15
May 2007 - É possível atender
a demanda energética global de maneira
limpa e sustentável até 2050
e evitar que o planeta sofra ainda mais com
as mudanças climáticas. Esta
é a conclusão do novo relatório
da Rede WWF, intitulado “Soluções
Climáticas: a Visão do WWF para
2050”, lançado globalmente em 15 de
maio de 2007, na sede do WWF Internacional,
em Gland, na Suíça. O documento
indica que as tecnologias e as fontes de energia
sustentáveis conhecidas e disponíveis
atualmente são suficientes para vencer
o desafio de deter o aquecimento do planeta.
Ainda há tempo suficiente para desenvolvê-las
e empregá-las.
O relatório apresenta uma combinação
de seis soluções para atingir
o crescimento estimado da demanda por serviços
energéticos. Ao mesmo tempo, traz soluções
que podem evitar os impactos mais perigosos
das mudanças do clima, com a utilização
de fontes de energia social e ambientalmente
benignas. No curto prazo, as medidas incluem
diminuir a demanda por energia aplicando técnicas
de eficiência energética, o que
poderá reduzir anualmente até
39% a demanda projetada de energia. Neste
cenário, o combate ao desmatamento
é crucial para o sucesso, pois possibilita
reduções rápidas nas
emissões de gases do efeito estufa
garantindo o tempo necessário para
as mudanças no modelo energético.
O desenvolvimento de biocombustíveis
sustentáveis, como o álcool
de o biodiesel, e a aplicação
ordenada de tecnologias de baixa emissão
são apontados como estratégias
de médio prazo e devem estar em vigor
pleno até 2020.
“No entanto, os próximos cinco anos
são absolutamente importantes. Se esperarmos
mais de cinco anos para tomarmos as decisões
necessárias, talvez seja tarde demais
para iniciarmos este processo de transição
sustentável capaz de impedir um aquecimento
global maior que 2ºC”, afirma Denise
Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.
“Mas é claro que uma transição
dessa magnitude no modelo energético
precisa ser conduzida de forma a refletir
a diversidade de prioridades e interesses
das diferentes comunidades de todos os países”,
lembra Hamú.
A visão
Em 2006, a rede WWF convocou
uma Força Tarefa Energética
Global para desenvolver uma visão integrada
sobre energia para 2050. Os especialistas
começaram pela revisão de 25
diferentes fontes de energia sustentáveis
bastante conhecidas. Entre elas as renováveis
não-convencionais (solar, eólica
e outras), as técnicas de eficiência
para reduzir a demanda (prédios e veículos
eficientes, redução de viagens),
e outras tecnologias com baixa ou nenhuma
emissão de carbono na atmosfera (“captura
e armazenamento de carbono” e energia nuclear).
Para integrarem a pesquisa, a única
exigência era que as tecnologias fossem
viáveis e já estivessem disponíveis
no mercado.
Cada uma das fontes de energia
foi classificada de acordo com seus impactos
ambientais, aceitação social
e custos econômicos. Este exercício
de classificação revelou três
grupos de tecnologias:
Grupo 1: Energias com enormes
benefícios positivos (soluções
de eficiência dominam este grupo);
Grupo 2: Energias com alguns impactos negativos,
mas superados pelos benefícios positivos;
Grupo 3: Energias com impactos negativos graves,
superando quaisquer benefícios positivos.
Hidrelétrica e Nuclear
“O relatório aponta
que a adoção deste conjunto
de soluções, como o uso de biomassa,
de energia solar e eólica e eficiência
energética torna dispensável
a construção de novas usinas
nucleares. Uma constatação importante,
neste momento em que o Brasil discute a possibilidade
de construir uma nova usina nuclear”, afirma
Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente
de Conservação de Programas
Temáticos do WWF-Brasil, lembrando
que pela classificação de fontes
de energia do relatório a nuclear encontra-se
no Grupo 3. O alto custo de implantação,
as emissões e resíduos radioativos,
os riscos de segurança e a proliferação
de seus impactos são pontos negativos
que superam os benefícios positivos
dessa tecnologia.
Outra opção de geração
de energia que vem sendo discutida no Brasil
é a construção de grandes
usinas hidrelétricas, como as do Rio
Madeira. “O problema dessas grandes obras
é que o impacto é imenso tanto
na vida das populações do entorno,
quanto no meio ambiente. Para que causar um
impacto desses, se podemos resolver a demanda
elétrica do Brasil com outras fontes?
Limpas, sustentáveis e renováveis”,
questiona Scaramuzza.
Também existem implicações
sociais e ambientais que devem ser consideradas
na produção de biocombustíveis.
O documento aponta que a bioenergia só
poderá atingir toda sua capacidade
se produzida de maneira sustentável.
A biomassa para energia produzida em áreas
recentemente desmatadas, por exemplo, é
considerada insustentável. “A produção
de álcool é uma excelente alternativa
para o nosso País, desde que seja feita
de maneira ordenada, sem desmatar e respeitando
direitos sociais e o meio ambiente”, lembra
Karen Suassuna, técnica em Mudanças
Climáticas do WWF-Brasil.
A contribuição
do WWF-Brasil para o documento “Soluções
Climáticas: a Visão do WWF para
2050” contou com o subsídio da Agenda
Elétrica Sustentável 2020. Lançado
em setembro de 2006, o estudo prevê
economia de R$ 33 bilhões para os consumidores,
diminuição no desperdício
de energia de até 38% da expectativa
de demanda, geração de 8 milhões
de empregos e estabilização
nas emissões dos gases causadores do
efeito estufa. Além de afastar os riscos
de novos apagões, se o cenário
Elétrico Sustentável for aplicado
no Brasil até 2020. O trabalho foi
desenvolvido por uma equipe de especialistas
da Unicamp e balizado por uma coalizão
de associações de produtores
e comerciantes de energias limpas, grupos
ambientais e de consumidores. “O Brasil pode
ser uma liderança positiva neste processo,
a sociedade está debatendo como, mas
ainda falta vontade política de nossos
governantes” completa Suassuna.
+ Mais
WWF-Brasil apóia
o lançamento da II Revista Brasileira
de Educação Ambiental
18 May 2007 - A Rede Brasileira
de Educação Ambiental (REBEA)
lança na próxima terça-feira
(22/05) a segunda edição de
sua revista semestral, com apoio do Programa
de Educação Ambiental do WWF-Brasil.
O evento de lançamento da publicação
acontece no Centro de Excelência em
Turismo da Universidade de Brasília,
a partir das 19 horas. A revista apresenta
textos e artigos sobre as variadas frentes
de atuação da REBEA, que compreendem
, entre outros, a formulação
de redes e a formação de educadores.
A Rede Brasileira de Educação
Ambiental teve origem no ambiente dos Fóruns
de Educação Ambiental promovidos
em São Paulo nos anos 90, por uma articulação
de ongs, universidades e órgãos
governamentais. É uma das redes mais
antigas do país. Seu objetivo é
promover o diálogo e a ação
integrada de educadores brasileiros.
Para Irineu Tamaio, coordenador
do Programa de Educação Ambiental
do WWF-Brasil, "esta revista representa
mais uma ação de fortalecimento
da REBEA, na medida em que registra e dissemina
experiências em educação
ambiental que possibilitam o aprimoramento
do papel do educador como agente para a contrução
de sociedades sustentáveis", conclui.
+ Mais
WWF-Brasil não apóia
companhia circense ‘Le Cirque’
17 May 2007 - O WWF-Brasil
comunica que não existe nenhum vínculo
entre a organização e a companhia
circense “Le Cirque”. Ao contrário
do divulgado pela companhia citada, não
existe apoio do WWF-Brasil, ou de qualquer
outra organização membro da
Rede WWF, ao espetáculo atualmente
em cartaz em Campo Grande (MS).
Em 2006, o “Le Cirque” entrou
em contato com a Superintendência de
Relações Corporativas e Marketing
do WWF-Brasil solicitando o uso da logomarca
e teve seu pedido negado, pois o WWF-Brasil
considera que as atividades da companhia não
possuem aderência à missão
da organização. Sendo assim,
o “Le Cirque” está utilizando a logomarca
e o nome do WWF-Brasil de maneira indevida.
Por acreditar que tal ato denigre a imagem
do WWF-Brasil, a organização
informa que irá tomar as medidas judiciais
cabíveis contra o “Le Cirque”.
Desde já, o WWF-Brasil
pede desculpas à população
de Campo Grande por qualquer inconveniente
que essa ação da companhia circense
tenha causado. O WWF-Brasil aproveita também
para agradecer diversas mensagens enviadas
por moradores da cidade alertando para o uso
indevido da marca. Para o WWF-Brasil, essa
mobilização comprova que a rede
formada por pessoas que acreditam na causa
ambiental no Mato Grosso do Sul está
fortalecida e o apoio às organizações
ambientalistas está consolidado.