25 May 2007 - Por Bruno
Taitson - Começou em abril um projeto
de monitoramento de quelônios na bacia
do Rio Amazonas. Foram colocados rádios-transmissores
nos cascos de duas tartarugas, na região
dos lagos da Ilha de São Miguel (Pará).
A iniciativa, inédita na Amazônia,
é executada pela Universidade Federal
do Pará (UFPA) com apoio do Instituto
de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
e do WWF-Brasil, e envolve três espécies:
tartarugas (Podocnemis expansa), tracajás
(Podocnemis unifilis) e pitiús (Podocnemis
sextuberculata).
O objetivo do projeto é
monitorar a distribuição, o
crescimento, os padrões de deslocamento
e as áreas de vida dos animais. Em
outubro, período de reprodução
das tartarugas, serão colocados rádios
em cerca de 10 fêmeas, na mesma região
do Pará.
O professor Juarez Pezzutti,
do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
da UFPA, destaca a importância do monitoramento
da fauna aquática na várzea.
“As mais importantes informações
para subsidiar estratégias de conservação
das espécies são fornecidas
a partir desse tipo de trabalho”, destaca
Pezzutti, que coordena o projeto.
A precisa definição
dos padrões migratórios dos
quelônios servirá de base para
diversas ações, como a fiscalização
para coibir a pesca predatória e elaboração
de planos de manejo. Como conseqüência,
as comunidades passariam a ter o poder de
decidir normas para coleta de ovos e consumo
dos animais dentro de uma quota que assegura
a reposição das espécies,
referendadas pelo instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
A comunidade da Ilha de
São Miguel participa diretamente da
iniciativa, indicando com base na vivência
dos pescadores a provável localização
dos grupos de tartarugas, popularmente chamados
de cardumes. “Como os equipamentos de rádio
têm um alcance de no máximo um
quilômetro, seria muito difícil
rastrear as tartarugas sem as indicações
dadas pelos moradores locais”, informa Pezzutti.
Acordos de pesca
A Ilha de São Miguel
é uma região pioneira na construção
dos acordos de pesca, hoje regulamentados
pelo Ibama. Na prática, isso significa
que a pesca de diversas espécies deve
obedecer a uma série de critérios
definidos em consenso por pescadores locais,
de modo a garantir a continuidade da atividade
pesqueira aliada à conservação
da biodiversidade.
Os pescadores da região
também foram pioneiros em trabalhos
de manejo do pirarucu (Arapaima gigas). Os
peixes foram monitorados por rádios-transmissores,
gerando conhecimento para subsidiar as regras
de manejo da espécie. A experiência
ajudou no desenvolvimento do método
de monitoramento dos quelônios.
Antonio Oviedo, técnico
do WWF-Brasil, ressalta que a iniciativa torna
possível um maior conhecimento das
espécies trabalhadas e capacita pescadores
para o manejo. “É importante salientar
que a comunidade participa de todo o processo
e se apropria do conhecimento, garantindo
assim maior efetividade dos trabalhos e repartição
dos benefícios”, afirma.
Ainda de acordo com Oviedo,
o trabalho subsidia o monitoramento e a avaliação
dos acordos de pesca. “Os pescadores adquirem
maior conhecimento sobre as espécies
e refinam as regras para o manejo”, declara.
O WWF-Brasil, no âmbito do Projeto Várzea,
apóia a iniciativa financeiramente
e por meio de capacitação técnica
de pescadores e instituições
para a gestão participativa dos recursos
naturais.
Além dos quelônios,
as ações do Projeto Várzea
também envolvem o manejo dos jacarés
tinga (Caiman crocodilus) e açu (Melanosuchus
niger) e do pirarucu, considerado o maior
peixe de água doce do planeta.
+ Mais
Congresso trará novidades
e possibilidade de negócios no setor
de Eficiência e Co-geração
de Energia
21 May 2007 - Acontece nesta
terça e quarta-feira (22 e 23/05) o
4º Congresso Brasileiro de Eficiência
Energética e Co-geração,
no Centro de Convenções do Novotel,
em São Paulo. O evento é o único
de caráter nacional sobre o setor de
Eficiência e Co-geração
de Energia.
A expectativa dos organizadores
é que aproximadamente 400 pessoas participem
e que pelo menos 250 empresas estejam representadas
no evento, principalmente indústrias
de médio e grande porte.
O evento é uma iniciativa da Abesco
(Associação Brasileira de Empresas
de Serviços de Conservação
de Energia), com apoio de entidades e ONGs
como o Greenpeace e o WWF-Brasil.