17/05/2007
- O casal de rinocerontes brancos (Ceratotherium
simun simun) Adão e Eva pode ser visto,
desde 7 de maio último, em sua nova
casa, no Zoológico de São Paulo.
As novas instalações, onde já
habitou um rinoceronte negro, quando o Zôo
foi criado, foram reformadas pela Divisão
de Engenharia da Fundação, sob
a supervisão de técnicos do
Setor de Mamíferos, para abrigar o
casal com o necessário espaço
e conforto, e encerra uma etapa de trabalhos
desenvolvidos por diversos técnicos
e especialistas do Zoológico de São
Paulo, que esperam, em um futuro próximo,
ser possível a reprodução
dessa espécie ameaçada de extinção,
contribuindo para a sua conservação.
Segundo conta a bióloga
Mara Cristina Marques, do Setor de Mamíferos,
os animais vieram da África do Sul
em novembro de 1998, num programa de reprodução
e preservação da espécie.
Quando chegaram, tinham respectivamente 15
e 13 meses de idade e, após o período
de quarentena, foram colocados em aproximação
com uma fêmea idosa chamada carinhosamente
de Menina, que vivia sozinha desde a morte
de seu companheiro, para que pudessem se familiarizar
para evitar possíveis episódios
de agressão.
Esperava-se que Adão
e Eva, além de contribuir para a preservação
da espécie, fariam companhia para Menina,
um dos animais mais queridos e carismáticos
do Zoológico. Essa etapa foi bem-sucedida
e, para surpresa dos tratadores, a velha rinoceronte
acabou por “adotar” o casal, passando a cuidar
deles como se fossem seus filhotes.
Mas, Menina, devido à
idade avançada e problemas de saúde,
acabou morrendo, o que afetou o casal, exigindo
a intervenção do programa de
enriquecimento ambiental específico
para voltarem ao normal.
Quando o casal alcançou
a idade reprodutiva, foi necessária
a mudança para instalações
mais amplas, porque os rinocerontes, apesar
de serem animais de hábitos solitários,
necessitam de espaço para que o macho
faça a "corte" para conquistar
a fêmea.
Para transferir Adão
e Eva para o novo recinto, os tratadores,
biólogos, veterinários e equipe
de engenharia tiveram de observar uma série
de procedimentos extremamente complexa, evitando
ferimentos ou estresse nos animais. Para isso,
contaram com a colaboração do
médico veterinário Robin Radcliffe,
da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos,
especialista em manejo de rinocerontes e girafas,
que deu todo o suporte necessário à
equipe técnica.
Foto: Glória Jafet (Zoológico
de São Paulo)