18
de maio - Ai´Utedzapari´Wa Nõri
Parteiras A´Uwê Xavante é
a terminologia Xavante (povo localizado no
estado do Mato Grosso) que significa "aquela
que recebe a criança" – ou seja,
a mulher indígena responsável
por todos os procedimentos medicinais e ritualísticos
envolvidos no nascimento de um novo Xavante.
Esse será o foco do Primeiro Encontro
Parteiras Xavante, que acontecerá em
Brasília (DF), entre os dias 21 e 24
de maio. A meta é estabelecer um diálogo
das parteiras, mediado por uma associação
Xavante, com órgãos governamentais,
para que as suas práticas sejam reconhecidas
pelo sistema nacional de saúde. O evento
será realizado pela Associação
Xavante Warã em parceria com a Coordenação
Geral de Educação da Fundação
Nacional do Índio (CGE-Funai), Área
de Medicina Tradicional Indígena –
Projeto Vigisus II- Funasa e Instituto Sociedade
População e Natureza (ISPN).
Como parte das atividades,
será apresentado o livro Ai´Utedzapari´Wa
Nõri Parteiras A´Uwê Xavante
que reúne o conhecimento tradicional
do povo Xavante e o registro cuidadoso de
suas técnicas medicinais, alimentícias
e ritualísticas. O encontro encerra
uma série de atividades desenvolvidas
nos últimos dois anos pelo projeto
Valorização das Práticas
de Parto Tradicional: Dieta Alimental e Medicinal
na Gestação e Parto financiado
pelo PPP – GEF – PNUD e co-financiado pelo
Projeto Vigisus e CGE - Funai.
O trabalho identificou um
alto índice de mulheres Xavante fazendo
parto cesariano nas cidades vizinhas às
aldeias, além de muitos casos de desnutrição
em recém-nascidos que poderiam ser
evitados pelas mulheres anciãs. “O
encontro servirá para propor ao governo
que as práticas medicinais das mulheres
indígenas sejam apoiadas, e sirvam
de base para a elaboração da
política pública da saúde
indígena”, diz o representante da Associação
Xavante Warã, Hiparidi Top'Tiro. No
primeiro dia do encontro, 45 mulheres apresentam
uma dança tradicional Xavante seguida
de uma amostra da sua culinária tradicional,
baseada em milho, peixe e beju, abóbora
e mandioca.
De acordo com a gerente
da área de Medicina Tradicional Indígena
do Projeto Vigisus II (Funasa), Luciane Ferreira,
“a importância dos partos tradicionais
Xavantes motivou apoiar este projeto e, assim,
contribuir para a construção
de estratégias de articulação
entre os sistemas médicos indígenas
e o sistema oficial de saúde, para
a efetivação do direito à
atenção diferenciada a saúde
indígena e para a solução
de certos agravos à saúde, como
os casos de desnutrição infantil
enfrentados atualmente", observa. O objetivo
do livro é informar jovens mulheres
Xavantes sobre as práticas de parto
indígena. Futuramente, será
colocado à venda ao público
em geral.
Para a coordenadora-geral
de Educação da Funai, Maria
Helena Fialho, a iniciativa de organização
das mulheres Xavante, no contexto atual, é
muito importante para manutenção
e valorização da cultura, dos
costumes, da organização do
trabalho e da pedagogia Xavante. “Hoje com
as mudanças socioeconômicas e
culturais que temos sofrido, o papel das mulheres
que tem a função de cuidar das
crianças, registrar os conhecimentos
tradicionais para utilização
nas comunidades ajudará a garantir
o futuro da cidadania Xavante”.
O encontro, que será
realizado no Hotel Fazenda Retiro das Pedras
(DF 495 Km 8 – Brasília-DF, a 30 km
do plano piloto) conta com apoio e parceria
do Ministério da Justiça (Funai-CGE),
Ministério da Saúde (Funasa-Vigisus),
Banco Mundial, Organização das
Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (Unesco) e ISPN.
+ Mais
Funai leva artesanato de 60 povos em Feira
Internacional no Paraná
17 de maio - A 18ª Feira Internacional
de Artesanato, maior e mais tradicional feira
do segmento no Brasil, apresenta trabalhos
de artesãos de 30 países e de
17 estados brasileiros. Um dos destaques é
a participação da Fundação
Nacional do Índio (Funai), que, por
meio da loja Artíndia, leva para a
capital paranaense pela sexta vez o trabalho
de diferentes povos indígenas de várias
regiões do Brasil.
Segundo a Coordenação
Geral de Artesanato da Funai, o Programa Artíndia
tem como objetivo divulgar e comercializar
o artesanato de índios e promover a
diversidade cultural deste povo. Toda a renda
das vendas é revertida para a aquisição
de novas peças. Além de peças
de decoração, colares, anéis
e utensílios, quem visitar este estande
poderá conhecer um pouco mais da história
destes grupos por meio de vídeos e
músicas da cultura indígena.
Atrações
Este ano, a feira terá
como novidade expositores de países
que nunca estiveram na feira: Zimbábue,
Uganda, Tunísia, Ruanda, Tanzânia,
Iêmen e região da Palestina.
“Acompanhamos as feiras internacionais de
artesanato pelo mundo e percebemos que os
artesãos desses países têm
trabalhos lindos, que representam bem sua
cultura e tradição. Certamente
encantarão ainda mais os visitantes
da feira”, aponta Jackson Hara, gerente de
Marketing da Diretriz, organizadora do evento.
Também confirmaram
presença artesãos da África
(África do Sul, Quênia, Egito,
Marrocos), da Ásia (Indonésia,
Líbano, China, Índia, Síria,
Paquistão, Taiwan, Nepal e Irã),
da Europa (Itália, Rússia, Turquia
e Portugal) e das Américas (Brasil,
Bolívia, Peru, Colômbia, Equador
e México). Os estados brasileiros representados
são: Amazonas, Bahia, Ceará,
Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, São Paulo e Tocantins.
São 200 expositores
apresentando trabalhos de 1.200 artesãos
como pulseiras, tapetes, enfeites, porta-chaves,
móveis, roupas, porta-retratos, quadros,
colares, luminárias, esculturas e uma
infinidade de outras opções
para usar, decorar e presentear. Além
de fazer compras, os visitantes poderão
conhecer as culturas e histórias sobre
o significado e característica de cada
produto, como, por exemplo, a produção
das pashiminas indianas, feitas com pêlo
do peito de cabras selvagens; as máscaras
quenianas em madeira ébano, uma das
mais raras e resistentes do mundo; as bolsas
em capim dourado, espécie só
encontrada na região do Jalapão,
no Tocantins, e por aí afora.
+ Mais
Funai reforça Administração
Regional em Mato Grosso do Sul
15 de maio - A Funai está
realizando uma reestruturação
administrativa, para qualificar o atendimento
aos povos indígenas em todo o país.
Uma das alterações foi a implantação
da Administração Executiva Regional
do Cone Sul do Estado do Mato Grosso do Sul,
com sede em Dourados/MS. Com esta medida,
a Administração Regional de
Amambai/MS passa a operar como Núcleo
de Apoio Operacional, que estará subordinado
à nova administração.
A Funai decidiu realizar
esta mudança para aumentar a capacidade
de gestão administrativa da região
do Cone Sul, que abrange a fronteira do Brasil
com o país vizinho Paraguai. A Funai
vai garantir a estrutura necessária
para o atendimento dos povos Guarani Kaiowá
e Guarani Ñandéva, que serão
assistidos pelo novo núcleo de Amambai.