29/05/2007 A segunda edição
do abraço na Guarapiranga reuniu milhares
de pessoas em três pontos ao redor da
represa no último domingo, em São
Paulo. A participação de jovens
e crianças, lideranças religiosas,
portadores de necessidades especiais e autoridades
marcou o evento, que também apresentou
o placar das ações em andamento
para reverter a degradação do
manancial.
A segunda edição
do abraço na Guarapiranga, realizada
no último domingo 27 de maio, reuniu
milhares de pessoas em três locais às
margens do reservatório na região
sul da Grande São Paulo. A imagem da
população de mãos dadas
no entorno do manancial se consolidou como
uma importante manifestação
de carinho por parte da sociedade civil da
metrópole com a centenária represa
- e também de protesto em relação
à situação de degradação
em que ela se encontra. E, assim, o abraço
na Guarapiranga entra de vez no calendário
de eventos em defesa do meio ambiente da maior
metrópole brasileira.
A Guarapiranga é
um dos mais importantes mananciais de água
de São Paulo – abastece quase 4 milhões
de pessoas – mas sua capacidade de produção
de água vem sendo ameaçada e
reduzida pela ocupação desordenada
de seu entorno, poluição de
seu reservatório e demais corpos d´água
inseridos em sua bacia hidrográfica
e ainda pelo desmatamento da região.
Diante deste quadro, a mobilização
sintetizada no abraço teve como objetivo
divulgar o andamento das ações
propostas no Seminário Guarapiranga
2006 e informar a população
de São Paulo sobre os avanços
obtidos até agora, bem como sobre os
problemas a serem enfrentados adiante. Para
isso, em cada ponto do evento foi instalado
um painel de 3 por 4 metros com o placar das
ações previstas ou que estão
sendo desenvolvidas pelos diversos segmentos
da sociedade - principalmente órgãos
do governo do estado e prefeituras responsáveis
- para evitar novas ocupações
ilegais na região, garantir saneamento
básico, proteger as áreas verdes
e despoluir a represa. Veja aqui o placar
da Guarapiranga.
O abraço também
reproduziu boa parte da própria diversidade
de cenários e populações
existentes na região da Guarapiranga.
No Solo Sagrado da Guarapiranga, espaço
da Igreja Messiânica no extremo sul
da represa, o abraço reuniu diversas
lideranças religiosas – que bisaram
o ato ecumênico da edição
passada do abraço e também plantaram
mudas de árvores - e autoridades como
o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab,
o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira e
o secretário de Recursos Hídricos
e Meio Ambiente Urbano do Ministério
do Meio Ambiente, Luciano Zica. Também
marcaram presença no local, uma das
mais belas paisagens de toda a região,
vários secretários municipais
de São Paulo, deputados estaduais,
vereadores e representantes de organizações
sociais. Depois dos discursos das autoridades
e do ato ecumênico, todos os presentes
desceram para a orla da represa onde se deram
as mãos no gesto simbólico.
Ao final, todos saudaram a Guarapiranga batendo
palmas.
Enquanto isso, do outro
lado da Guarapiranga, na Avenida Robert Kennedy,
um dos mais descuidados e decadentes pontos
de toda a orla da represa, o abraço
foi protagonizado principalmente por famílias
moradoras da região, jovens e crianças,
com destaque para um grupo de escoteiros com
mais de cem integrantes. Os escoteiros caminharam
mais de um quilômetro na avenida, onde
bares populares, motéis e terrenos
fechados com muros impedem o acesso e a visão
da represa, até o ponto de concentração.
Lá plantaram mudas de árvores
e se juntaram a grupos de hip-hop, a banda
do CEU Navegantes e pessoas portadoras de
necessidades especiais para pedir uma Guarapiranga
mais limpa e aberta para o lazer e qualidade
de vida de todos.
Já no terceiro ponto
do abraço, o evento contou com uma
romaria de mais de 3 mil pessoas que, a partir
de cinco diferentes pontos do Jardim Ângela,
confluiu até o Parque Ecológico
da Guarapiranga, na margem direita da represa.
Nos pontos de concentração houve
muita animação, músicas,
faixas, palavras de ordem para a caminhada
e falas sobre a situação da
Guarapiranga, reunindo crianças, jovens,
pessoas de idade, portadores de necessidades
especiais, religiosos e moradores.
Antes do abraço,
porém, a mulher que representava a
Senhora das Águas chegou ao parque
após ter atravessado a represa em um
barco, ao lado do padre Jaime Crowe, liderança
comunitária e religiosa do Jardim Ângela.
Além de representar as águas
do reservatório, a Senhora das Águas
simbolizou a luta contra o dragão (a
poluição e a degradação).
Analogia essa que foi retirada dos textos
do Apocalipse e encenada por grupos da região.
Em seguida, os presentes deram as mãos
cantaram a música tema do abraço,
composta por Paulo Garfunkel, homenageando
a centenária represa.
Instituições
organizadoras do Abraço Guarapiranga
2007:
Afubesp
2. CEI Santos Dias 3. Centro de Direitos Humanos
e Educação Popular de Capo Limpo
– CDHEP
4. Centro Maria-Mariá
5. Centro Universitário Senac
6. CEU Navegantes
7. Comitê do Betinho
8. CIRANDA
9. Espaço – Formação
Assessoria e Documentação
10. Fiscais da Natureza
11. Fórum da Agenda 21 e Educação
Ambiental para a Sustentabilidade da Bacia
da Guarapiranga
12. Fórum em Defesa da Vida do Jardim
Ângela
13. Grupo de Escoteiros Almirante Tamandaré
14. Igreja Messiânica - Solo Sagrado
de Guarapiranga
15. Instituto Padre Josimo
16. Instituto Socioambiental
17. Juventude Missionária
18. Movimento Eco Estudantil
19. Paróquia Santo Eugenio de Mazeno
20. Paróquia Santos Mártires
21. Polis – Instituto de estudos, formação
e assessoria em políticas sociais
22. Projeto Mais Verde
23. Reciclangela
24. Rede Agenda 21 – Sul
25. Rotary Clube – Interlagos e Cidade Dutra
26. SAJAPE
27. SAP – Tempo Wind Clube
28. SESC – Interlagos
29. Sindicato dos Eletricitários de
São Paulo
30. Sociedade Ecológica Amigos de Embu
– SEAE
31. SOS Represa Guarapiranga
32. SOS Peace
33. Sou da Paz
34. Trip On Jeep
35. Universidade Santo Amaro - UNISA
Apoio:
Prefeitura de São Paulo
Subprefeituras da Capela do Socorro, M´Boi
Mirim, Parelheiros e Santo Amaro.