28/05/2007 Secretário
do Meio Ambiente conhece rotina de cooperativa
de reciclagem
Em maio de 2002, quando
foi criada, a Cooperlínia Ambiental
do Brasil reciclava 65 toneladas mensais de
resíduos sólidos, criando 18
postos de trabalho. Hoje, esses números
são de, respectivamente, 145 toneladas
mensais e 42 trabalhadores, sendo 36 da área
operacional. A entidade, que atua em uma área
cedida pela Estre Ambiental S.A., em sua unidade
de Paulínia, faturou R$ 7.020,00 no
primeiro mês de operação,
contra R$ 47.000,00 em abril de 2007.
Para o secretário
estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano,
esses números mostram que é
possível associar a atividade econômica
com a preservação ambiental,
gerando empregos e com reflexos positivos
para a qualidade de vida da população.
O secretário conheceu as atividades
da Cooperlínia em uma visita no início
deste mês às instalações
da Estre, onde percorreu a área do
aterro, a unidade de biorremediação
e a estação de biogás.
O secretário acompanhou,
também, a rotina de trabalho dos cooperados
nas áreas de recebimento de materiais,
separação e triagem, prensagem
e expedição, além da
administração. Segundo José
Carlos Silva, diretor da Cooperlínia,
os associados são donas de casa, desempregados
e um ex-catador, o "sêo" Antônio,
de 66 anos, que é o coordenador de
operações. Os ganhos médios,
que representam 90% da renda das famílias
dos cooperados, são de R$ 500,00, chegando
em alguns casos a R$ 800,00, dependendo das
funções que desempenham.
"Mas todos têm
benefícios, diz Silva, que incluem
transporte, alimentação - que
consiste no café da manhã, almoço
e café da tarde, além de cesta
básica - , convênio odontológico
e sistema de descanso remunerado, pois o cooperativismo,
em que o trabalhador se torna sócio
do empreendimento, não prevê
férias." O sistema compreende
ainda o pagamento dos 11% da renda de cada
associado para o INSS, para fins de aposentadoria,
além de auxílio médico
e maternidade, e incentivos para freqüentarem
cursos profissionalizantes.
Com essa estrutura, a entidade
mantém parceria com a Prefeitura de
Paulínia, recebendo materiais coletados
em escolas, indústrias, condomínios
e outros. Em troca, 15% do rendimento é
destinado à compra de bolas, computadores
e impressoras, entre outros itens, para as
escolas e instituições filantrópicas
locais. No ano passado, o total de recursos
destinado para essa finalidade chegou a
R$ 55.000,00. Outra fonte de materiais é
a Prefeitura de Valinhos, que mantém
sistema de coleta seletiva porta-a-porta.
Durante a visita, o diretor
da entidade fez questão de afirmar,
com orgulho, que a Cooperlínia é
a única cooperativa do mundo a dispor
da certificação ISO 14.001.
Texto: Newton Miura