Panorama
 
 
 

SECRETÁRIO-EXECUTIVO DO MMA ACREDITA NA RECUPERAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2007

23/05/2007 - Rubens Junior - O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou nesta quarta-feira (23), em Porto Alegre, na abertura da Semana Nacional da Mata Atlântica, que acredita na recuperação do bioma porque o País conta para isso com mecanismos legais, com a mobilização da sociedade organizada, com o compromisso do governo, além de um ambiente mundial favorável à preservação inteligente do planeta, em função dos efeitos nocivos para a vida provocado pelas mudanças climáticas, aquecimento à frente. O evento reúne até o próximo sábado, no auditório do Centro Cultura 25 de Julho, na capital gaúcha, representantes dos governos federal e estadual, da prefeitura de Porto Alegre, além de representantes da Rede de Ongs da Mata Atlântica. Juntos, eles debaterão caminhos para aprofundar conquistas recentes com vistas não apenas a salvar da extinção os 8% de remanescentes de Mata Atlântica no Brasil, mas também a recuperá-la.

Segundo Capobianco, a Lei da Mata Atlântica, aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, após 14 anos tramitando no parlamento, é resultado da mobilização da sociedade organizada, que hoje está atenta às questões ambientais, e da sua capacidade de diálogo construtivo com o poder público. "A Lei da Mata Atlântica simboliza uma mudança de concepção, ela introduziu a noção do desmatamento zero", disse Capobianco. "Hoje, nós temos um bioma legalmente protegido, quem o desmata incorre em crime e pode ser processado e punido. Contudo, a lei não pode ser virtual, precisa ter efeitos concretos".

Para Capobianco, apesar dos desafios em relação à Mata Atlântica serem expressivos, a luta até aqui tem sido vitoriosa, como prova, segundo ele, a própria aprovação da lei. Outros fatos mostram isso, diz ele. "Nos últimos quatro anos houve uma redução no desmatamento daquele bioma superior a 70% em relação a igual período anterior. Por sua vez, aumentamos o número de áreas protegidas do bioma de 177 para, hoje, 521, chegando a mais 1,5 milhão de hectares protegidos, 105 mil deles só dos pinheiros de araucária. Pode parecer pouco, no caso da araucária, mas significa um aumento de 150% de proteção desta floresta", disse.

Capobianco adiantou ainda que o Ministério do Meio Ambiente está concluindo uma minuta de decreto regulamentando artigos da lei, buscando eliminar conflitos jurídicos residuais e dar corpo a um fundo para financiar atividades de proteção e recuperação da Mata Atlântica. Segundo ele, o decreto de regulamentação será assinado em breve pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos próximos quatro ou cinco anos, acrescentou, o País terá mais 30 milhões de hectares protegidos, hoje são 60 milhões de hectares protegidos em Unidades de Conservação.

Na meta de aumentar ainda mais o número de áreas protegidas, que hoje abrigam a diversidade total dos biomas brasileiros, o governo federal fará uso, pela primeira vez na sua história, da primeira série de mapas da vegetação nativa de todo o Brasil. "Esses mapas e outras informações associadas serão instrumento essencial para a gestão do patrimônio natural", afirmou. Os mapas estarão disponíveis, em breve, no site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br), na proporção de 1 por 250.000. "Os próprios mapas são uma resposta à mobilização da sociedade, que nos incentiva, inclusive, a prospectar conhecimento para tomar decisões com maior qualidade".

Capobianco aproveitou para criticar a "falsa polêmica" que opõe desenvolvimento e proteção ambiental. "Essa discussão é irreal, para não dizer ridícula. Obviamente, nós não estamos contra o desenvolvimento. Nós desejamos, sim, desenvolvimento, desde que sustentável, sobretudo porque, no cenário atual, não poderia ser de outra forma. Nesse sentido, o licenciamento ambiental, fornecido pelo Ibama, é um instrumento de desenvolvimento. Aliás, buscando qualificar a análise técnica de empreendimentos que requerem licenças ambientais para obras, substituímos 90% dos funcionários terceirizados, consultores que realizavam esse trabalho, por pessoal concursado, muitos deles doutores e mestres; ou seja, gente com maior qualificação e maior compromisso institucional com seu ofício".

O secretário também explicou aos críticos da Medida Provisória 366/2007, que reestruturou o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama, criando, entre outras novidades, o Instituto Chico Mendes (para administrar as Unidades de Conservação). "É comum aceitar medidas provisórias para assuntos considerados importantes. Por que criticar uma MP na área ambiental se ela é urgente, além de resultado de um anseio do setor que ultrapassa uma década? A MP é preponderante, já que é urgente que protejamos as Unidades de Conservação do País, que, na estrutura anterior, não possuia logística adequada para cumprir seu papel". Segundo Capobianco, ao concentrar num órgão exclusivo a administração das UCs, o Brasil repete uma experiência que vem funcionando com excelentes resultados em outros países do mundo.

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Governo e sociedade debatem ações para recuperar Mata Atlântica

22/05/2007 - Rubens Júnior - Começa nesta nesta quarta-feira (23), às 8h, em Porto Alegre, a Semana Nacional da Mata Atlântica. Lideranças do poder público federal, estadual e municipal e da Coordenação da Rede de ONGs da Mata Atlântica vão debater até o dia 26 estratégias destinadas a "dar um futuro" ao bioma mais ameaçado do Brasil.

Por causa, principalmente, da exploração predatória das redes hoteleira e do ramo imobiliário, estima-se que restem intactos apenas 10% da cobertura original da Mata Atlântica, quadro que o governo federal deseja reverter a partir da adoção de ações de proteção e de recuperação do bioma, que, apesar da devastação, mantém uma das biodiversidades mais ricas do Planeta.

Organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, governo do Rio Grande do Sul, pela Rede de ONGs da Mata Atlântica e Prefeitura de Porto Alegre, o encontro ocorrerá em dois locais. As atividades dos dois primeiros dias serão realizadas no Centro Cultural 25 de Julho, no bairro Auxiliadora. Os compromissos seguintes terão por local o hotel Swan Tower, no mesmo bairro. As palestras e conversações ocorrerão na forma de painéis e abordarão questões como a luta travada no Brasil pela conservação da Mata Atlântica, ameaças e oportunidades para o bioma e sua relação com as mudanças climáticas. Está previsto também um painel de "imersão" genérica no tema Ecologia.

Dois tópicos devem mobilizar a atenção dos participantes: a Lei da Mata Atlântica, sancionada em dezembro de 2006, e a relação direta entre o fenômeno do aquecimento global e as ações de recuperação do bioma. Os dois assuntos devem monopolizar um pouco o debate porque, graças à aprovação daquela lei, o País regulamentou o uso e a conservação dos remanescentes de vegetação em todo o bioma, abrindo a oportunidade de zerar o desmatamento, além de iniciar, em bases sólidas, a regeneração do bioma. "A recuperação da mata contribui para captura do gás carbono, um dos maiores causadores do efeito estufa. Ou seja, colabora para enfrentar o aquecimento global", diz o coordenador do Núcleo Mata Atlântica da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, Wigold Schäffer.

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Mudança do Clima e Mata Atlântica são temas de reunião do Conama

25/05/2007 - Marluza Mattos - O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) realiza nos dias 29 e 30 de maio sua 50ª reunião extraordinária, no Rio de Janeiro. Dois assuntos terão destaque neste evento: as formações florestais da Mata Atlântica e as mudanças do clima. O encontro será realizado na Caixa Cultural Teatro Nelson Rodrigues - Av. República do Chile, 230 - Centro - Rio de Janeiro/RJ

Na pauta, constam propostas de resolução que definem a vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica em Minas Gerais e na Paraíba.

Com a votação dessas propostas, o Conama conclui um trabalho que iniciou há 13 anos. São as duas últimas resoluções de um conjunto de 16 que se referem às formações florestais do bioma. Com elas, o conselho atende a um dos dispositivos previstos na Lei da Mata Altântica (nº 11.428), aprovada e sancionada em 2006. Ainda estão previstas 16 moções na pauta da 50ª reunião extraordinária.

Na abertura do evento, será apresentado um balanço das ações do Ministério do Meio Ambiente na conservação da Mata Atlântica, com destaque para a redução significativa de 72% na taxa de desmatamento do bioma em pelo menos oito estados. A votação das resoluções e essa apresentação acontecem uma semana depois do Dia da Mata Atlântica.

No último dia de reunião, na quarta-feira (30), o Conama promove o painel "Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação às Mudanças Climáticas no Brasil". O objetivo é informar aos conselheiros sobre os principais resultados do 4º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), sobre a abrangência dos impactos das mudanças do clima nas diferentes regiões e setores de atividades do país e sobre as vulnerabilidades brasileiras.

O painel poderá auxiliar o Conama e o próprio Ministério do Meio Ambiente na definição de políticas e medidas prioritárias de adaptação. As informações ainda deverão orientar os debates do Grupo de Trabalho (GT) da Câmara Técnica de Economia e Meio Ambiente, que se reunirá no dia 31 de maio, também no Rio de Janeiro. Esse GT deverá apresentar propostas sobre o tema para serem discutidas no Conama e nas suas câmaras técnicas. Ainda na quinta-feira (31) acontece a 43ª Reunião da Comissão Permanente do Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA), onde serão discutidos processos de registro de entidades no cadastro.

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PDA aprova 14 pequenos projetos para Mata Atlântica

23/05/2007 - Adriano Ceolin - A Secretaria Técnica do Subprograma de Projetos Demonstrativos (PDA) divulgou na terça-feira (22) uma lista com 14 associações, institutos, cooperativas e organizações não-governamentais que conseguiram a aprovação de pequenos projetos para ações de desenvolvimento sustentável e preservação ambiental em áreas localizadas no bioma Mata Atlântica.

Criado em 1995, o PDA é vinculado ao Programa de Proteção das Florestas Tropicais (PPG7), que recebe o apoio principalmente da Cooperação Internacional Alemã. Tem como principais desafios viabilizar estratégias de promoção do desenvolvimento sustentável e estimular a formulação de políticas públicas que contribuam para a difusão e a incorporação de tais estratégias por outras comunidades, organizações e instituições governamentais.

Os 14 pequenos projetos aprovados contarão com investimentos de R$ 949.893,24, por parte da Cooperação Internacional Alemã por meio do Banco KFW, e outros R$ 590.288,12, que virão como contrapartida das instituições proponentes das iniciativas. Ao todo, serão financiados projetos em oito estados (RS, MG, RJ, SP, BA, MS, SC e ES).

Atualmente, o PDA ajudou a viabilizar 194 projetos: 147, na Amazônia, e 47, na Mata Atlântica. São iniciativas para desenvolvimento de ações em áreas de sistemas agroflorestais e recuperação ambiental, manejo de recursos florestais, manejo de recursos aquáticos e preservação ambiental.

Grande parte dos projetos foi executada com experiências inovadoras que ficaram caracterizadas pela participação da sociedade civil e dos movimentos sociais. Depois da aprovação desses últimos 14 pequenos projetos, o PDA não receberá, por ora, novas inscrições.
Foto: MMA

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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