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GREENPEACE COBRA PUNIÇÃO PARA ASSASSINATO NO MÉXICO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2007

29-05-2007 – México - Campanha junto às embaixadas mexicanas pede segurança para as pessoas que lutam contra a extração ilegal de madeira no país

O Greenpeace iniciou esta semana uma campanha internacional de comunicação direta para pressionar as autoridades mexicanas a apurar o assassinato do jovem Aldo Zamora, ocorrido em 15 de maio. Na data, quatro homens emboscaram os irmãos Aldo e Misael Zamora e mais três familiares em Santa Lucía, Ocuillan, estado do México. Aldo morreu e Misael, que se encontra hospitalizado, identificou dois dos criminosos: Luis e Alejo Encarnación, conhecidos madeireiros da região e filhos de Feliciano Encarnación, um dos principais líderes dos grupos madeireiros que atuam na área.

O pai do jovem assassinado é Ildefonso Zamora Baldomero, presidente de propriedades comunais de San Juan Atzingo e amplo defensor da floresta comunitária do Parque Nacional Lagunas de Zempoala.

Os suspeitos apontados por Misael fazem parte de uma lista de ordens de prisão solicitadas desde novembro de 2005 pelo Ministério Público, todas negadas pelo juiz Gerardo Eduardo García Anzures, do estado de México. Encarnación havia sido detido duas semanas antes do atentado, em uma operação da agência ambiental federal, mas solto em seguida sob fiança.

Em uma carta, o Greenpeace e organizações da sociedade civil solicitam ao presidente Felipe Calderón o esclarecimento imediato do atentado, além de apoiar os defensores das florestas mexicanas e uma política de tolerância zero com os grupos de madeireiros.

Leia abaixo a íntegra da carta enviada pelo Greenpeace à embaixada do México no Brasil.

São Paulo, 28 de maio de 2007.

À
Embaixada do México
Sr. Andrés Valencia Benavides Embaixador

Prezado Senhor,

Escrevemos para denunciar e solicitar atenção imediata a um recente atentado que resultou na morte de Aldo Zamora e feriu gravemente Misael Zamora. Ambos são filhos de Ildefonso Zamora Baldomero, presidente de propriedades comunais de San Juan Atzingo e amplo defensor de sua floresta comunitária, localizada no Parque Nacional Lagunas de Zempoala.

Em 15 de maio, às 18h30, Aldo e Misael Zamora sofreram uma emboscada por quatro pessoas em Santa Lucia Ocuillan, no estado de México. Eles estavam viajando com três companheiros, todos desarmados.

Misael, que agora está hospitalizado em condições estáveis, identificou os pistoleiros como Luis e Alejo Encarnación, conhecidos madeireiros da região, ambos filhos de Feliciano Encarnación, um dos principais líderes do grupo de madeireiros dessa zona. Os outros dois pistoleiros identificados são Fernando Jacinto Medina e Silvestre Jacinto Medina.

Ildefonso Zamora tem denunciado a extração ilegal de madeira em sua floresta comunitária desde 1998. Entretanto, as autoridades nunca tomaram as devidas providências para parar os madeireiros. De acordo com a Procuradoria Federal de Proteção ao Meio Ambiente (PROFEPA), as regiões de Lagunas de Zempoala e Huitzilac são identificadas como uma das 15 áreas críticas do país por conta da extração ilegal de madeira.

Em dezembro de 2005, Ildefonso e outros representantes da comunidade apresentaram denúncias contra os madeireiros ilegais na área e apresentaram um vídeo e fotografias documentando as atividades ilegais.

Em abril de 2006, Ildefonso e o Greenpeace informaram à PROFEPA sobre a situação. Como resultado, o escritório local da PROFEPA no estado do México iniciou o monitoramento da área e fez operações que levaram diversos madeireiros à prisão.

Em novembro daquele ano, a Procuradoria Pública solicitou a prisão preventiva de 47 madeireiros, incluindo Feliciano e Alejo Encarnación. As ordens foram negadas pelo juiz Gerardo Garcia Anzures, que argumentou que não havia elementos suficientes para determinar se havia sido cometido algum crime. Além disso, Feliciano Encarnación havia sido preso apenas duas semanas antes em uma operação legal realizada pela PROFEPA. Entretanto, foi liberado mediante pagamento de fiança.

Entre junho de 2006 e maio de 2007, Aldo e Misael Zamora trabalharam com o Greenpeace na coleta de dados para um projeto de pesquisa para avaliar os impactos da extração ilegal de madeira nas florestas de San Juan Atzingo. Tal pesquisa continua em andamento.

Devido ao isso, Ildefonso e seus filhos eram alvos de muitas ameaças pelos grupos de madeireiros e por Feliciano Encarnación, o madeireiro mencionado anteriormente.

Senhor Calderon, é evidente que o atentado contra Aldo e Misael Zamora é uma retaliação às suas atividades em defesa de suas florestas comunitárias e que causou danos irreparáveis aos defensores do meio ambiente e dos direitos humanos. Por essa razão, solicitamos que seja consistente com sua política de “tolerância zero” contra a extração ilegal de madeira, e solicitamos o que segue:

- Que o atentado seja esclarecido imediatamente e as pessoas responsáveis pelo homicídio de Aldo Zamora, os danos a Misael Zamora e outros crimes relacionados sejam punidos.
- Que a segurança de lldefonso Zamora e sua família seja garantida, bem como com a das pessoas da comunidade que têm lutado contra a extração ilegal de madeira, particularmente Neri Carlos, Nicolas Hernadez Alberto e Alejandro Ramírez Raymundo e suas famílias.
- Que sejam tomadas medidas imediatas para parar a extração ilegal de madeira na região, em coordenação com os estados de México e Morelos, de modo a paralisar e punir os responsáveis.

Também rogamos ao ministro Guillermo Ortiz Mayagoitia que aja de acordo com a lei e investigue o desempenho do juiz Gerardo Eduardo Garcia Anzures, que negou a prisão preventiva de 47 madeireiros sem analisar com o devido cuidado o caso apresentado pela população de San Juan Atzingo.

O atentado contra Aldo e Misael representa uma longa história de repressão contra aqueles que defendem as florestas. Exemplos disso são os casos de: Rodolfo Montiel, Teodoro Cabrera, Isidro Baldenegro, Felipe Arreaga e Albertano Peñazola.

Senhor Calderon, é hora de acabar com impunidade e a repressão a todos os defensores dos recursos naturais do México.

Frank Guggenheim, diretor executivo do Greenpeace Brasil
Foto: Greenpeace

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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