31-05-2007 - São
Paulo - A 59º Reunião Anual da
Comissão Internacional da Baleia (CIB)
foi encerrada com sucesso para o bloco dos
países conservacionistas e com grandes
mudanças políticas a favor da
preservação das baleias
Foram importantes vitórias!
A primeira delas foi a maioria dos países
participantes votando a favor da criação
da área de proteção às
baleias: foram 39 votos a favor, 29 contra
e 3 abstenções. Entretanto,
para ser aprovada, a proposta do Santuário
de Baleias do Atlântico Sul, defendida
desde 1999 pelo Brasil, Argentina e África
do Sul, necessitava de 75% dos votos.
“Apesar da não aprovação
podemos afirmar que a proposta está
ganhando força dentro da Comissão”,
avaliou Leandra Gonçalves, coordenadora
da campanha de Baleias do Greenpeace. “Na
Reunião de St. Kittis e Nevis, no ano
passado, não conseguimos nem sequer
propor o santuário”, complementou.
Uma outra vitória
importante foi a garantia de que a caça
comercial de baleias não será
retomada. A decisão passa por cima
de uma resolução simbólica
aprovada em 2006 pelos aliados baleeiros,
que afirmava que a proibição
já não era mais necessária.
O bloco dos países conservacionistas,
que inclui o Brasil, se mostrou mais forte
e consolidado. Além da não retomada
de caça comercial, esses países
conseguiram apresentar o turismo de observação
de baleias como alternativa socioeconômica
e científica para acabar com a caça.
“Tivemos uma das maiores
vitórias políticas dos últimos
anos. A abstenção dos países
aliados ao Japão e a consolidação
do bloco latinoamericano com atitudes mais
pró-ativas e integradas contribuiu
para a preservação das baleias”,
afirma Leandra Gonçalves, coordenadora
da campanha de Baleias do Greenpeace.
O Japão pediu autorização
para que suas comunidades costeiras pudessem
caçar quantidades indeterminadas de
baleias Minkes, como caça de subsistência.
A proposta japonesa foi imediatamente rechaçada
por uma coalizão de países que
se opõem à caça de baleias.
Somente receberam aprovação
da Comissão a continuidade das capturas
aborígenes de baleias pela Groenlândia,
Alasca e Rússia. “A proposta do Japão
é uma forma velada de caça comercial
de baleias, apesar de os japoneses assegurarem
que é apenas uma atividade de subsistência
dos povos locais”, afirmou Leandra.
O Greenpeace mobilizou milhares
de pessoas em vários países
para manifestar seu apoio à luta contra
a caça comercial das baleias por meio
de manifestações públicas
e com I-go, uma campanha inovadora na internet.
“Sem a participação ativa da
sociedade não seria possível
comemorar esta vitória e mostrar ao
mundo a importância da conservação
das baleias e golfinhos”, reafirma Leandra.
A próxima reunião
da CIB será em Santiago, Chile, em
junho de 2008.
+ Mais
Mais uma vez, proposta do
Santuário de Baleias não é
aprovada
30-05-2007 – Alasca -Ainda
não foi desta vez que a proposta brasileira
do Santuário de Baleias do Atlântico
Sul, que vem sendo apresentada desde 1999,
foi aceita. Apesar de ter conseguido maioria
dos votos dos países-membro, a proposta
precisava de 75% de aprovação.
Durante a primeira votação
da reunião da Comissão Internacional
da Baleia, que começou no dia 28, em
Anchorage, no Alasca, a proposta de criação
do Santuário de Baleias do Atlântico
Sul, defendida desde 1999 pelo Brasil, Argentina
e África do Sul, não foi aprovada.
A maioria dos países participantes
votou a favor da criação da
área de proteção às
baleias: foram 39 votos a favor, 29 contra
e 3 abstenções. Entretanto,
para ser aprovada, a proposta necessitava
de 75% dos votos.
“Mas podemos afirmar que
a proposta está ganhando força
dentro da Comissão”, avaliou Leandra
Gonçalves, coordenadora da campanha
de Baleias do Greenpeace. “Na Reunião
de St. Kittis e Nevis, no ano passado, não
conseguimos nem sequer propor o santuário”,
complementou.
Os representantes do governo
da Guatemala, apesar de terem anunciado que
votariam junto com o bloco latino-americano
a favor dos conservacionistas, não
cumpriram sua promessa e negaram apoio à
proposta brasileira. A Guatemala foi o único
país da América Latina que votou
contra o santuário.
O Japão ameaçou,
durante a abertura da 59º reunião
da CIB, abandonar o organismo se não
conseguir obter autorização
para algumas de suas comunidades costeiras
caçar quantidades indeterminadas de
baleias Minkes. A proposta japonesa foi imediatamente
rechaçada por uma coalizão de
países que se opõem à
caça de baleias. O grupo é formado
por Brasil, Austrália, Nova Zelândia,
Argentina, Estados Unidos, Alemanha e Reino
Unido.
“A proposta do Japão
é uma forma velada de caça comercial
de baleias, apesar de os japoneses assegurarem
que é apenas uma atividade de subsistência
dos povos locais”, afirmou Leandra.
Foram aprovadas nesta quarta
as cotas para caça de subsistência
de comunidades tradicionais de países
como os EUA, Rússia e de ilhas no Pacífico
e no Caribe. 280 baleias bowhead poderão
ser caçadas entre 2008 e 2012, não
podendo passar de 67 indivíduos por
ano; 620 baleias cinzentas do Noroeste do
Pacífico poderão ser caçadas
entre 2008 e 2012, sendo o número máximo
de indivíduos 140/ano; e as comunidades
de São Vicente e Granadinas poderão
caçar entre 2008-2012 20 baleias jubarte,
com um máximo de quatro ao ano.
As cotas para Groenlândia
e Dinamarca, que pediram permissão
para aumentar a quantidade de baleias Minkes
que caçam, de 175 para 200 indivíduos,
além de passar a caçar jubartes
e bowhead, ainda não foi definida.
A decisão, que não obteve consenso,
deve sair nesta quinta.