(29/05/2007) Essa foi a
mensagem do diretor-presidente da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Silvio Crestana aos melhoristas da Empresa
que participaram do workshop “O Futuro do
Melhoramento Genético Vegetal na Embrapa”,
realizado de 22 a 24 de maio em Brasília,
DF. Segundo Crestana, o melhoramento genético
ajudou o País a resolver o problema
de segurança alimentar e, 25 anos depois,
o melhoramento genético pode ser novamente
a chave também para as questões
de geração de energia e mudanças
climáticas.
A mudança de paradigmas
vivida pelo setor agropecuário mundial
foi o que levou a Empresa a promover o encontro
de pesquisadores do melhoramento genético
vegetal, avaliou Crestana. “Nova oportunidade
está batendo à nossa porta.
Além de vencer o desafio de gerar excedente
de produção, o País tem
tecnologia e conhecimento que o colocam como
líder mundial em agricultura tropical.
O Brasil tem compartilhado o conhecimento
adquirido com países latino-americanos
e africanos, mas os desafios não terminaram”,
ressalta Crestana.
A agregação
de valor aos alimentos (funcionais, nutracêuticos),
ao segmento florestal e a transformação
da diversidade em resultados que nos sejam
úteis na área da energia, estão
entre as novas demandas. Mas, de acordo com
o diretor-presidente, para que a pesquisa
agropecuária dê o retorno esperado
será preciso investir em novos arranjos
institucionais e parcerias estratégicas,
inclusive com o setor privado. “Conhecimento
é o que turbina a economia mundial”,
assegura Crestana.
Sobre o evento - O grupo
participante elaborou diagnóstico do
setor e levantamento de sugestões para
que a área de melhoramento genético
vegetal da Empresa possa atender às
demandas de curto, médio e longo prazos.
O documento final foi entregue à Diretoria
Executiva. Tanto o diagnóstico como
as proposições foram feitas
a partir da interface da área com três
outras: biotecnologia, recursos genéticos
e parcerias e negócios tecnológicos.
De acordo com o documento
final, a Embrapa Transferência de Tecnologia
deve ser fortalecida para atuar com mais ênfase
no suporte às demais Unidades Descentralizadas
da Empresa no aperfeiçoamento de planos
de marketing - maximizando impactos econômicos
e sociais, com atenção ao lançamento
e pós-lançamento -, no estabelecimento
de contratos e nas questões relacionadas
à Propriedade Intelectual.
Carlos Eduardo Lazarini
da Fonseca, chefe do Departamento de Pesquisa
e Desenvolvimento (DPD), acredita que o evento
atingiu seu objetivo principal, que foi discutir
as interfaces entre os recursos genéticos,
pré-melhoramentos, melhoramentos, biotecnologia
e mercado de tecnologias. Para ele, o evento
possibilitou também a discussão
sobre os produtos da Embrapa com relação
ao melhoramento genético. “Nós
pretendemos dar continuidade, revisando constantemente
as prioridades do Melhoramento Genético
Vegetal, pelo menos a cada quatro anos”, concluiu
ele.
Lazarini coloca como perspectiva
de curto prazo a manutenção
do desenvolvimento de cultivares como frente
de maior impacto da empresa. Para médio
prazo, os desafios da agroenergia e mudanças
climáticas focadas em tolerância
e resistência à estresses, como
problemas de seca, frio, aumento de temperatura,
pragas e doenças. A longo prazo, o
desenvolvimento de genes e tecnologias para
trangênicos visando a sustentabilidade
do agronegócio.
Valéria Costa
+ Mais
Relação entre
agricultura e meio ambiente é debatida
na UFRJ
(31/05/2007) A agricultura
tropical passa por um segundo ciclo, em que
não apenas os impactos econômicos
importam. Fatores como desigualdades regionais,
riscos ambientais e mudanças climáticas
são levados em conta. As dimensões
da sustentabilidade da agricultura brasileira
deram a tônica da palestra ministrada
hoje por Silvio Crestana (foto), diretor-presidente
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
– Embrapa, dentro do ciclo “O Futuro da Terra”,
no Forum de Ciência e Cultura da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Crestana apresentou as três
vertentes de atuação da Embrapa
nos diferentes biomas brasileiros: Amazônia,
Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal
e Pampa recebem ações de ordenamento,
monitoramento e gestão do território;
manejo e valorização dos recursos
naturais; e produção agropecuária
sustentável em áreas alteradas
e de uso alternativo. Segundo ele, “a experiência
em agricultura tropical nos biomas brasileiros
traz respostas às demandas nacionais
e tem potencial de adaptação
à realidade de outros países”.
Ele também falou
sobre os estudos feitos para prever cenários
da atividade agropecuária diante das
mudanças climáticas globais.
Um exemplo é a avaliação
de vulnerabilidade, em que são realizadas
estimativas sobre a resistência dos
modelos agrícolas existentes em cenários
de aumento de temperatura. Aliado a isso,
estão sendo implantadas ações
de mitigação, ou seja, de diminuição
ou eliminação das emissões
de carbono, que são as causadoras das
alterações no clima. São
desenvolvidas ainda pesquisas de adaptação
das espécies a condições
alteradas.
Fórum de Ciência
e Cultura
O Fórum de Ciência
e Cultura é um dos espaços mais
significativos da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, antiga Universidade do Brasil.
Tem status de Centro. Sua proposta é
integrar o ensino, pesquisa e extensão
e criar uma rede de troca entre a academia
e a sociedade a partir de áreas da
ciência, das artes, da política,
das tradições.
Vitor Moreno
Assessoria de Comunicação Social
da Embrapa