31-05-2007 – Brasília
- A indústria da soja no Brasil pretende
incluir em sua política empresarial
para a próxima safra a decisão
de não financiar produtores que tenham
promovido novos desmatamentos na Amazônia.
A intenção
foi anunciada no dia 30 de maio por representantes
das traders de soja, durante reunião
da coordenação do Grupo de Trabalho
da Soja (GTS), realizado em Brasília.
O GTS, que reúne a Abiove (Associação
Brasileira da Indústria de Óleos
Vegetais), a Anec (Associação
Nacional dos Exportadores de Cereais), representantes
de empresas comercializadoras de soja, ONGs
e movimentos sociais, foi criado a partir
da campanha do Greenpeace e entidades do setor
social contra a expansão da soja na
Amazônia.
As traders começam
em breve a negociar os contratos de pré-financiamento
da safra 2007-2008 com os produtores rurais
da Amazônia e pretendem informar os
fazendeiros durante o processo de negociação.
“Essa intenção representa um
passo importante do setor de comercialização
da soja para consolidar a moratória
anunciada pelas empresas em julho de 2006”,
disse o diretor da Campanha Amazônia,
do Greenpeace, Paulo Adário, observando
que “as traders e suas entidades de representação
já haviam anunciado a inclusão,
nos contratos de compra de soja, da exigência
de banimento do trabalho escravo ou desumano”.
Segundo Adário, que avalia como muito
positivos os passos dados até agora
por empresas e ONGs envolvidas no GTS – que
incluem a definição de um sistema
da mapeamento e monitoramento do desmatamento
para o agronegócio da soja –, o desafio
que ainda precisa ser vencido é a inexistência
de um cadastro geo-referenciado em mapas das
propriedades rurais da Amazônia.
No dia anterior, técnicos
de agências do governo federal se reuniram
com o subgrupo técnico de mapeamento
e monitoramento do GTS para analisar as áreas
de cooperação do governo com
os grupos envolvidos na implementação
da moratória da soja. A participação
do governo na moratória da soja foi
assegurada durante reunião realizada
na Casa Civil da Presidência de República,
no último dia 16 de maio. Estiveram
na reunião o subgrupo de articulação
institucional do GTS (composto por Abiove
e Greenpeace) e representantes do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Ministério do Meio Ambiente
(MMA), Centro Gestor e Operacional do Sistema
de Proteção da Amazônia
(Censipam), Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra), Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), além de integrantes da Casa
Civil liderados pelo sub-chefe adjunto, Johaness
Eck.
Naquela reunião,
os órgãos do governo federal
se comprometeram a apresentar em agosto o
mapa do bioma Amazônia em escala 1:250
mil nas áreas prioritárias onde
há plantio de soja. O mapa existente
está na escala 1:5 milhões,
que não permite análise adequada
de desmatamentos em propriedades rurais. O
Inpe, por sua vez, anunciou que vai disponibilizar
os dados de satélite do desmatamento
no período de entrada em vigor da moratória.
Para Adário, a integração
prática do governo federal ao processo
da moratória é um passo muito
importante para o real ordenamento do uso
do solo na fronteira da devastação
e inibir a conversão de florestas em
lavoura para soja e outros grãos.
+ Mais
Governo federal participa
do Grupo de Trabalho da Soja
28-05-2007 – Manaus - Agências
do governo definem nesta terça detalhes
de sua colaboração com a moratória
da soja
Técnicos de organizações
não-governamentais e de agências
do governo federal se reúnem nesta
terça, dia 29, em Brasília,
com o Grupo de trabalho da Soja (GTS) para
colocar em prática a cooperação
governamental com a moratória da soja,
conforme acordo firmado com a Casa Civil no
dia 16 de Maio.
Durante o encontro, serão
discutidos instrumentos para impedir novos
desmatamentos para plantio de soja no bioma,
compromisso assumido pela indústria
sojeira em julho de 2006, quando foi decretada
a moratória.
O GTS, que reúne
representantes de empresas comercializadoras
de soja, ONGs e movimentos sociais, foi criado
a partir da campanha do Greenpeace contra
a expansão da soja na Amazônia.
“A integração prática
do governo federal ao processo da moratória
é um passo muito importante para o
real ordenamento do uso do solo na fronteira
da devastação e inibir a conversão
de florestas em lavoura para soja e outros
grãos”, acredita Paulo Adário,
coordenador da campanha Amazônia, do
Greenpeace.
Os órgãos
do governo que deverão participar dos
esforços para implementação
e verificação do sucesso da
moratória nos próximos meses
são o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o Ministério
do Meio Ambiente, o Centro Gestor e Operacional
do Sistema de Proteção da Amazônia
(Censipam), o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) e a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa).
+ Mais
Diretores de 215 escolas
aprendem sobre Amazônia e mudanças
climáticas
31.05.2007 – Recife - Diretores
e coordenadores pedagógicos da rede
municipal de ensino público de Recife
assistem dia 01/06, das 9h às 12h,
ao seminário "Amazônia e
Aquecimento Global". O evento faz parte
dos esforços de qualificação
em meio ambiente que a prefeitura faz no âmbito
do programa Cidade Amiga da Amazônia,
em parceria com a organização
não-governamental ambientalista Greenpeace.
Os profissionais de educação
terão a oportunidade de assistir à
palestra de Adriana Imparato, representante
do Greenpeace, que falará sobre o problema
da extração ilegal de madeira
na Amazônia e seus reflexos sobre as
mudanças climáticas em todo
o planeta. "Além de ser uma cidade
comprometida em mudar seu perfil de compra
de madeira, Recife quer formar cidadãos
amigos da amazônia", diz Adriana.
Durante a semana do meio
ambiente, de 04 a 08 de junho, as 215 escolas
públicas municipais exibirão
o vídeo "Mudanças de Clima,
Mudanças de Vida", produzido pelo
Greenpeace para mostrar como o aquecimento
global já está afetando a vida
dos brasileiros. A destruição
da Amazônia é a principal contribuição
brasileira ao aquecimento global.
Segundo Adriana, a indústria
madeireira é uma das principais forças
de devastação da Amazônia.
Cerca de 64% da madeira produzida na região
é consumida pelo mercado brasileiro
e as prefeituras respondem por grandes volumes
usados em obras públicas e mobiliário.
Grande parte dessa madeira vem de desmamento.
Mais de 13 mil quilômetros quadrados
de floresta Amazônica foram destruídos
entre julho de 2005 e agosto de 2006.
Para ser realmente uma Cidade
Amiga da Amazônia, Recife deve aprovar
decretos, portarias, instruções
normativas e leis municipais que exijam quatro
critérios básicos em qualquer
compra ou contratação de serviço
que utilize madeira produzida na Amazônia:
proibir o consumo de mogno, uma espécie
ameaçada; exigir, como parte dos processos
de licitação, provas da origem
legal e em Planos de Manejo Florestal da madeira;
estimular a aquisição de madeira
certificada pelo FSC, um sistema que garante
a origem sustentável do produto florestal;
e orientar construtores e empreiteiros a substituir
madeiras descartáveis utilizadas em
tapumes, fôrmas de concreto e andaimes
por alternativas reutilizáveis como
ferro ou chapas de madeira resinada.
Entre os outros municípios
que aderiram ao programa estão capitais
como São Paulo (SP), Manaus (AM), Porto
Alegre (RS), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).