30/05/2007 - Rubens Júnior
- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
elogiou nesta quarta-feira (30) a direção
do Banco do Brasil pela iniciativa de elaborar
a Agenda 21 - um livro contendo os compromissos
da empresa com políticas e ações
voltadas à sustentabilidade ambiental,
à promoção do equilíbrio
natural, da justiça social e da eficiência
econômica. "Fico feliz de ver que
instituições financeiras, não
só públicas, como Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia,
mas também privadas, como Bovespa (Bolsa
de Valores de São Paulo), estejam cada
vez mais preocupadas em adotar ações
empresariais destinadas à promoção
do meio ambiente a partir da lógica
do desenvolvimento sustentável",
disse a ministra, durante sua fala no auditório
do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.
Segundo Marina Silva, embora o Banco do Brasil
esteja implantando sua Agenda 21 agora, a
empresa já vem dando o exemplo há
mais tempo, financiando empreendimentos econômicos
que respeitam o meio ambiente - "que
incorporam os conceitos ambientais".
O discurso da ministra foi
precedido pelos do presidente do Banco do
Brasil, Antônio Francisco Lima Neto,
e do vice-presidente de Gestão de Pessoas
e Responsabilidade Socioambiental do BB, Luiz
Oswaldo Santiago Moreira de Souza. Eles agradeceram
o empenho dos 85 mil funcionários do
banco que ajudaram a construir a Agenda 21
da empresa e disseram que o sucesso da implantação
das ações previstas no documento
depende do esforço de todos os setores
do banco. Além das autoridades, estavam
presentes ao evento cerca de 150 pessoas,
muitos deles funcionários do banco
que ajudaram a construir a Agenda 21 do BB.
Segundo Marina Silva, iniciativas
como a do Banco do Brasil serão cada
vez mais freqüentes durante este século,
pois se tratam de escolher entre assegurar
condições de vida no planeta
às próximas gerações
ou negá-las. "Quando nos lembramos
que 50% do Produto Interno Bruto brasileiro
provêm dos nossos recursos naturais,
fica claro que destruí-los, aos recursos
hídricos, à fertilidade da terra,
será a catástrofe", disse
a ministra. "Hoje, todos nós sabemos
que somos finitos como raça. E, além
de não saber como lidar com a imprevisibilidade
dos fenômenos climáticos, temos
pouco tempo para aprender como fazê-lo".
De acordo com a ministra, os povos subitamente
adquiriram um sentido de urgência em
relação às soluções
ambientais. "É preciso, porém,
não maximizar nem minimizar essa urgência,
pois esse comportamento não ajuda,
mas, sim, mantermos - cada um de nós
- constância de ações
naquele rumo". Parafraseando Santo Agostinho,
disse ela, o homem, "que já não
pode devastar a natureza", precisa "fazer
por ela em seu próprio benefício".
A ministra reafirmou que,
desde que assumiu o ministério, as
diretrizes principais de sua equipe perseguem
a combinação do desenvolvimento
com sustentabilidade ambiental. "Temos
nos concentrado em quatro pontos: o controle
e a participação social, o desenvolvimento
sustentável, o fortalecimento do Sistema
Nacional do Meio Ambiente e a adoção
de uma política ambiental integrada".
Nesse caminho, acredita a ministra, o Brasil
pode vir a ser um modelo de desenvolvimento
sustentável para o mundo. Como exemplos
desse potencial, ela mencionou a redução
da taxa de desmatamento na Amazônia
em 52% nos últimos dois anos e a conseqüente
redução de emissão de
430 milhões de toneladas de CO2 na
atmosfera; a produção nacional
de biodiesel e a existência de 51 milhões
de hectares em repouso e prontos para o "plantio"
de combustível limpo; o fato de o país
possuir 40% da sua matriz energética
(80% da matriz elétrica) limpa. "Além
disso, podemos nos tornar mais atrativos ao
planeta pelos exemplos de produção
sustentável, elevando os padrões
de consumo mundiais", finalizou a ministra.
Agenda BB - Agenda 21 do
Banco do Brasil contém metas em três
frentes: Negócios com foco no desenvolvimento
sustentável; Práticas administrativas
e negociais com responsabilidade socioambiental
e Investimento social privado. O BB intensificará
a democratização do crédito
responsável, a eco-eficiência
nas práticas administrativas da instituição,
os investimentos em produtos socioambientais
e outras ações.
Segundo a assessoria de
imprensa do Banco do Brasil, a instituição
possui atualmente uma carteira de 16 empreendimentos,
totalizando investimentos de R$ 5 bilhões.
Entre esses projetos está a instalação
do maior parque de energia eólica da
América Latina, localizado no Rio Grande
do Sul, a Ventos do Sul Energia, que recebeu
R$ 100 milhões em créditos do
BB. O banco também financia a implantação
no país de uma unidade produtora de
biodiesel a partir de contrato de investimentos
de R$ 37,7 milhões. Encontram-se em
análise projetos semelhantes, como
pequenas centrais hidroelétricas, usinas
hidroelétricas e empreendimentos no
setor sucroalcooleiro.
A Agenda 21 do BB buscará
fomentar ainda mais ações da
estratégia negocial Desenvolvimento
Regional Sustentável (DRS). Por meio
dela, o banco e parceiros (cooperativas, associações,
universidades, órgãos públicos,
ONGs) verificam vocações ou
potencialidades locais e identificam dificuldades,
buscando viabilizar atividades produtivas.
O banco possui hoje 3.151 agências habilitadas
a atuar com a estratégia DRS. Ao todo,
existem 3.867 Diagnósticos e Planos
de Negócios DRS em andamento, dos quais
1.278 em execução, envolvendo
265 mil famílias em 3.140 municípios
e com a previsão de R$ 1,2 bilhão
em créditos. Até o final de
2007, a meta é que cada agência
possua pelo menos um plano de negócios
DRS.
O banco pretende ainda ampliar
seu leque de produtos socioambientais. Hoje,
por meio do BB Produção Orgânica,
o banco oferece recursos ao produtor orgânico,
com atendimento no custeio em até 100%
do orçamento. Com o BB FCO Pronatureza,
financia a produção e o processo
de conversão da agricultura tradicional
para a orgânica na região Centro-Oeste.
Já com BB Florestal, o banco dá
apoio aos produtores que estão investindo
na implantação, manejo e comercialização
florestal.
Por intermédio dos
chamados "fundos éticos",
como o BB Ações Índice
de Sustentabilidade Empresarial, o banco propiciou
o funcionamento do primeiro índice
do gênero a ser referenciado na Bolsa
de Valores de São Paulo. Após
um ano de lançamento, o fundo apresentou
retorno de 29,83%. Outro produto com atributos
socioambientais é o BB Referenciado
DI Social 200, que destina 50% da taxa de
administração a projetos sociais
voltados para geração de trabalho
e renda desenvolvidos pela Fundação
Banco do Brasil.
A Agenda 21 é um
documento originado na Conferência Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em
1992, que definiu um plano de ação
para o desenvolvimento sustentável
do planeta no século XXI. Em 2002,
o Brasil publicou a sua Agenda 21, que foi
construída com a participação
de entidades governamentais, não-governamentais
e empresas, entre elas o BB.