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PARA IBAMA E INCRA, ASSENTAMENTOS DESMATAM MENOS QUE GRILAGEM

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2007

30 de Maio de 2007 - Gilberto Costa - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) admitem que há desmatamento em pequenos assentamentos na Amazônia, mas negam que a derrubada da floresta nessas áreas seja um grande fator de destruição do meio ambiente da região, comparável à ação dos grileiros.

O desmatamento em assentamentos de reforma agrária foi assunto de audiência pública realizada ontem (29) na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados.

No Mato Grosso, imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) revelam que os 415 assentamentos existentes contribuíram com 15,65% dos 721,80 km² desmatados em 2006, o que equivale a cerca de 113 campos de futebol. Não há informações sobre outros estados na Amazônia, onde ainda não estão disponíveis dados georreferenciados sobre os assentamentos.

Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, não há números exatos sobre o desmatamento que ocorre em áreas de reforma agrária na Amazônia. Apesar disso, ele descarta que as áreas de reforma agrária estejam gerando o principal volume de desmatamento da região.

"O que mais nos preocupa é o desmatamento em áreas devolutas da União ou do estado, onde se configura a ação de grilagem de terras. O vetor grilagem de terras públicas tem sido um dos principais fatores de desmatamento na Amazônia, e não os assentamentos do Incra e dos estados", observa.

Esta é a mesma posição do diretor do Incra para a região Norte, Raimundo Lima. "Nós discordamos de se colocar o assentamento como uma área que produz desmatamento nesta magnitude".

Os diretores do Incra e do Ibama, que participaram da audiência pública, enumeram entre as razões do desmatamento a precariedade de meios de sustento de assentados, o assédio de madeireiros, a demora na aprovação de planos de manejo e a falta de alternativa econômica imediata para a geração de renda.

"O assentado desmata para fazer sua roça e tirar dali o seu sustento", diz Raimundo Lima.

"Naquelas áreas onde se destinou a verticalização da agricultura, para a intensificação da atividade rural, e que ainda não haviam sido ocupadas, tende a haver um processo de desmatamento, dentro do patamar legal", argumenta Flávio Montiel.

O diretor do Ibama, no entanto, ressalta que "existem várias técnicas sendo aplicadas que substituem aquelas do corte raso". E indica que essas informações devem ser buscadas junto ao Incra da região, ao Instituto de Terras do estado, à empresa de assistência técnica e extensão rural em questão ou à Linha Verde do Ibama (0800-61-8080).

Raimundo Lima acrescenta que o Incra, nos últimos anos, está implantando assentamentos diferentes e especiais que preservam o meio ambiente e retiram da floresta recursos para a subsistência das famílias de pequenos agricultores, tais como assentamentos de projetos agro-extrativistas e áreas com projetos de desenvolvimento sustentável.

"A utilização dos recursos tem que se dar de forma sustentável, e principalmente com a utilização de recursos florestais", recomenda.

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Termina encontro regional para gerenciamento de florestas no Pará

29 de Maio de 2007 - Elaine Borges - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Depois de quatro dias de discussões, terminou hoje (29) a Reunião Regional de Altamira, no Pará.

Desde sábado, pesquisadores de diversas áreas, representantes de movimentos sociais e entidades de classe reuniram-se na cidade para planejar estratégias voltadas ao desenvolvimento sustentável na região.

“Na verdade, nós queremos uma forma de gerenciamento das florestas. No nosso município e na nossa região em modo geral, temos cerca de 70% da floresta em pé”, disse o coordenador do encontro, Rainélio Silva, que é professor da Universidade Federal do Pará. “O objetivo não é devastar tudo, mas, por outro lado, temos pessoas que estão desempregadas na região e precisam de uma solução com relação ao setor madeireiro, por exemplo”.

Um dos objetivos do encontro, disse, foi a criação de um projeto de apoio à agricultura familiar.

Os participantes também discutem a implementação do projeto da Hidrelétrica de Belo Monte na região. Eles querem buscar alternativas para amenizar os possíveis impactos ambientais e sociais das obras.

De acordo com Silva, o próximo passo é apresentar as propostas na 59ª reunião nacional, que ocorre na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),
em Belém.

A idéia é que a entidade encaminhe as propostas ao governo federal para que as comunidades afetadas possam ser ajudadas.

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Estudo de impacto ambiental subestimou população indígena, diz Pastoral da Terra

28 de Maio de 2007 - João Porto - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados foi a Palmas, em Tocantins, fazer uma audiência pública hoje (28) sobre os possíveis impactos ambientais da construção da barragem de Estreito no Rio Tocantins. A audiência teve a participação de deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, do senador Paulo Paim. A advogada da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Maria Trindade, explica que as comunidades reivindicam um novo estudo de impacto ambiental.

O estudo que existe foi feito pelo próprio consórcio que vai realizar a obra. Segundo Maria Trindade, o estudo não levou em consideração os impactos que a barragem pode causar em certas comunidades que vivem próximas do Rio Tocantins. "No primeiro momento, o estudo não considerou os indígenas como impactados. Os indígenas tanto Apinajé quanto Krahô não foram considerados atingidos pela barragem de estreito", afirma.

Segundo o líder indígena Antônio Apinajé, o estudo de impacto ambiental do consórcio levou em consideração apenas 6 mil indígenas enquanto estima-se que existam 20 mil indígenas e ribeirinhos vivendo na área afetada. Antônio acredita ainda que o governo precisa investir em outras fontes de energia e não deve construir mais barragens. "Tudo tem um limite. Por que o governo não investe em outras formas de energia limpa que não prejudiquem tanto o meio ambiente? Desse jeito o Rio Tocantins vai virar um lago", sugere.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado Luiz Couto, é preciso chegar a um consenso. Não se pode deixar de lado as reivindicações das comunidades, mas é preciso realizar as obras de infra-estrutura, previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Queremos sim o progresso, queremos sim a barragem, mas ela não pode passar por cima dos direitos fundamentais", adianta.

A Comissão dos Direitos Humanos e Minorias pretende avaliar as reivindicações das comunidades e leva-lás às comissões competentes na Câmara, que estudam os projetos do PAC.

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Instituto prevê que Mato Grosso reduzirá desmatamento à metade neste ano

28 de Maio de 2007 - Thayara Martins - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O estado de Mato Grosso deverá reduzir à metade a área de desmatamento, aponta o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV). Dos 6 mil quilômetros quadrados do ano passado, a projeção é de que neste ano sejam desmatados 3 mil quilômetros quadrados.

Para essa projeção de redução, segundo o pesquisador sênior do Imazon, Adalberto Verissimo, deverão contribuir as operações de fiscalização e também a desvalorização do dólar frente ao Real, o que tornaria desinteressante a abertura de novas áreas para o plantio de soja, em regiões mais afastadas.

"Isto porque o custo do transporte fica mais alto, enquanto cai a cotação do dólar, atuando como efeito inibidor", explicou, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia. Os produtores, acrescentou, preferem reutilizar uma área já desmatada por causa da infra-estrutura, como as estradas, que ela possui.

O coordenador adjunto do ICV, Laurent Micol, disse ver mudanças no setor agropecuário na região, como a criação de gado integrada à lavoura: "Há cada vez mais pessoas falando em reflorestamento, em produzir mais quantidade em área menor. A integração da pecuária com a lavoura também gera economia de espaço, ao utilizar os produtos da lavoura para a ração animal".

Laurent Micol defendeu que não é necessário desmatar para acelerar o crescimento econômico, ao lembrar que mais de 30% das terras de Mato Grosso já foram desmatadas. Ele informou ainda que vários criadores de gado no estado já utilizam uma área de pasto reduzida e complementam a alimentação do rebanho com farelo de soja e caroço de algodão.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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