Sabemos que é necessário e estratégico reforçar a gestão ambiental no nosso País, que é uma potência ambiental e que não pode permanecer com a mesma estrutura criada há 19 anos", disse a ministra. "Sobretudo no contexto das mudanças que estão acontecendo no mundo, quando se exige de cada país um esforço muito grande de proteção dos recursos naturais e da ampliação da capacidade de uso sustentável desses recursos", afirmou.

Ainda de acordo com a ministra, a criação do Instituto Chico Mendes viabilizará a gestão das 288 unidades de conservação do país, que ocupam 60 milhões de hectares de áreas protegidas. "Até o final de 2010 chegaremos a 90 milhões de hectares, o equivalente aos territórios da França e da Itália juntos. Isso tudo precisa de um reforço de estrutura, de orçamento e de pessoal", explicou.

"Só para vocês terem uma idéia, o parque mais antigo do País, o Parque Nacional do Itatiaia, criado há 70 anos pelo presidente Getúlio Vargas, só agora, na atual gestão, está passando pela regularização fundiária", exemplificou. "Não se pode advogar um modelo que perpetue essas dificuldades. O Instituto Chico Mendes vai dar condição para criação e implementação de uso sustentável para as unidades que prevêem esse uso. E o Ibama vai viabilizar em bases adequadas o licenciamento ambiental, a fiscalização e a autorização", disse Marina Silva.

A ministra afirmou que o Instituto Chico Mendes e o Ibama vão fortalecer a gestão ambiental, superando o desafio de o Brasil ser um país megadiverso, detentor de mais de 11% da água doce do mundo, 20% das espécies vivas do planeta e a maior floresta tropical do mundo. "É impossível cuidar de tudo isso com apenas uma diretoria. Portanto, é fundamental criar essa nova autarquia, assim como se criou o Serviço Florestal Brasileiro, a Agência Nacional de Águas, e se deu autonomia ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro."

"Se o presidente Sarney não tivesse criado o Ibama há 19 anos, nem se pode imaginar o que teria acontecido com esse País. Se nós não dermos uma outra estrutura que viabilize a preservação, o uso sustentável e o combate às práticas ilegais, nós estaremos abrindo mão do nosso papel de planejamento e da responsabilidade de nos anteciparmos aos problemas", disse Marina Silva. "O processo vai ser bom, inclusive para os servidores, que há 19 anos tinham temor em relação à junção dos órgãos ambientais e hoje têm apego ao Ibama. Da mesma forma eu espero que, com muito trabalho, dentro de alguns anos estejamos celebrando a criação de mais uma autarquia para proteger os recursos naturais brasileiros, que é o interesse de toda a sociedade."

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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